O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

atividade económica, e as perdas num contexto de recessão são partilhadas com os credores. Em termos gerais, os instrumentos de capital correspondem às ações representativas do capital social das empresas, enquanto os instrumentos de dívida são as obrigações emitidas pelas empresas, os empréstimos e depósitos entre instituições, bem como as obrigações do Tesouro e os Bilhetes do Tesouro emitidos pelo Soberano. Os instrumentos de capital caracterizam-se, tipicamente, pela valorização (desvalorização) em períodos de expansão (recessão) económica, sendo os ganhos (as perdas) imputados ao acionista, existindo risco no capital investido. Posteriormente, os instrumentos de capital que estão dentro da categoria funcional "investimento direto" são considerados uma fonte de financiamento mais estável para as empresas do país, em oposição à categoria "investimento de carteira" que se caracteriza pela facilidade de transação (liquidez) nos mercados financeiros. Relativamente aos instrumentos de dívida, estes serão reembolsados quando atingirem a maturidade independentemente do ciclo económico, pelo que as perdas de uma recessão ficam no lado do devedor (desde que este não seja insolvente). Além disso, no caso dos instrumentos de dívida incluídos dentro da categoria funcional "investimento de carteira", estes caracterizam-se pela maior facilidade de transação em mercados financeiros, quando comparados com os instrumentos de dívida incluídos na categoria funcional "investimento direto".

202. Os títulos de dívida pública Obrigações do Tesouro e Bilhetes do Tesouro são instrumentos de dívida

incluídos na categoria funcional "investimento de carteira", pelo que o investidor terá maior facilidade em se desfazer dos títulos que tenham, entretanto, ficado mais arriscados (i.e., risco aferido pelo aumento da taxa de juro implícita em mercado secundário). Consequentemente, será também mais difícil emitir novos títulos de dívida em conjunturas económicas adversas.

Gráfico 34 – Dívida externa líquida de Portugal, 2000 a 2020 (em percentagem do PIB)

Fontes: Banco de Portugal, INE e cálculos da UTAO.

203. O peso da dívida externa líquida no PIB diminuiu entre o final de 2018 e o final de 2019, o que

contribuiu para a melhoria da PII. A dívida externa líquida é um subconjunto da PII, sendo que a dívida externa encontra-se presente nos instrumentos "investimento de carteira", "investimento direto" e "outro investimento".36 O peso da dívida externa de Portugal desceu de 88,9% do PIB no final de 2018 para 84,2% no final de 2019 (Gráfico 35), devido ao contributo do sector privado (25,7% no final de 2018 para 21,0% no final de 2019), enquanto a dívida externa do sector institucional manteve-se em 63,2%.37 No entanto, apesar do valor da PII permanecer negativo, verificou-se uma evolução positiva em 2019, refletindo uma melhoria da PII de – 106,4% no final de 2018 para – 100,5% no final de 2019 (Gráfico 36).38 Para esta evolução da PII em 2019, contribuiu sobretudo o sector privado. Os dados entretanto disponíveis para 2020 apontam para a deterioração da Posição de Investimento Internacional.

36 Por definição estatística, os instrumentos da PII correspondem ao investimento direto, ao investimento de carteira, ao outro investi-mento, aos ativos de reserva, aos derivados financeiros e às opções sobre ações concedidas a empregados. Estes instrumentos têm ativos e passivos relativamente ao resto do mundo. No caso da dívida externa, os ativos e passivos estão incluídos nos três primeiros instrumentos. 37 No entanto, importa salientar que as instituições financeiras residentes podem obter financiamento externo que, por sua vez, é direcionado para o financiamento do sector institucional Administrações Públicas. 38 Os montantes da PII e da dívida externa líquida incluem títulos de dívida valorizados a preços de mercado, enquanto na data de amortização os títulos de dívida terão de ser reembolsados ao valor nominal.

-10

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

dez-

2000

dez-

2001

dez-

2002

dez-

2003

dez-

2004

dez-

2005

dez-

2006

dez-

2007

dez-

2008

dez-

2009

dez-

2010

dez-

2011

dez-

2012

dez-

2013

dez-

2014

dez-

2015

dez-

2016

dez-

2017

dez-

2018

dez-

2019

dez-

2020

Total Administrações Públicas Restantes sectores institucionais

16 DE JUNHO DE 2021 ______________________________________________________________________________________________________

227