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II SÉRIE-A — NÚMERO 243

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Quadro 5 – Cenário Macroeconómico

Fontes: INE – Contas Nacionais; Ministério das Finanças (PE 23-27, abril23).

e estimativa; p previsão.

O crescimento do PIB em 2023 ficará a dever-se ao desempenho da procura interna, em particular à dinâmica

positiva do investimento público, com um crescimento substancial motivado pelo aumento dos fluxos dos fundos

da Política de Coesão e do PRR, cuja execução irá aumentar significativamente. Nos anos subsequentes, a

execução de projetos financiados pelo PRR será complementada pela absorção de fundos do Quadro Financeiro

Plurianual 2021-27, resultando em crescimentos médios superiores a 10 % entre 2023 e 2026. Também a taxa

de investimento financiado por fundos nacionais deverá atingir um nível historicamente elevado.

O mercado de trabalho deverá manter-se resiliente em 2023. Perspetiva-se uma subida da taxa de

desemprego para 6,7 %, que se deve ao aumento previsto da taxa de atividade para um novo máximo, dado

que o emprego continuará a crescer em 2023, apesar de a um ritmo mais moderado. A partir de 2023, e no

horizonte projetado, a taxa de desemprego estabilizará em torno dos 6 %, fruto de um crescimento moderado

do emprego e de uma relativa estabilização da taxa de atividade num cenário de estabilização da população em

idade ativa.

Prevê-se que o IHPC desacelere para 5,1 % em 2023, uma revisão de 1,1 p.p. em alta, em face do OE. A

desaceleração da inflação relativamente a 2022 (menos 3 p.p.) deve-se aos sinais positivos que já se verificam

quanto ao desempenho dos preços dos bens energéticos e à desaceleração nos preços dos bens alimentares

que deverá ser acentuada com a entrada em vigor da medida de redução do IVA para 0 % em vários bens

alimentares essenciais, num contexto de dissipação dos choques-preço de origem externa (com reflexo na

redução dos preços dos bens importados) mas em que a inflação subjacente permanece elevada. A partir de

2023, a inflação tenderá a convergir para níveis consistentes com o objetivo de 2 % do BCE.

No que diz respeito às contas externas, em 2023, o défice da balança de bens e serviços deverá reduzir-se,

suportado sobretudo pelo desempenho das exportações de turismo e pela redução dos preços dos bens

energéticos, perspetivando-se um excedente em 2026. Também em 2023, a balança corrente deverá apresentar

um saldo positivo de 0,4 %, resultante do reforço dos fluxos de fundos europeus, e a balança de capitais, deverá

apresentar um excedente de 2,1 %. Desta forma, em 2023, a economia portuguesa deverá registar uma

capacidade de financiamento de 2,4 %, que deverá estabilizar em torno de 1,5 % no horizonte projetado. Este

desempenho permitirá reforçar a trajetória de redução do endividamento face ao exterior.

INE OE 2023

2022 2023 p 2023e 2024p 2025p 2026p

PIB e componentes da despesa (taxa de crescimento real, %)

PIB 6.7 1.3 1.8 2.0 2.0 1.9

Consumo privado 5.8 0.7 0.6 1.3 1.4 1.5

Consumo públ ico 1.7 2.3 2.6 1.2 1.0 1.0

Investimento (FBCF) 3.0 3.6 3.4 5.3 4.0 3.1

Exportações de bens e serviços 16.7 3.7 4.3 4.0 4.3 4.1

Importações de bens e serviços 11.1 4.0 3.7 4.1 4.1 3.8

Contributos para o crescimento do PIB (p.p.)

Procura interna 4.6 1.6 1.6 2.1 1.9 1.8

Procura externa l íquida 2.1 -0.3 0.2 -0.1 0.1 0.2

Evolução dos preços (taxa de variação, %)

Deflator do PIB 4.4 3.6 5.7 3.0 2.4 2.3

Taxa de inflação (IHPC) 8.1 4.0 5.1 2.9 2.1 2.0

Evolução do mercado de trabalho (taxa de variação, %)

Emprego (ótica de Contas Nacionais ) 2.0 0.4 0.3 0.5 0.3 0.2

Taxa de desemprego (% da população ativa) 6.0 5.6 6.7 6.4 6.2 6.0

Produtividade aparente do trabalho 4.6 0.9 1.4 1.5 1.7 1.7

Saldo das balanças corrente e de capital (em % do PIB)

Capacidade/necess idade l íquida de financiamento face ao exterior -0.6 1.5 2.4 1.0 1.5 1.5

Sa ldo da balança corrente -1.5 -1.1 0.4 -0.5 -0.2 0.1

da qual: sa ldo da balança de bens e serviços -2.5 -2.6 -0.7 -0.5 -0.2 0.0

Sa ldo da balança de capita l 0.9 2.6 2.1 1.5 1.6 1.5

PE 23-27