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II SÉRIE-B — NÚMERO 33

Estado dos Assuntos Fiscais, defiram a pretensão da Têxtil Lopes da Costa do pagamento integral das dívidas ao fisco em 10 anos, com 2 anos de carência.

Perante a realidade sócio-económica da região onde a

Têxtil Lopes da Costa se localiza — a serra da Estrela—, onde a dinâmica empresarial é reduzida e a crise de todo o sector têxtil é cada vez mais significativa;

Considerando o peso relativo da Têxtil Lopes da Costa no concelho de Gouveia, representando 20 % da população activa no sector secundário, havendo freguesias inteiras que dependem em exclusivo desta fábrica;

Tendo em atenção os problemas de desertificação do interior, que uma nova fase de emigração, muitas vezes sazonal e precária, tende a acentuar, com todos ps dramas sociais que ocasiona: '

Também a situação de sobrevivência económica de centenas de famílias, muitas delas dependendo 100 % do salário que recebem da empresa, terá de ser ponderada è atendida, já que, acreditando numa política de modernização dos têxteis a partir da adesão comunitário, programaram a melhoria das suas condições de vida a médio prazo com pagamentos acordados e que correm agora riscos evidentes de insolubilidade dos respectivos contratos.

Neste particular, queremos evidenciar que a crise na Têxtil Lopes da Costa está já" a ter reflexos muito evidentes na própria juventude, pois que começa a ver-se impossibilitada de prosseguir os seus estudos por falta de estrutura económica.

São portanto evidentes os riscos'que desta situação advêm para o futuro desta região, já de si tão castigada.

As empresas são fundamentalmente pessoas e as suas questões têm de ser importantes para todas" as decisões.

O Estado deve pois assumir plenamente as suas responsabilidades perante a Têxtil Lopes da Costa, mas particularmente perante os trabalhadores: '

Permitam-nos qiie terminemos com uma interrogação: será pedir demais? '

Se não há enquadramento, legal, deve promover-se a criação de legislação que o venha permitir e para isso basta vontade política.

Em resumo: se o Estado Português possibilitar o pagamento dos montantes em dívida ao fisco durante 10 anos, com 2 anos de carência, â Têxtil Lopes da Costa será viabilizada, os postos de trabalho serão mantidos e o desenvolvimento regional será garantido.

Da nossa parte estamos dispostos a assumir compromissos e olhar o futuro, construindo nesta* empresa centenária um modelo de gestão que nos permita enfrentar a concorrência europeia e internacional.

Este grupo empresarial está disposto a córier riscos e a promover investimentos.

Chegou a hora das decisões na Têxtil Lopes da Costa; tudo depende exclusivamente dá decisão do Governo Português. • •**

Pelá nossa parte estamos abertos a todo 0 tipo de reuniões que esclareçam as nossas intenções e projectos que transformem esta fase dé renovação da Têxtil Lopes da Costa num empreendimento bem definido e concreto.

Estamos disponíveis para qualquer decisão dialogada, desde que seja numa decisão urgente, já que o que está neste momento em jogo não é. a empresa em si, o prestígio dos seus gestores, mas muito simplesmente p futuro de centenas de postos de trabalho, numa empresa de nível europeu em todas as suas componentes. , -

Contamos com todos para uma decisão positiva.

Reunião efectuada nas instalações da Têxtil Lopes da Costa, S. A., sitas em Moimenta da Serra, concelho de Gouveia, distrito da Guarda, pelas 11 horas de 1 de Abril de 1995.

Presenças;

Dr. Santinho Pacheco, presidente da Câmara Municipal de Gouveia; Sr. Bryan Lodder; Sr. Trevor Wiseman;

Sr. David Erridge, presidente do concelho de administração da Têxtil Lopes da Costa;

Dr. Alípio de Melo, administrador-delegado da Têxtil Lopes da Costa;

Sr. Yoshiharu Miyakawa, vogal do conselho de administração da Têxtil Lopes da Costa;

Engenheiro Luís Mimoso, assessor do conselho de administração da Têxtil Lopes dà Costa.

Usou da palavra o presidente do conselho de administração para agradecer a presença do Sr. Presidente da Câmara, aproveitando também para salientar toda a colaboração prestada.

Respondeu o Sr. Presidente da Câmara estar extremamente preocupado com toda a situação que se vive à volta do problema da Têxtil Lopes da Costa, reforçando a sua disponibilidade para tudo o que for necessário empreender.

De seguida usou da palavra o administrador-delegado, Dr. Alípio de Melo, para fazer um resumo histórico-proces-sual da situação da empresa.

Resumindo:

Fundação: 1867;

Capital social: 1 519 000 000$;

Número de trabalhadores: 375;

Produtos e mercados: fios industriais para a indústria de malhas, sobretudo no mercado nacional, embora tenha tido em 1992 e 1993 actuação também no mercado espanhol.

Dadas as dificuldades económicas, apresentou-se a empresa, em Junho de 1993, ao abrigo do Decreto-Lei n.° 177/ 86.

Em Setembro de \994 viu a empresa aprovada a proposta do administrador judicial com cerca de 86 % de votos favoráveis.

Na sequência deste processo, foi então nomeado o actual conselho de administração, composto da seguinte forma:

David R. Erridge, presidente;

Dr. Alípio de Melo, administrador-delegado;

Yoshiharu Miyakawa,.vogal;

Dr. Artur Sousa Marques, vogal;

José Pedro Folque de Mendonça, vogal.

Prosseguidas as diligências e contactos com grupos estrangeiros, consubstanciados quer na vinda a Portugal de representantes desses grupos quer nas diligências efectuadas pelo Sr. David Erridge em viagens à Bélgica, Áustria, Alemanha, Inglaterra e França, bem como pelo Sr. Yoshi em viagem ao Japão, onde teve contactos com os accionistas Toyobo, Japan Exlan e Mitsui.

Na sequência destes contactos veio a Portugal o Sr. Bob Rodgers, do IWS (Secretariado Internacional da Lã), que féz um estudo e levantamento técnico da Têxtil Lopes da Costa cujo resultado final é extremamente positivo.