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Para 2021, a perspetiva do MF para a recuperação da atividade económica em

Portugal (5,4%) está alinhada com as expectativas das principais instituições,

incluindo as do CFP (Quadro 2 e Gráfico 3). Importa salientar que o enquadramento

é feito com cenários elaborados pelas instituições assinaladas no pressuposto da

não intensificação da crise pandémica e de medidas de distanciamento social mais

restritivas e que não consideram as medidas de política da POE/2021.

A composição do crescimento em 2021 da POE/2021 difere das perspetivas

publicadas pelas restantes instituições e pode representar um risco descendente

adicional à dinâmica de recuperação económica. O risco resulta da perspetiva mais

otimista para a evolução das exportações, dado o enquadramento atual da procura

externa e da evolução do turismo. A dinâmica projetada para as exportações,

conjugada com uma redução da elasticidade das importações face à procura

global, traduzem-se num contributo esperado positivo da procura externa líquida

para o crescimento do PIB (1,3 p.p.) e na expectativa de recuperação do saldo da

balança de bens e serviços em 1,4 p.p. para 0,1% do PIB.

Para o crescimento do PIB, este risco está mitigado pela expectativa mais

pessimista do MF quanto à dinâmica do consumo privado, bem como pela

consideração das medidas de política económica constantes da POE/2021, não

consideradas nas demais projeções e previsões. Atendendo à dimensão das novas

medidas de suporte à atividade económica e ao rendimento é de esperar um efeito

positivo sobre a dinâmica de crescimento. No tocante ao consumo privado, o seu

cujo contributo para o crescimento é menor do que o esperado pelas outras

instituições consideradas na análise (Gráfico 3). Esta hipótese, se estiver

devidamente refletida na receita fiscal (não foi possível ao CFP aferir), poderá

contribuir, ceteris paribus, para uma perspetiva prudente do saldo das

Administrações Públicas.

A evolução prevista pelo MF para a taxa de desemprego, abaixo das restantes

projeções conhecidas (Quadro 2 e Gráfico 3), representa também um risco

descendente neste cenário com impacto orçamental. A especificidade da

contração económica em 2020 e as medidas em vigor de apoio ao emprego, levam

à desconexão ou desfasamento entre a evolução da atividade económica e os

desenvolvimentos no mercado de trabalho. Para 2021, a criação de emprego está

dependente não só da rápida recuperação da economia, como da duração e

manutenção das medidas de apoio ao emprego adotadas no atual contexto.

13 DE OUTUBRO DE 2020____________________________________________________________________________________________________________

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