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12 DE FEVEREIRO DE 1993

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permitindo uma mais racional organização dos recursos disponíveis, com a sua consequente rentabilização:

3.2.1 — Consultas externas e meios complementares de diagnóstico menos invasivos;

3.2.2 — Exames especiais;

3.2.3 — Actos terapêuticos programados, designadamente intervenções cirúrgicas, incluindo a progressiva implementação de um programa de cirurgia do ambulatório;

3.3 — Reorganização do internamento, no sentido da implementação de universos espaciais e organizacionais de prestação de cuidados mais vastos, de modo a permitir uma mais eficaz e eficiente afectação de recursos.

Deve ser mantida a tradicional metodologia de organização do trabalho de acordo com as especialidades médicas.

O Plano para esta área funcional do internamento não tem, todavia «como consequência uma redução substancial de camas em alguns serviços».

A redução do número de camas hospitalares de agudos é uma medida genericamente tomada em todas as reorganizações que são levadas a cabo.

A já referida evolução da organização hospitalar, determinada por factores concretos e bem identificados, determina, não só em Portugal, uma significativa redução das camas existentes e sua reconversão. Entre nós é um trabalho que urge levar a cabo com determinação e persistência, face às elevadas carências existentes.

Sendo esta uma regra geral, não foi a que ocorreu em relação ao Hospital Distrital de Faro, onde o Plano Director propõe um acréscimo da lotação do Hospital em camas de agudos.

Com excepção da ortopedia todas as valências, pediatria incluída, viram as suas lotações aumentarem ou, no mínimo, manterem-se.

A lotação de agudos do Hospital Distrital de Faro passará, pois, a ser a seguinte:

Gutüá

Edifício principal do Hospital...................... 422

Edifício anexo com circulações horizontais e verticais adequadas................................ 60

Total........................... 482

Um acréscimo de 32 camas (7,2 %).

Mas mais importante do que o presente acréscimo é o aumento significativo da qualidade das camas:

Aumento da capacidade da unidade de cuidados intensivos polivalente de 3 para 10 camas;

Criação da unidade de cuidados intensivos coronários, com 4 camas, sendo 1 de isolamento;

Instalação da unidade de neonatologia, junto da pediatria, em melhores condições do que as actuais, de acordo com os responsáveis, e com a possibilidade de aumento da lotação em 6 berços.

O mais significativo ganho será, todavia, obüdo com o estabelecimento de uma estrutura espacial mais flexível, segundo os já referidos universos mais vastos que permitam rentabilizar as 100 camas que, em média, estiveram diariamente devolutas no Hospital Distrital de Faro ao longo do ano de 1992.

A pediatria reduzirá a sua lotação em seis camas (20 %), embora aumentando a lotação da unidade de neonatologia no mesmo número de berços, pelas razões seguintes:

A sua taxa de ocupação era baixa (47 %) em 1991, aliás como em todos os hospitais que não foram recentemente reorganizados;

A unidade de neonatologia será implementada junto da restante área de internamento, o que permitirá um melhor aproveitamento do espaço e dos recursos humanos diferenciados.

Os responsáveis da área funcional de pediatria ouvidos sobre a matéria, embora manifestando o seu natural desejo de mais lotação, entenderam e aceitaram a bondade técnica da solução encontrada.

A ortopedia reduzirá a sua lotação em cerca de 20 camas, pelas três razoes seguintes:

A área funcional de ortopedia em internamento, 82 camas, é em Portugal a de maior lotação de todos os hospitais não centrais e é mesmo mais elevada do que a de alguns destes;

A baixa rentabilidade da mesma em 1991, com uma elevadíssima demora média de 19,3 dias e uma taxa de ocupação de 92,7 % acima dos limites qualitativos desejáveis, foi posta à consideração do seu responsável máximo, aquando da sua audição, e não encontrou por parte deste resposta que não passasse pela redução do número de camas, como aliás se refere no texto do Plano Director, Uma gestão mais integrada das 82 camas destinadas às valências ortopédica, oftalmológica e de otorrino, que poderá fazer variar a lotação base a utilizar por cada valência de acordo com as necessidades pontuais.

Pensa-se, pois, ainda em relação ao internamento, que todas as valências ficaram claramente em condições de produzir mais e, sobretudo, melhor.

A ortopedia ficará com uma capacidade instalada mais adequada à produção que apresenta e poderá, se melhorar a sua produtividade, fazer igualmente mais e melhor, a exemplo de outras instituições similares no País dotadas de recursos bem mais escassos.

4 — Todos os responsáveis cujas áreas funcionais sofreram propostas de alteração foram ouvidos em reuniões conjuntas entre o signatário e o conselho de administração do Hospital Distrital de Faro.

Como se constatará pela leitura do Plano Director, todos os pareceres foram contemplados, com excepção dos expressos pelo responsável da ortopedia, por razões então e agora fundamentadas.

5 —Não se conhecem quais as manifestações contra o Plano Director aprovado pelo membro do Governo competente, o Ex."*' Secretario de Estado Adjunto do Ministro da Saúde.

A existirem, elas deveriam ter sido devidamente fundamentadas e remetidas ao conselho de administração do Hospital Distrital de Faro, que desde 5 de Março de 1992 vem procedendo à divulgação do Plano Director e recolha de pareceres.

O Plano Director pretende ser, e terá de ser, um documento de princípios programáticos coerentes que permitam estabelecer com rigor a missão do Hospital. Ter-se-á, todavia, a flexibilidade necessária para aceitar todos os contributos tecnicamente justificáveis e oportunos, sob o ponto de vista da gestão, desde que não contrários aos já referidos princípios programáticos.

Tais contributos serão, po significam de envolvimento e adesão por pane uo» amores.

6 — Um plano director que procure mudar algo sofrerá inevitavelmente contestação.