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mercado depois da vitória de Khomeiny colocando Portugal de permeio. Houve ou não

contactos, através de gente inglesa, com o Governo português, designadamente no

sentido de obter participações nas nossas empresas de material de guerra,

designadamente dos Explosivos da Trafaria?

2. É verdade ou boato que sobre a matéria existem diversos pareceres, eventualmente um

do ministro Pinto Balsemão?

3. A quem foram fornecidas (especificamente) armas portuguesas ou outras adquiridas por

entidades portuguesas depois de janeiro de 1980?

4. Que há de verdade com a passagem em Portugal de aviões da companhia “African Air

Charters”?

5. Que aviões estranhos à Força Aérea aterraram no último mês na base do Montijo e que

aterragens estão previstas para o mês em curso?

O artigo motivou uma nota oficiosa conjunta do Ministério da Defesa Nacional e do Ministério dos

Negócios Estrangeiros, cujo teor foi reproduzido pelo diário Portugal Hoje, no dia 12 de novembro de

1980, um dia após a publicação do artigo “Armas Portuguesas para o Irão?”.

De acordo com o relatado nesse dia pelo jornal, a nota oficiosa do Governo foi citada na íntegra:

«Relativamente a várias questões colocadas na edição de hoje do Portugal Hoje acerca de ma

hipotética venda de armamento português ao Irão, informa-se o seguinte:

a) O Governo não autorizou, nem vai autorizar, qualquer venda de armamento ou

munições ao Irão.

b) O Governo não autorizou, nem vai autorizar, o trânsito em aeroportos portugueses de

aviões militares de qualquer procedência transportando armamento ou munições com

destino ao Irão.

c) Nenhuma entidade estrangeira tomou, ou irá tomar, participações na sociedade

portuguesa de explosivos.

Nestes temos carecem totalmente de fundamento os receios avançados pelo Portugal Hoje.

Aproveita-se para esclarecer que, a haver qualquer inflexão na atitude portuguesa

relativamente ao conflito entre o Iraque e o Irão, no domínio do material de defesa, ela nunca

poderia ser favorável a este último país, tendo em conta a posição portuguesa perante o Irão

decorrente do aprisionamento de reféns americanos».

Na sequência da nota oficiosa o diário Portugal Hoje escreveu o seguinte:

«Do que se trata é, bem diferente, de saber se foram armas portuguesas para o Irão, mesmo

que por interposta pessoa. Ninguém vende armas sem saber para onde elas vão…

(…)

Também não perguntámos se o Governo autorizou ou não a utilização de aeroportos nacionais

para trânsitos de armamento em direção ao Irão. A confirmarem-se os elementos de que

dispomos os fornecimentos sairiam de Portugal com rumo a um terceiro Estado. E é

precisamente por isso que, para averiguar a veracidade de uma informação recente,

perguntámos “que aviões estranhos à FA aterraram no último mês na base do Montijo, e que

1 DE JULHO DE 2015______________________________________________________________________________________________________________

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