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23 DE ABRIL DE 2019

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A Economia Mundial assistiu, em 2017, a um reforço do seu crescimento para 3,8% (3,2% em 2016),

aproximando-se do ritmo observado antes da crise financeira de 2008 (média de 4,2% entre 1997 e 2007).

Para esta evolução contribuíram as seguintes dinâmicas económicas:

 A aceleração das economias avançadas, nomeadamente dos EUA e do Japão e em menor grau da União

Europeia e do conjunto da área do euro;

 A aceleração do comércio mundial de bens e serviços, para 4,9% em volume em 2017 (o valor mais

elevado desde 2012), embora ainda abaixo do crescimento registado na década que antecedeu a última crise

financeira internacional (média de 7,1% entre 1997 e 2007).

 A melhoria do comércio mundial deveu-se sobretudo ao maior dinamismo das trocas comerciais dos

países emergentes e em desenvolvimento, especialmente asiáticos, tendo sido mais pronunciado em termos de

importações.

Quanto à Economia da zona euro registaram-se também melhorias em termos agregados, tendo o produto

interno bruto (PIB) registado um crescimento de 2,4% em 2017, o mais elevado desta década, até então (1,8%

em 2016). Esta evolução explica-se em resultado da conjugação de vários fatores:

 Uma aceleração das exportações (de 3,4% em 2016, para 5,1% em 2017) refletindo uma procura externa

sólida, resultado da retoma da economia mundial;

 Um comportamento do investimento relativamente moderado, apesar das condições de financiamento se

terem mantido favoráveis e da continuação da orientação muito acomodatícia da política monetária do BCE;

 Uma evolução do consumo privado em níveis de crescimento moderado, beneficiando da melhoria das

condições no mercado de trabalho e dos progressos alcançados em termos de redução do endividamento das

famílias. De facto, o emprego reforçou o seu crescimento, tendo registado um aumento de 1,6%, em média, em

2017 (1,3% em 2016) e a taxa de desemprego desceu, situando-se em 8,6% em dezembro de 2017 (9,6% em

dezembro de 2016);

 Manutenção das taxas de juro de curto prazo na área do euro em trajetória descendente ao longo de

2017, renovando níveis historicamente baixos, com a Euribor a 3 meses a situar-se, em média, em -0,33% (-

0,26% em 2016); enquanto nos EUA, as taxas de juro de curto prazo prosseguiram o movimento ascendente,

tendo a Libor subido para 1,26% (0,74%, em média, em 2016) refletindo o prosseguimento da normalização da

política monetária em linha com a expansão económica e a subida da inflação.

3 – Contexto Económico Nacional

Procura

Neste enquadramento, a atividade económica da Economia Portuguesa, medida pelo produto interno bruto

(PIB), cresceu 2,7% em 2017, acelerando face aos 1,6% de 2016.

Esta evolução está ligada às seguintes circunstâncias:

 Ao crescimento da atividade económica, desigual ao longo do ano e mais intenso na primeira metade do

ano, com um crescimento médio de 3%, com uma desaceleração na segunda metade para 2,4%, que ficou a

dever-se, sobretudo, à dinâmica do investimento e, por outro lado, a uma ligeira aceleração do consumo privado;

 A um desempenho mais robusto do PIB, devido, sobretudo, a uma maior dinâmica da procura interna,

enquanto a procura externa líquida registou um contributo inferior ao projetado (projeção do OE 2017-outubro

de 2016);

 No capítulo das exportações, a procura externa líquida saldou-se por uma redução ligeira face ao ano

anterior, fruto das exportações crescerem 7,8%, acima dos 4,4% de 2016. Esta aceleração deveu-se, em grande

medida, à forte dinâmica das exportações de serviços (10,9%), com destaque para o setor do turismo, sendo

que as importações, por seu turno, cresceram 8,1%, 3,4 p.p. acima do ano precedente, tendo esta aceleração

sido sentida tanto ao nível da componente de bens (+3,2 p.p.), como dos serviços (+5,2 p.p.).