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38 | II Série A - Número: 035 | 11 de Fevereiro de 2010

meio ponto percentual, uma taxa de desemprego registado (ou em sentido restrito) na casa dos 10%, e a continuação da quebra do investimento. Para o consumo privado, as mesmas previsões apontam igualmente para um crescimento residual, fortemente condicionado por um orçamento de estado claramente restritivo que não deixará de acentuar uma já de si profundamente injusta repartição do rendimento nacional. Num momento em que se confirmam as pressões para a ―contenção salarial‖, das pensões e do poder de compra, os resultados divulgados diariamente continuam a revelar enormes lucros por parte dos grandes grupos económicos e financeiros, na maioria dos casos obtidos à custa de baixos salários ou de práticas monopolistas que esmagam a pequena e média indústria e a generalidade dos consumidores. O país vai continuar a viver naquela que é já considerada a mais grave crise económico e social desde o 25 de Abril.
Uma crise cuja real dimensão e impacto, ainda longe de serem completamente avaliados, coloca em evidência o fracasso de uma política vinculada à defesa dos interesses do capital financeiro e dos grandes grupos económicos e responsável pela dramática situação económica e social em que o país se encontra.
A dimensão da crise económica e social e as extremas dificuldades e fragilidades do tecido económico nacional, em fazer face a actual situação, têm responsáveis no plano nacional: décadas de política de direita levadas a cabo pelos sucessivos governos PS e PSD, com ou sem CDS, conduziram o país a uma situação de maior desemprego, de baixos salários, de crescimento da pobreza, de menor protecção social dos que menos podem e menos têm, situação alterada para pior com o Código do Trabalho do PS.

O distrito de Aveiro Em Dezembro de 2009, o número de desempregados registados no distrito de Aveiro era de 38147, ou seja 7,56% do continente (504775), verifica-se assim um crescimento de 9210 relativamente a Dezembro de 2008 (28937). A variação homóloga foi 30,78% no distrito para 25,27% no continente. A variação mensal foi de 0,80% no distrito para 0,10% no continente.
Segundo a União de Sindicatos de Aveiro / CGTP-IN, além dos números de Dezembro do IEFP, estão em risco no imediato, se nada for feito, um significativo número de postos de trabalho (cerca de 4500 trabalhadores), em 19 empresas de 8 sectores (entre as quais o Grupo Investvar, a Rohde e a Oliva).
Aveiro é o quinto distrito com mais desemprego. O número de desempregados registados em Dezembro representava já 10,31% da população activa do distrito. As mulheres continuam a ser as mais afectadas: são 21595, 56,61%. Os desempregados de longa duração atingem 14115 trabalhadores, 37%. Os jovens com idade inferior a 34 anos são 14093, 36,94 %. E na faixa etária dos 35 aos 54 anos os desempregados registados são 17071, ou seja 44,75%.
Tratando-se à partida de um número de desempregados registados muito elevado e preocupante, a verdade é que os dados do IEFP não reflectem a realidade do desemprego no distrito, dado que excluem da estatística muitas centenas de desempregados em formação profissional, estágios profissionais, RVCC (reconhecimento, validação e certificação de competências) e noutras ―medidas activas de emprego‖.
Note-se a propósito, que durante o ano de 2009 a ―limpeza dos ficheiros‖ dos desempregados registados, feita pelo IEFP totalizou no distrito 30745. Isto é, segundo a leitura das instituições tuteladas pelo Governo, durante o ano de 2009, diariamente foram ―limpos‖ dos ficheiros 71 trabalhadores – o que está obviamente sobreavaliado.
Somando, com base nas estatísticas INE, aos desempregados contabilizados pelo IEFP os chamados inactivos disponíveis (82700 no país), os inactivos desencorajados (33800) e o subemprego visível (a trabalhar involuntariamente abaixo do horário normal de trabalho – 3200), é seguro poder afirmar que taxa real de desemprego atinge hoje valores à volta dos 12.5%, o que significa um número total de desempregados muito perto dos 50000 no distrito.
Por outro lado estes indicadores não podem ser separados do crescente trabalho precário que atinge hoje 29% da população activa do país (mais de 107000 no distrito), sem incluir o falso trabalho independente.
Juntando o número de desempregados e de trabalhadores precários conclui-se que mais de 155000 (quase 42% da população activa do distrito) estão desempregados ou com trabalho precário, o que, relativamente ao emprego no distrito, representa uma situação muito grave e preocupante.