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81 | II Série A - Número: 107 | 9 de Julho de 2007

Os dados evidenciam, ainda, uma alteração da composição do crescimento económico, ocorrida a partir do terceiro trimestre de 2005. Verifica-se que este tem vindo a ser impulsionado pela dinâmica das exportações, apresentando a procura externa líquida um contributo para o crescimento sistematicamente superior ao da procura interna. Não obstante a significativa desaceleração registada no crescimento das exportações no conjunto do ano de 2005 (1,1%, contra 4,4% em 2004), desde o segundo trimestre desse ano que se tem vindo a observar uma evolução positiva, passando de 0,4% para 10,7% no último trimestre de 2006. A informação disponível reforça, assim, a perspectiva de que os agentes económicos nacionais conseguiram, no último ano, aproveitar o crescimento registado nos mercados externos, colocando um forte travão às perdas de quotas de mercado ocorridas até 2005.
A evolução registada pelo consumo privado e pelo consumo público, desde meados de 2005, é consistente com a continuação da redução dos desequilíbrios macroeconómicos da economia portuguesa. O consumo privado evidencia, desde o terceiro trimestre de 2005, uma tendência de desaceleração (interrompida no trimestre homólogo de 2006, em parte devido à dissipação do efeito de base associado ao aumento, em Julho do ano anterior, da taxa normal do IVA). Uma mesma tendência de desaceleração, em 2005, e de queda, em 2006, tem vindo igualmente a ser seguida pelo consumo público, que regista, neste último ano, pela primeira vez em cerca de duas décadas, um decréscimo em termos reais (-0,3%), reflectindo a prossecução do objectivo de consolidação orçamental concentrada na despesa. Embora de forma irregular, e ainda que registando um contributo negativo para o crescimento em 2006, a formação bruta de capital fixo recuperou, em termos de crescimento, 1,6 p.p. face ao ano anterior.

Quadro II.2. Despesa Nacional (Taxas de variação homóloga em volume, %)

I II III IV I II III IV
PIB 0,5 1,3 -0,1 0,5 0,5 1,1 1,0 0,9 1,5 1,7
Procura Interna 0,9 0,2 1,9 0,5 0,0 0,0 0,5 -0,4 0,7 0,1
Consumo Privado 2,2 1,1 2,9 3,2 1,2 1,3 1,1 0,3 1,7 1,2
Consumo Público 2,3 -0,3 3,2 2,7 2,1 1,3 0,5 -0,1 -0,7 -1,0
Investimento (FBCF) -3,2 -1,6 -2,6 -2,3 -4,4 -3,5 -1,1 -1,1 -1,8 -2,6
Exportações 1,1 8,8 -1,3 0,4 2,6 2,6 8,1 7,4 8,9 10,7
Importações 1,9 4,3 4,4 3,2 0,8 -0,6 5,0 2,4 5,3 4,7
Contributos para o crescimento do PIB (pontos percentuais)
Procura Interna 1,0 0,3 2,1 1,7 0,0 0,0 0,5 -0,5 0,8 0,2
Exportações Líquidas -0,5 1,0 -2,2 -1,2 0,5 1,1 0,5 1,4 0,7 1,5
2006
2006
2005
2005 Fonte: INE, Contas Nacionais Trimestrais.

As reformas estruturais prosseguidas nos domínios da qualificação do capital humano, da inovação, desenvolvimento e difusão tecnológica, da simplificação, modernização e reforma da Administração Pública e da consolidação e sustentabilidade das finanças públicas, reforçando a competitividade, o potencial de crescimento do país e a confiança dos agentes económicos, constituem, conjuntamente com as hipóteses de enquadramento internacional, o referencial que subjaz ao cenário macroeconómico apresentado (Quadro II.3).
Neste contexto de continuidade dos objectivos políticos assumidos, de cumprimento das metas orçamentais fixadas e levando em linha de conta a actualização das hipóteses externas, mantêm-se inalteradas, face à actualização de Dezembro de 2006 do PEC, as projecções de crescimento do PIB para 2007 e 2008, respectivamente de 1,8% e de 2,4%.
Destaca-se, aqui, a continuação do crescimento das exportações, tendo sido, relativamente ao PEC, revistas ligeiramente em alta para 2007 (de 7,2% para 7,4%) e para 2008 (de 6,8% para 6,9%), embora em desaceleração (acompanhando o abrandamento previsto nos mercados externos, não obstante a