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II SÉRIE-B — NÚMERO 32

fotografia em qualquer universidade do Estado, situação que, na Europa, parece acontecer apenas em Portugal e na Grécia. O Ministério da Educação criou, assim, determinadas expectativas nos alunos do ensino secundário, que depois não têm qualquer possibilidade de concretização. Seria, por isso, importantíssimo que houvesse uma recomendação do Ministério da Cultura neste sentido.

3 — Políticas de exposição

0 ponto «Políticas de exposição» é subdividido nos seguintes aspectos:

1 — Produção. — O CPF deve privilegiar os projectos que encomendou ou comprou, fazendo acompanhar as exposições, sempre, do respectivo catálogo.

2 — Apoio. — Na sua actividade de apoio a produções de outros agentes, o Centro Português de Fotografia poderá:

á) Apoiar a produção:

Uma boa parte deste esforço deverá ser dedicada ao apoio a primeiras produções (independentemente da idade do produtor) com prioridade a autores portugueses;

Um interesse muito especial deverá também ser dedicado a projectos de publicitação de autores históricos, neste caso com prioridade absoluta a autores portugueses;

b) Apoiar os projectos de exibição: neste caso, parece não ser de excluir as hipóteses de apoios a projectos que envolvam autores ou temas internacionais, muito embora possa ser preferível que a produção de fotógrafos estrangeiros a apoiar envolva a realidade portuguesa.

3 — Critérios de concessão dos apoios. — Os critérios de avaliação de projectos para concessão de apoios deverão atender ao autor (nomeadamente por avaliação do currículo), bem como ao projecto específico. Prevendo-se que, uma vez publicitadas estas políticas de apoio, o Centro Português de Fotografia virá a receber inúmeras solicitações, e dada a extrema carência e dificuldade que até hoje se tem registado, haverá que proceder com extremo cuidado na avaliação da credibilidade dos autores e dos projectos.

A concessão de apoios deverá ainda tomar em linha de conta as contrapartidas que deles possam advir, contrapartidas que vão desde a publicitação do apoio, doação de provas (número de provas a negociar, caso a caso), disponibilização da exposição para itinerâncias, conferência, visita guiada ou encontro do autor com o público, etc.

Os procedimentos de organização dos processos de apoio, bem como os da sua avaliação e aprovação, devem, em linhas gerais, seguir os trâmites indicados atrás, no caso dos pedidos de apoio a projectos de produção.

O Centro Português de Fotografia deverá, em cada ano, definir e publicitar períodos para apresentação de projectos e sua avaliação, de forma a simplificar o seu funcionamento.

4 — Espaços de exposição. — 0 Centro Português de Fotografia deverá ter um espaço próprio com exposições regulares, como forma de atrair e fixar públicos e de dar a conhecer o seu próprio acervo, as colecções de Estado e ou outras que estão à sua guarda ou me sejam propostas.

Deve estabelecer protocolos com um grande número de

instituições (nomeadamente museus, fundações, etc), por todo o País, protocolos mediante os quais estas instituições se comprometam a mostrar fotografia com uma periodicidade e com contrapartidas a definir caso a caso. Dado que parece ser um ponto geral de intenção do Estado o descentralizar de todas as actividades, chama-se a atenção para o facto de que nenhum médium é mais próprio para promover esta descentralização do que a fotografia. Assim, o grupo entendeu que se deve dar absoluta prioridade a este processo de acordos múltiplos com um número muito alargado de instituições.

5 —Apoios logísticos. — O Centro Português de Fotografia deverá possuir equipamento próprio de exposição para emprestar ou alugar no quadro de projectos de exposição que apoie ou dos acordos indicados no n.° 4.

Tal equipamento deve incluir: caixotes de transporte de molduras, em tamanhos estandardizados, molduras, equipamento de iluminação. Igualmente importante é a possibilidade de o Centro Português de Fotografia poder prestar apoio técnico de montagem, nomeadamente no caso de agentes que não costumam incluir na sua programação exposições de fotografia ou de novos produtores. A situação ideal seria o Centro Português de Fotografia ter uma viatura para o apoio a exposições.

4 — Políticas editoriais

A proposta para as políticas editoriais aponta para as seguintes conclusões:

1 — O Centro Português de Fotografia deverá ter um órgão de divulgação da sua actividade, que funcione como meio de comunicação sobre a fotografia nacional e internacional, veículo de divulgação de actividades de investigação, de produção, crítica, informação bibliográfica, agenda de acontecimentos (nacionais e internacionais, através de uma rede de correspondentes), etc, órgão que deverá suprir a extrema carência que neste campo sempre existiu em Portugal.

Considerou-se ponderado iniciar a experiência com a fórmula «jornal», por razões financeiras, por razões de uso e por razões de organização do trabalho (carência de textos, exigências de impressão, etc.)

Considerou-se ainda que este jornal deveria começar por ser bimensal, observando-se a evolução da experiência, quer em termos de periodicidade, quer em termos de fórmula (revista/jornal).

2 — Deverá iniciar-se a publicação de uma colecção de livros, de autores ou temas portugueses, prevendo-se ainda o caso de autores que, sendo estrangeiros de nacionalidade, têm uma obra portuguesa (casos como os de Benoliel, Rochini, Biel, etc). Pensou-se que deveriam editar-se três títulos por ano, pelo menos de início, em versão bilingue. Caso o encargo financeiro com esta colecção, neste ritmo de produção, não seja comportável, admite-se que possam ser levados a cabo em colaboração com uma editora ou em regime de co-produção, aparecendo sempre como edição do Centro Português de Fotografia.

Deverá haver um absoluto equilíbrio entre os números dedicados a temas/autores antigos e contemporâneos.

O arranjo gráfico deve ser muito cuidado, com formato sempre igual, identificativo da colecção, muito embora a concepção de cada número particular possa ser adequada ao seu conteúdo específico. Neste sentido, deverá ser encomendado um.estudo gráfico a um especialista.