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II SÉRIE-A — NÚMERO 8

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II Enquadramento macroeconómico

1 O ano de 2010 foi caracterizado por uma recuperação da atividade económica mundial. Após a forte

recessão ocorrida em 2009, em 2010 o Produto Interno Bruto (PIB) das economias avançadas aumentou

3% em volume.

2 Na área do euro, registou-se um maior dinamismo na atividade económica e dos preços face ao

assumido no cenário macroeconómico do OE/2010. Em 2010, o crescimento económico real da área

do euro cifrou-se em 1,9%, ficando 1,2 e 1 p.p. acima das previsões da Comissão Europeia e da OCDE,

respetivamente, as quais serviram de base para a elaboração do cenário macroeconómico do OE/2010. A

taxa de inflação da área do euro foi superior em 0,5 p.p. ao previsto no OE/2010 (1,1%). Por seu lado, o

preço médio (em dólares) do barril de petróleo ficou 3,9% acima do assumido no OE/2010, registando um

crescimento de 28,9% face ao ano anterior. Assinala-se ainda que a taxa de juro de curto prazo ficou 0,4

p.p. abaixo do previsto no OE/2010.

3 A economia portuguesa cresceu o dobro do previsto no OE/2010 tendo ficado, todavia, 0,5 p.p.

aquém do crescimento da área do euro. De acordo com as Contas Nacionais Trimestrais do INE, de 9

de dezembro de 2011, após a forte contração registada no ano de 2009, a economia portuguesa cresceu

1,4% em 2010, ou seja, 0,7 p.p acima do previsto no Relatório do Orçamento do Estado para 2010.2

Todavia, o crescimento da economia portuguesa ficou, em 2010, 0,5 p.p. abaixo do crescimento de 1,9%

verificado no conjunto da área do euro.

4 O crescimento superior ao esperado da atividade económica em Portugal deveu-se a um maior

dinamismo da procura interna e das exportações. Comparando a composição do crescimento do PIB

em 2010 com a previsão constante no OE/2010 verifica-se, ao nível da procura interna, que o consumo

público e o consumo privado cresceram, respetivamente, 1,8 e 1,1 p.p. acima do previsto, compensando a

quebra mais acentuada na formação bruta de capital fixo (-4,1%) do que a antecipada pelo OE/2010 (-

1,1%). Convém referir que o crescimento do consumo privado de 2,1% encontra-se influenciado, em parte,

por alterações de natureza fiscal que induziram uma antecipação nas decisões de aquisição de bens

duradouros. Também a procura externa líquida se revelou mais dinâmica do que o antecipado no

OE/2010, em resultado do elevado dinamismo evidenciado nas exportações (as quais ficaram 5,3 p.p.

acima da previsão do OE/2010), não obstante um assinalável crescimento nas importações

(consubstanciado num crescimento que ficou 3,9 p.p. acima do previsto no OE/2010).

2 Todavia, convém salientar que o INE procedeu em Junho de 2010 a uma mudança de base nas Contas Nacionais Portuguesas (devido

essencialmente a alterações no domínio das fontes estatísticas e a uma mudança do ano de referência da base, a qual passou para o ano 2006, em detrimento do ano de 2000), tendo a mesma sido considerada pelo Ministério das Finanças no âmbito da elaboração do ROPO/2010. Deste modo, o OE/2010 e o PEC 2010-13 foram elaborados na anterior base de Contas Nacionais Portuguesas de 2000, enquanto o ROPO/2010 já foi elaborado na nova base de Contas Nacionais Portuguesas de 2006.