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que condicionaram a atividade económica), a recuperação da economia beneficiou da reversão das restrições motivadas pela situação pandémica, tendo-se assistido a uma recuperação das atividades mais afetadas pela pandemia, com reflexo em particular nas exportações de serviços e no consumo privado. Este efeito foi particularmente evidente no primeiro trimestre do ano, quando o PIB registou uma taxa de crescimento em cadeia de 2,4%, que compara com uma relativa estabilização da atividade no segundo trimestre (0,1%). De acordo com o Inquérito Rápido e Excecional às Empresas (IREE)6, em maio de 2022, as condições necessárias ao funcionamento estavam restabelecidas em 90% das empresas e 56% já tinham alcançado ou ultrapassado o nível de atividade pré-pandemia de COVID-19.

O aumento das pressões inflacionistas no decurso de 2022, com particular incidência nos bens energéticos e alimentares, levou o Governo a implementar um conjunto alargado de medidas ao longo do ano com o objetivo de mitigar os efeitos da inflação nos rendimentos das famílias e na atividade das empresas. Com efeito, considerando fevereiro de 2022 como período base (antes do início do conflito na Ucrânia), o Índice de Preços no Consumidor (IPC) situou-se, em agosto, 6,3% acima do valor de fevereiro, sendo 60% deste aumento atribuível à subida dos preços dos produtos energéticos e dos bens alimentares não processados.

A informação disponível sobre o comportamento da economia na segunda metade de 2022 sugere um menor dinamismo da atividade económica. Com a envolvente externa a tornar-se menos favorável, surgem sinais de abrandamento em alguns indicadores. É o caso do Indicador Diário de Atividade Económica do Banco de Portugal, que apresenta uma evolução consistente com uma desaceleração significativa da atividade, particularmente no mês de setembro. Os indicadores coincidentes para a atividade económica e para o consumo privado do Banco de Portugal validam esta leitura. Por sua vez, o indicador de confiança dos consumidores diminuiu em setembro, após ter-se mantido estável nos últimos seis meses. Ainda assim, por ser mais moderada, esta evolução compara favoravelmente com o observado na área do euro, onde a confiança dos consumidores diminuiu para o nível mais baixo desde que há registo (1985). Note-se porém que as opiniões dos consumidores são mais pessimistas no que concerne ao estado da economia em geral do que à respetiva situação financeira pessoal. A resiliência nos setores da construção e da indústria são igualmente notórias. A maior divergência face à área do euro reside na confiança nos serviços, que, em Portugal, permanece em níveis significativamente acima da sua média histórica, não obstante a sua trajetória descendente. Note-se que, de acordo com a Comissão Europeia, em setembro, o indicador de sentimento económico na UE caiu pelo sétimo mês consecutivo.

6 Instituto Nacional de Estatística e Banco de Portugal, edição de maio de 2022.

10 DE OUTUBRO DE 2022 _______________________________________________________________________________________________________________

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