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7 DE JANEIRO DE 1999

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PERSPECTIVAS

Os principais factores de risco residem neste tipo de incertezas e nos seus efeitos no ritmo de crescimento das economias ocidentais, seja quanto aos efeitos directos das crises já verificadas, seja quanto a suas eventuais sequelas seja ainda quanto a outras "tempestades" que a globalização financeira por si mesmo venha a propiciar.

As economias ocidentais, em especial a norte-americana e a europeia, superaram os efeitos da crise asiática com a dinâmica das respectivas procuras internas. O nível baixo de inflação propicia a manutenção de baixas taxas de juro que, por sua vez, alimenta os resultados favoráveis das empresas, a diminuição do desemprego e a confiança dos consumidores.

Este tipo de evolução era bem espelhado pela "exuberância irracional" (nas palavras do Presidente da Banca Federal norte-americana de há cerca de dois anos) das cotações bolsistas a qual não deixava também de contribuir pàra o já referido clima generalizado de confiança.

Por outro lado, as inovações tecnológicas, em especial no domínio das tecnologias de informação, constituiem também factores de ganhos de produtividade significativos e de confiança de que uma "Nova Era" está emergindo.

Do ponto de vista económico, as economias ocidentais revelam também situações orçamentais em processo de consolidação (com a economia norte-americana a poder vir a apresentar excedentes a partir do corrente ano) e tensões inflacionistas controladas, quer por efeito da deflação das matérias primas base, quer por efeitos da globalização que se traduzem em níveis de concorrência que obrigam a uma contenção na fixação dos preços dos bens e serviços. Por outro lado, a própria obsolescência acelerada de produtos e processos produtivos propiciada pela inovação tecnológica e pela globalização concorre para essa contenção.

Tendo sido a confiança do consumidor o factor que, porventura, mais tem justificado o comportamento favorável das procuras internas das economias ocidentais e, consequentemente, do dinamismo que revelam, parece que só uma quebra acentuada e rápida deste clima de confiança poderá provocar uma desaceleração acentuada e rápida do respectivo crescimento económico e, consequentemente, do crescimento económico internacional. Este tipo de quebra afigura-se pertinente num quadro de choques' "exógenos" que afectem seriamente a economia norte-americana ou as principais economias europeias ou ambas ou, ainda, de "tempestades" financeiras qiie minem forte e sustentada-mente, durante um certo período, o referido clima de confiança.

Mesmo neste quadro pouco favorável, as autoridades económicas ocidentais dispõem de alguns instrumentos para tentar regular uma desaceleração brusca da actividade. Será possível às autoridades monetárias norte-americanas e europeias procederem a descidas das taxas de juro ou propiciarem estímulos orçamentais (instrumento mais difícil no caso das autoridades europeias devido ao processo de transição para o Euro e ao Pacto de Estabilidade e Crescimento) sem incorrerem em (grandes) riscos inflacionistas. O contexto de baixa inflação e de consolidação orçamental anves referido dá margem de manobra às autoridades ocidentais para este tipo de medidas.

A hipótese de as economias da América Latina virem a sofrer como que dum "contágio asiático" (ou russo-asiático) não pode ser excluída. Dado que estes mercados latino-americanos são relevantes para as economias ocidentais,

quer do ponto de vista propriamente comercial, quer do ponto de vista eminentemente financeiro, um choque proveniente desta zona será de difícil absorção por parte das economias e mercados financeiros ocidentais. Todavia, nesta hipótese uma utilização atempada dos instrumentos de política monetária e orçamental, atrás referidos, por parte das autoridades ocidentais seria bastante provável.

A situação da economia japonesa e a incapacidade manifestada pelas suas autoridades em conseguirem uma inversão das expectativas parecem dificultar quer um maior dinamismo do crescimento económico internacional, quer a regulação dos efeitos de eventuais choques "exógenos" ou de eventuais séries de "tempestades" financeiras.

A manter-se esta incapacidade, será difícil à zona económica asiática recuperar globalmente, não sendo de afastar a hipótese de que eventos político-sociais originados por essa crise económica ou pela crise económica russa venham a emitir ondas de choque para os países ocidentais.

EVOLUÇÃO DA ECONOMIA MUNDIAL

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1.2. ENQUADRAMENTO EUROPEU

A evolução da economia comunitária nos últimos meses de 1998 e em 1999 depende de vários factores, nomeadamente do padrão que presentemente revela, do modo como evoluir a situação financeira internacional e da forma como reagirão os agentes económicos europeus e internacionais ao nascimento do Euro.

A hipótese de o ritmo de crescimento para 1999 vir a ser da ordem de grandeza do previsto para o corrente ano (entre 2 3/4 e 3%), reflectindo a consolidação da recuperação nas duas principais economias continentais, è relativamente provável mas há incertezas, a ter em conta, designadamente, na vertente político-insiuucional, a evolução política russa.