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22 | II Série A - Número: 145 | 30 de Junho de 2009

O desemprego de longa duração registou, em 2008, uma redução de 3,2%, acentuando a evolução favorável que havia ocorrido no ano anterior (diminuição de 0,7%). Ainda assim, pelo facto de a população desempregada total ter diminuído de forma mais acentuada, em termos médios, o peso do desemprego de longa duração aumentou ligeiramente em 2008, atingindo 49,8% do desemprego total (+0,8 pontos percentuais que em 2007).
Em 2008, a inflação média anual, medida pela variação anual do IPC, situou-se em 2,6%, representando um aumento marginal de 0,1 pontos percentuais face ao ano anterior. O comportamento da taxa de inflação média anual encerra uma elevada volatilidade no preço dos bens ao longo do ano, explicada, fundamentalmente, pelo comportamento dos preços dos bens energéticos. De facto, a variação homóloga, em termos médios, do IPC de bens nos três primeiros trimestres foi de 2,9%, caindo no 4.º trimestre para 0,7%, enquanto a taxa de variação do IPC de serviços manteve-se praticamente constante, em cerca de 3%, ao longo de todo o ano.
O diferencial da taxa de inflação média anual face à área do euro, medido pelo IHPC, inverteu-se em 2008, situando-se em -0,6 pontos percentuais (+ 0,3 pontos percentuais em 2007). Desde Setembro de 2007 que o diferencial em termos homólogos tem sido negativo, uma vez que os efeitos da aceleração dos preços dos bens energéticos e dos produtos alimentares não transformados têm sido inferiores em Portugal quando comparados com os da área do euro.
No contexto de ampliação da crise financeira internacional, assistiu-se, em 2008, a um novo acréscimo de dificuldades de financiamento das instituições financeiras para, numa fase posterior, terem-se propagado ao crédito bancário destinado ao sector privado não financeiro (empresas e famílias), o qual foi sujeito a condições mais difíceis e restritivas caracterizadas por um aumento dos prémios de risco.
Durante os três primeiros trimestres de 2008, as taxas de juro bancárias mantiveram a tendência de subida iniciada no último trimestre de 2005, evolução que foi condicionada pela elevada incerteza nos mercados financeiros internacionais, pela quebra de confiança generalizada e pela restrição de oferta de fundos no mercado monetário interbancário no sentido de prevenir dificuldades de liquidez. Porém, no último trimestre do ano, perante a intensificação da crise económica a nível global e a ocorrência de menores riscos para a estabilidade dos preços, assistiu-se a uma inversão de tendência, tendo dado lugar a uma redução das taxas de juro, particularmente acentuada no caso das operações de crédito às empresas não financeiras, que se situou em 6,13% no final de 2008, sensivelmente igual ao do ano precedente.
Prosseguindo a tendência dos últimos anos, o aumento do crédito aos particulares desacelerou, associado sobretudo à evolução descendente do crédito destinado à habitação que evoluiu de um crescimento de 8,5% em 2007 para 4,3% em 2008, devido, em parte, à deterioração das perspectivas para o mercado da habitação. Interrompendo a tendência de forte aceleração dos últimos anos, o crescimento do crédito destinado às sociedades não financeiras abrandou ligeiramente para 10,6% em 2008 (11,2% em 2007), movimento associado, em parte, à diminuição das necessidades de financiamento para investimento.