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8 | II Série B - Número: 172 | 27 de Julho de 2009

reconversão seria uma mais-valia para a oferta turística do Douro vinhateiro, classificado como património mundial da Unesco.
9. Acresce que, segundo os peticionários, a recuperação do referido mosteiro constituiria um investimento com sucesso e rentabilidade económica, também determinante para a criação de emprego na região. Os peticionários referem que o projecto poderia criar cerca de 100 postos de trabalho, entre directos e indirectos.
10. Neste sentido, os peticionários solicitam que se «reconheça como de interesse para Portugal a reconversão do Dormitório do Mosteiro de S. João de Tarouca em unidade hoteleira»; e «recomende aos órgãos de soberania competentes a adopção das medidas legislativas e regulamentares necessárias à concretização deste projecto».
11. A petição foi remetida em 18 de Março corrente ao Sr. Ministro da Economia e Inovação e ao Sr.
Secretário de Estado do Turismo através do Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares dando cumprimento ao relatório intercalar e com o objectivo de conhecer a posição do Governo sobre a pretensão dos peticionários, e que é claramente concordante.
12. Foi recebida e ouvida pela Deputada relatora uma delegação dos peticionários entre os quais o Sr.
Presidente da Assembleia Municipal de Tarouca, o Sr. Presidente da Câmara Municipal de Tarouca, o Sr. Presidente da Junta de Freguesia de S. João de Tarouca e o Sr. Presidente da Assembleia de Freguesia de S. João de Tarouca. Nesta audição foram aprofundados alguns aspectos relativos ao projecto hoteleiro que defendem bem como relativamente às obras já realizadas na preservação do Mosteiro.
13. Após esta audição foi oficiado, de novo, o Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares para que fosse remetida cópia da petição ao Sr. Ministro da Cultura e lhe fossem pedidas informações actualizadas sobre o investimento que já foi realizado na recuperação do Mosteiro de S. João de Tarouca que segundo informação dos peticionários estava inicialmente orçado em oito milhões de contos (investimento referenciado em moeda antiga) e que tem sido gerido por organismos tutelados pelo Ministério da Cultura.

Conclusões

Os peticionários solicitam à Assembleia da República que:

a) «reconheça como de interesse para Portugal a reconversão do Dormitório do Mosteiro de S. João de Tarouca em unidade hoteleira»; b) «recomende aos órgãos de soberania competentes a adopção das medidas legislativas e regulamentares necessárias à concretização deste projecto».

A Assembleia da República, através da Comissão de Assuntos Económicos, Inovação e Desenvolvimento Regional, enviou pedidos de informação ao Governo sobre esta matéria, solicitando igualmente informação rigorosa sobre o valor dos investimentos realizados até à data pelo Estado na recuperação do Mosteiro de S.
João de Tarouca.
A importância histórica e cultural do Mosteiro de S. João da Tarouca é inquestionável podendo ler-se no site do IPPAR que: «é um dos primeiros – se não mesmo o primeiro – da Ordem de Cister em Portugal (1113).
Uma inscrição na fachada da igreja data o início da construção de 1152, e uma outra a sua sagração em 1169.
O templo medieval possuía cabeceira «ad quadratum», com capelas quadrangulares escalonadas, transepto pouco saliente e três naves abobadadas. No seu interior encontra-se o túmulo gótico (primeira metade do século XIV) de D. Pedro Afonso, Conde de Barcelos e filho bastardo de D. Dinis, autor da Crónica Geral de Espanha de 1344, e o políptico da Glorificação da Virgem, pintura do século XVI da autoria de Gaspar Vaz.
Neste mosteiro encontra-se também a célebre tábua de São Pedro, da autoria de Vasco Fernandes e/ou Gaspar Vaz, de c.1530-35, que apresenta fortes afinidades estilísticas e compositivas com um outro São Pedro, este procedente da Sé de Viseu e realizado por Vasco Fernandes, actualmente no Museu de Grão Vasco.