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Parecer do CES sobre o Orçamento do Estado para 2018 (Aprovado em plenário a 06/11/2017)

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Os ganhos em matéria de termos de troca deverão ser nulos em 2018, com o

índice de preços implícito no PIB e o IPC a registarem uma evolução

praticamente idêntica, em resultado de o deflator das importações e das

exportações apresentado pelo Governo ser o mesmo (1.0%).

Neste quadro e tendo presente o efeito que o crescimento, quer via procura

interna, quer via procura externa, tem no aumento das importações,

sobretudo, na componente de bens, verifica-se que o contributo da procura

externa líquida (ao contrário do anteriormente previsto) deverá continuar – a

exemplo dos 3 anos anteriores - a ser negativo em 2017 (com uma previsão de

-0.1%), esperando o Governo que o mesmo possa deixar, novamente, de ser

negativo em 2018 (previsão de 0.0%).

Na opinião do CES as previsões macroeconómicas relativas ao ano de 2018

afiguram-se de um modo geral credíveis, sendo que o maior grau de incerteza

se relaciona com a evolução da economia internacional e, em especial, dos

países do euro. Os recentes acontecimentos na nossa vizinha Espanha podem

vir a repercutir-se em Portugal, dado o peso que aquele país tem no nosso

comércio externo, assim como o impacto do “brexit” que poderá começar a

ser sentido já em 2018. Por outro lado, os pressupostos em que são calculados

os termos de troca de Portugal com o exterior poderão vir a ser menos

favoráveis ao nosso país do que o previsto (por exemplo, o Conselho de

Finanças Públicas estima um deflator para as importações bem acima do

Governo: 1.9% e 1.0%, respetivamente) e, como o próprio Relatório refere na

avaliação de risco existente, se a procura externa dirigida à economia

portuguesa crescer 2 p.p. abaixo do projetado, o impacto no crescimento real

do PIB será de -0.4 p.p., por via de um menor crescimento real das

exportações, cenário em que teríamos o PIB de novo a crescer abaixo dos

2.0%.

O CES considera que a previsão de subida do investimento público de 1,7%

em 2017 para 2,3% do PIB em 2018, o que corresponde a um aumento de 1,3

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