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II SÉRIE-A — NÚMERO 168

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num diploma régio produzido no próprio concelho de que o território de Mouçós fazia parte. Até ao final desse

século, D. João I apresentaria ainda à Igreja três abades: Martim Amado, João Longo e Pedro Fernandes.

Na segunda metade do Século XV, a Casa de Vila Real é já uma das mais preponderantes do reino. Neste

contexto, o padroado da Igreja de Mouçós é-lhe oferecido, razão pela qual a apresentação dos abades passa a

competir aos sucessivos marqueses. É justamente na transição do Século XV que a figura do Abade de Mouçós

adquire o seu estatuto maior, primeiro com Fernão de Brito e, depois, com Pedro de Castro.

O Abade Fernão de Brito, «colaço e parente do Sr. D. Pedro de Meneses, Conde de Vila Real, mandou erigir

a Capela da Senhora da Piedade, anexa à Igreja Paroquial de Mouçós. É no interior dessa capela que se

encontra a sua imponente arca tumular, entretanto classificada como imóvel de interesse público.

Por seu turno, D. Pedro de Castro, o mais notável dos abades de Mouçós, assume o título em 1505, que vem

a acumular com os de Capelão do Marquês de Vila Real, Abade de Freamunde e Protonotário Apostólico,

dignidade pontifícia com privilégios quase episcopais.

Em 1556, o Abade João de Sá, elabora o tombo das propriedades detidas à época pela Igreja de Mouçós,

um pormenorizado caderno de 52 páginas que hoje se conserva à guarda do arquivo distrital de Braga.

Em 1609, por exemplo, o Marquês de Vila Real, à época D. Miguel Luís de Meneses, ainda apresenta o seu

capelão, Pero Frade, à Igreja de São Salvador de Mouçós.

Em 1706, São Salvador de Mouçós, reitoria da Casa do Infantado, mantém-se como uma das igrejas mais

ricas do termo de Vila Real, rendendo anualmente «mais de trezentos mil réis».

3.2. Caracterização da Romaria da Senhora da Pena/Andor da Senhora da Pena

O Andor da Senhora da Pena constitui a manifestação mais expressiva da procissão e da festa homónimas,

que se realizam desde meados do Século XVIII na freguesia de Mouçós, atraindo dezenas de milhar de romeiros.

Todos os anos, o andor demora cerca de dois meses a ser preparado, num processo que de algum modo o

reinventa visualmente, porque quase tudo é refeito de raiz. Centenas de ornamentos, mais de mil metros de

tecido e dezenas de quilos de alfinetes ajudam a revestir a estrutura de madeira, com base num trabalho

minucioso. Depois de pronto, o andor impressiona pelas suas formas, texturas e cores, mas sobretudo pela sua

altura, que ultrapassa os 23 metros.

No dia da procissão, o segundo domingo de setembro, o andor chega a pesar perto de três toneladas, sendo

transportado em ombros por mais de uma centena de pessoas, num percurso circular de 950 metros, à volta do

recinto do santuário. No final, frente à Capela da Senhora da Pena, os carregadores elevam repetidas 3 vezes

a estrutura ornamentada, dando lugar por breves instantes a um movimento admirável, a que o povo chama a

«dança do andor».

A organização da romaria é assumida de forma rotativa por 11 aldeias da freguesia. Na procissão, o

transporte em ombros do Andor da Senhora de Pena fica sempre a cargo dos habitantes da aldeia à qual

compete organizar a edição do ano seguinte, aceitando assim, este ritual.

Trata-se, portanto, de uma organização peculiar, de características etnográficas, sociológicas e

antropológicas distintivas, mas trata-se também de um esforço comunitário, de uma tradição antiga que fortalece

o sentimento de pertença à comunidade, o espírito de entreajuda e a solidariedade entre as povoações vizinhas

que partilham o território de Mouçós.

4. Infraestruturas sociais, educativas, recreativas e culturais

Mouçós está servido por diversas infraestruturas sociais, educativas, de saúde, recreativas e culturais e

desportivas.

No campo dos serviços públicos da administração central ou local prestados presencialmente e com caráter

permanente, Mouçós dispõe de:

▪ Espaço de cidadão;

▪ Balcão SNS 24;

▪ Posto de correios CTT;