O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Paulo Penedos, aliás seus companheiros de partido; todas estas pessoas

desempenharam um papel no ataque ou na tentativa de compra da TVI.

4) Curiosamente, a elevação do Dr. Rui Pedro Soares aos sucessivos Conselhos de

Administração da PT é um mistério biográfico, e quem o indicou, escolheu ou nomeou,

é matéria que ficará sempre órfã de paternidade. Ninguém sabe, ninguém se lembra.

5) As tentativas de aquisição da TVI foram feitas, em alguns momentos, sem o

conhecimento dos Presidentes das respectivas empresas, não tendo sido oferecida

explicação convincente ou mesmo plausível para a presença do Dr. Rui Pedro Soares

nestas negociações, e muito menos para as várias diligências que levou a cabo:

consultas com o Dr. Paulo Penedos, conversas com o Dr. Armando Vara, e mesmo uma

ida a Madrid para abordar o assunto com Manuel Polanco (Presidente da PRISA,

detentora da TVI – Media Capital). A liberdade e informalidade com que tudo isto

chegou onde chegou, sugerem que o Dr. Rui Pedro Soares era suficientemente

importante para falar em nome da PT e comprometer a PT, uma importância e um

comprometimento que nem sequer passavam pela presidência da PT.

6) Na verdade, as motivações do Dr. Rui Pedro Soares assumem um papel central, a não

ser que se atribua a sua firme vontade de adquirir um canal de televisão a uma grande

excentricidade. Não é plausível que uma enorme quantidade de coincidências o tenha

catapultado para o centro do negócio, salvo se se recorrer à explicação de que a sua

vontade era orientada politicamente, favorecendo, de modo objectivo, o propósito do

Governo, e em particular do Primeiro-ministro, de modificar a linha editorial da TVI.

7) No que toca aos últimos dias em que decorreu este negócio, a cronologia que resulta

dos depoimentos é incongruente. Salientam-se as contradições respeitantes ao

momento em que foi dado conhecimento do negócio ao Primeiro-Ministro, por parte

do Presidente da PT, que veio à CIP desmentir informações categóricas que já tinha

taxativamente dado a vários jornais; saliente-se o facto de resultar no mínimo bizarro

que o Primeiro-Ministro de Portugal só tenha tido conhecimento de que o negócio não

se ia realizar, precisamente ao mesmo tempo que o CEO da PT afirmava, em entrevista

à RTP, que o negócio era altamente vantajoso para a sua empresa. Não acreditamos na

sucessão de contradições; outra coisa é que a Comissão possa provar qual é a versão

exacta, tarefa em que nenhum dos protagonistas ajudou.

II SÉRIE-B — NÚMERO 163______________________________________________________________________________________________________________

270