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16 DE JULHO DE 2024

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Esta vacina já faz parte do Programa Nacional de Vacinação de vários países europeus, como Espanha,

Itália, Grécia, Suíça, Luxemburgo, Reino Unido, Bélgica, Países Baixo, Polónia, Alemanha, Eslovénia e Chipre,

sendo a mesma recomendada pelos Governos de 19 países europeus.

Em Portugal, a comunidade médica tem vindo a alertar para a importância e a necessidade de generalizar a

administração desta vacina a todas as populações elegíveis. A Sociedade Portuguesa de Geriatria e

Gerontologia, reconhecendo o impacto desta doença na população, recomenda desde 2021 a administração da

vacina recombinante contra o Herpes Zoster a todos os indivíduos com mais de 50 anos7. Também a Sociedade

Portuguesa de Medicina Interna e a Associação Nacional de Medicina Geral e Familiar, em 2023, elaboraram

um documento de consenso com recomendações para vacinação contra o Herpes Zoster, onde recomendam

igualmente a vacinação a todos os adultos com idade igual ou superior a 50 anos, mas também a adultos com

idade entre os 18 e 49 anos com risco elevado de zona. Neste documento, os especialistas concluem que «a

vacinação é uma estratégia eficaz na prevenção da zona e da NPH, permitindo reduzir a morbilidade associada

à doença e, assim, melhorar a qualidade de vida dos doentes e reduzir os custos com cuidados de saúde.»,

terminando com um apelo às autoridade de saúde: «Estas orientações visam também sensibilizar os médicos e

as autoridades de saúde para a importância de promover a vacinação contra o HZ e de melhorar a literacia dos

doentes relativamente à zona.»8

Acresce referir que a HZ tem a particularidade de não se transmitir de pessoa para pessoa, mas de poder

transmitir varicela a quem nunca a teve. Estatisticamente, os dados disponíveis relativos à incidência de HZ em

Portugal são ainda limitados, dado que não existe a obrigatoriedade de notificação da doença, no entanto,

estima-se que 30 % da população seja afetada, como indica o estudo9 publicado em 2020 na Revista Portuguesa

de Medicina Geral e Familiar.

Na população com doença crónica e imunocomprometida o risco é acrescido: têm 51 % maior probabilidade

de desenvolver Zona, mais 25 % de risco de recorrência da doença e mais do dobro (2,37) da possibilidade de

vir a ter complicações graves, na sequência da reativação, do que indivíduos imunocompetentes.

Adicionalmente, as pessoas imunocomprometidas apresentam 2,93 vezes mais necessidade de internamento

hospitalar, permanecem 12 % mais tempo em internamento e têm baixas médicas 20 % mais prolongadas,

comparativamente à população sem doença crónica e imunocompetente.

É, portanto, necessário incrementar o diálogo entre médicos e utentes sobre os benefícios da vacinação em

adultos, bem como promover o acesso total a estas vacinas, não só para a melhoria das condições de saúde

da população em geral, mas também numa perspetiva de prevenção global, evitando doenças e complicações,

e consequentemente custos acrescidos quer para o utente quer para o SNS.

No caso da Zona e das complicações daí decorrentes, estima-se que as despesas com cuidados médicos

rondem os 105 milhões de euros/ano, num país como a Alemanha, sendo que os custos relacionados com o

absentismo laboral dos doentes e respetivos cuidadores sejam ainda mais elevados do que os contabilizados

para a prestação de cuidados de saúde.

Em média, uma pessoa com Zona fica de baixa por doença cerca de 12,5 dias/por episódio e, nos casos de

indivíduos afetados pela NPH, este período pode chegar aos dois meses.

O Chega entende que o Governo deve, caso tenha em sua posse o parecer técnico da entidade competente,

garantir o acesso e a equidade aos esquemas de vacinação no nosso País, integrando no Programa Nacional

de Vacinação a vacina contra o HZ, dada a importância da prevenção da doença e objetivando uma maior e

melhor longevidade dos cidadãos.

Assim, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentalmente aplicáveis, os Deputados do Grupo

Parlamentar do Chega recomendam ao Governo que:

• Em articulação com a Direção-Geral da Saúde, proceda à integração no Programa Nacional de

Vacinação, da vacina contra o Herpes Zoster (Zona).

Palácio de São Bento, 15 de julho de 2024.

7 Especialistas defendem vacinação de idosos contra várias doenças (dn.pt) 8 Revista da SPGG, N0, dezembro 2021. Disponível em:N0_Revista_SPGG.pdf 9 Vacina contra o herpes zoster em Portugal | Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (rpmgf.pt)