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UTAO | PARECER TÉCNICO N.º 3/2017 • Análise da Conta Geral do Estado de 2016 45

IV Financiamento e Dívida Pública 58 Em 2016, assistiu-se a um aumento da inclinação da curva de rendimentos da dívida

soberana da República Portuguesa em resultado, sobretudo, do aumento da taxa de

rendibilidade nos prazos mais longos. Em 2016 verificou-se, nos prazos mais longos, um aumento

da taxa de juro da dívida soberana da República Portuguesa no mercado secundário, tendo a taxa das

OT a 10 anos atingido 3,75% no final de 2016, quando no final de 2015 foi de 2,5%. Adicionalmente,

registou-se um decréscimo nos prazos curtos, designadamente a taxa de rendibilidade da OT a 2 anos

no mercado secundário, que diminuiu de 0,07% em inícios de 2016 para aproximadamente -0,03% no

final de 2016 (Gráfico 26 e Gráfico 27). Consequentemente, observou-se um aumento da inclinação da

curva de rendimentos da dívida soberana. Esta variação de taxas não foi progressiva ao longo do ano,

tendo-se observado em fevereiro um aumento significativo das taxas de rendibilidade em todos os

prazos tendo chegado a atingir 1,23% no prazo de 2 anos (a 19 de fevereiro) e 4,08% no prazo de 10

anos (a 11 de fevereiro), como consequência, entre outros motivos de ordem externa, dos receios de

em torno da aprovação do Orçamento do Estado à luz das regras do Pacto de Estabilidade e

Crescimento. O aumento registado em fevereiro reverteu-se, influenciado pelo ambiente de menor

aversão ao risco nos mercados internacionais e pela dissipação dos receios em torno da proposta de

OE/2016, após alterações ao Esboço inicial. O facto da DBRS ter referido estar confortável com o nível

de rating atribuído à dívida soberana portuguesa, não antevendo alterações a curto prazo, também

terá contribuído para a redução das taxas, na opinião dos analistas de mercado. Em sentido contrário,

a incerteza quanto à liderança da CGD, nomeadamente alguns receios sobre a capacidade de

concretizar a recapitalização, bem como a situação ainda frágil do sistema bancário, tendo a agência

de notação financeira Fitch considerado vulnerável a situação de capital da banca, perspetivando a

deterioração de alguns indicadores de qualidade de ativos em 2017, foram fatores que terão

contribuído para o acréscimo no final do ano da taxa de rendibilidade da dívida pública em prazos

médios e longos.

Gráfico 26 –Spread face à dívida alemã a 10

anosem 2016

(em percentagem)

Fonte: IGCP. | Nota:A taxa de rendibilidade é referente a

títulos da dívida pública com uma maturidade residual de

10 anos.

Gráfico 27 – Taxas de rendibilidade de Obrigações do

Tesouro a 10 anosem 2016

(em percentagem)

Fonte: IGCP. | Nota:A taxa de rendibilidade é referente a títulos da

dívida pública com uma maturidade residual de 10 anos.

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II SÉRIE-A — NÚMERO 127_______________________________________________________________________________________________________________

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