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II SÉRIE-A - NÚMERO 18

A sua importância regional é evidente, sendo legítimo que essa importância possa vir a ser reconhecida.

Lajeosa do Dão tem presentemente inscritos no seu caderno eleitoral 2185 eleitores e uma população de 2840 habitantes.

Nota histórica

Situada num cimo rochoso da pequena serra entre os rios Asnos e Dão, a serra da Panela, a freguesia da Lajeosa envolve os lugares vizinhos do Penedo, Teomil, Corujeiro, Ferradouro, Vinhal e Sangemil.

A freguesia foi ocupada desde os tempos mais remotos, como o atesta o belo exemplar de arquitectura magalítica — a anta da Arquinha dá Moura — que se encontra escavada e em estudo e que vem do iu milénio a. C.

Como acontece com as outras freguesias do concelho, as inquirições (1527) são um manancial de preciosas informações, revelando que, nessa época, a paróquia da Lajeosa estava incluída no termo de Viseu — «parrochia de Lageosa et termino de Viseo».

Na freguesia da Lajeosa havia apenas um lugar de vilãos, o de Teomil — villanis heredibus —, mas não totalmente, porque uma parte era de cavaleiros — «fidalgos exceptis duobus casalibus qui sunt de militibus» — que não pagavam foro ao rei —«nullum fórum faciunt Regi»—, salvo as coimas, porque os amparava e defendia um tal Lourenço Soares — «defendet eos per terraturas quas dant ipsi milite» — e, além disso, porque estavam em «comenda el mala-dia» do dito senhor.

Este documento revela ainda o tipo perfeito de terras privilegiadas que, patrimonialmente, pertenciam à nobreza— «quod Lageosa et Vinat et Curugeyro sunt hereditates de militibus, et nullum fórum faciunt Regi, nisi tantum quod pectant vocem et calumpniam maiordomus Régis de Viseo».

A situação era idêntica para Sangemil — «villa de Sangimir nullum fórum faciunt Regi, nisi tantum quod pectant maiordomo Régis de Viseo calumpniam et maiordomus Régis non intratun Sangimi».

Na transição para o século xrv operam-se profundas alterações na administração local.

O P.e Carvalho da Costa na sua Corografia Portuguesa (1708), ao referir-se às freguesias que integravam o então concelho de Besteiros, menciona Lajeosa «São Miguel da Lageosa, abadia que apresenta Gonçalo Peixoto da Silva, morador na Vila de Guimarães, tem 200 vizinhos».

Na Lajeosa realizam-se importantes manifestações de cultura tradicional de índole religiosa durante o ciclo da Quaresma e Páscoa em três momentos distintos: Quaresma propriamente dita. Semana da Paixão e Sábado Santo — é a «Amamentação das Almas». Um conjunto de homens e mulheres, obedecendo a ditames da tradição — embuçados de negro ou envergando túnicas brancas no último dia — e movendo-se no quadro de uma cenografia marcada pelos séculos, percorre, de noite, as ruas da povoação, detém-se em sete poisos para orar — cantando salmodias próprias — pelas almas do Purgatório.

Lajeosa é, igualmente, um centro de esteiraria, onde são produzidos excelentes cestos ou alcofas, cuja matéria-prima é o junco depois de seco, aplicado na cor natural de tons dourados," ou tingido com anilinas de cores populares.

A povoação do Vinhal é, igualmente, outro centro de artesanato, onde os artesãos trabalham a folha-de-flandres com

instrumentos frustres, fabricando objectos destinados a um mercado regional e utilizados nos usos domésticos da casa, serviço de campo e viagem. Outros objectos eram produzidos somente com uma intenção decorativa—candeias, lanternas e lampiões (António Mattoso Martinho, in Tondela — Roteiro Turístico).

Nota de natureza sócio-econótntea

A elevação da freguesia de Lajeosa do Dão à categoria de vila justifica-se pelo facto de ser uma zona do concelho com grandes possibilidades de desenvolvimento, não só pelas excelentes ligações rodoviárias a Tondela e a Viseu mas também pelas possibilidades de investimento criadas pela abertura do novo balneário termal das Caldas de São Germil. Por outro lado, a freguesia dispõe já dos seguintes equipamentos colectivos:

Sede de Junta de Freguesia; Posto médico; Quatro escolas primárias; Escola C+S do Dr. Mota Pinto; Casa do Povo;

Campo de futebol e respectivos balneários; Balneário termal; Transportes públicos colectivos; Um posto de abastecimento de combustíveis; « Vários cafés, bares, restaurantes e pensões (quatro); Feira mensal (última quarta-feira de cada mês); Feira anual de São Miguel; Posto de recolha e venda de produtos dos correios; Diversos estabelecimentos comerciais; Padaria;

Igreja paroquial e várias capelas abertas ao culto; Lagar de azeite; Aviários (diversos);

Posto de recolha de produtos resinosos; Salão de festas;

Indústrias ligadas à pirotecnia, madeiras, confecção &t queijo e requeijão (artesanal) e carpintaria mecânica;

Uma grande unidade de produção, engarrafamento e comercialização de vinhos, considerada uma das maiores do País; ~

Oficina de reparação de bicicletas e motas;

Talhos e peixaria;

Oficina de artigos de artesanato — alcofas de junco e

cestaria; Fábrica de moagem; Posto de colheita de sangue.

Associações culturais, desportivas e recreativas:

Associação Desportiva, Cultural e Recreativa de Solidariedade Social Flor do Dão; Associação Desportiva da Freguesia da Lajeosa do Dão.

Nota final

A elevação da freguesia da Lajeosa do Dão à categoria de vila constitui uma aspiração legítima da sua população.

Orgulhosa das suas raízes históricas, orgulhosa da sua gente laboriosa e activa, caracterizada por um forte sentido de cooperação e interajuda, a sua população gostaria, na ver-