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II SÉRIE-A — NÚMERO 89

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decrescer, tendo crescido 1,5% em termos reais. É também de salientar que, para além de Chipre, Portugal é

o único País que verificou um decréscimo da produtividade do trabalho de 2017 para 2018.

Embora os valores da produtividade, em Portugal, se possam encontrar em fase de ajustamento pós-

recessão, em que a taxa de desemprego se tem vindo a reduzir significativamente, é evidente no gráfico acima

o contraexemplo de países que também foram afetados pela última recessão e registaram acréscimos mais

significativos de produtividade; veja-se a Espanha, cuja produtividade do trabalho aumentou 6,6% face a 2010.

Para além disso, os níveis de produtividade têm-se mantido reduzidos desde o início da década, sendo um

problema estrutural que afeta a competitividade dos bens e serviços nacionais, e assim as exportações, numa

economia aberta e inserida no Espaço Schengen.

É, aliás, isto que acaba por ser recentemente reconhecido, na nota de conjuntura de março, pelo fórum para

a competitividade que diz «não pode haver equívocos quanto à evolução recente da economia portuguesa»:

«Apesar de ter crescido duas décimas acima da média da UE em 2018, Portugal viu a sua produtividade cair,

divergindo da média da EU». Entendem assim que isto reflete «a continuação de uma tendência», já que «entre

2017 e 2018, em termos acumulados, a produtividade baixou 0,5%, enquanto na média da UE houve um

crescimento de 1,7%». «Crescer menos do que estes 1,7% seria mau, mas ter uma queda neste indicador é

péssimo».

A baixa produtividade do trabalho é sintoma de elevados impostos sobre aquele, que oneram o seu custo e

deveriam ser reduzidos; foi agravada pela redução dos horários do trabalho sem a correspondente redução dos

vencimentos, que representa um lastro adicional ao desenvolvimento económico.

8. Investimento

O investimento é o motor da economia. Apesar da sua evolução positiva desde 2016, o crescimento não tem

sido suficiente para colmatar a obsolescência dos equipamentos, conforme evidenciado no gráfico abaixo: o

stock líquido de capital tem vindo a deteriorar-se sucessivamente, estagnando em 2018 e atribuindo particular

relevância à desaceleração verificada durante o último ano. Se a trajetória de abrandamento se protelar,

continuaremos a destruir a capacidade instalada, afetando seriamente as perspetivas de crescimento.

120,90

118,10

111,20

110,50

108,80

107,40

106,20

102,20

101,70

94,00

124,70

120,90

114,10

112,80

109,80

109,00

106,60

102,10

101,50

94,20

Letónia

Lituânia

Estónia

Eslováquia

Malta

Eslovénia

Espanha

Chipre

Portugal

Grécia

PRODUTIVIDADE REAL DO TRABALHO 100 = 2010FONTE: EUROSTAT

2017 2018