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E nesse relatório-síntese tive o cuidado de fazer uma tabela em que digo quais são as provas

essenciais, vestígios que, por si só, cada um deles seria suficiente para concluirmos fortemente no

sentido de uma explosão a bordo, mas, depois, todos eles encaixam no tal puzzle que o meu colega

acaba de referir».

Assim, não tendo sido objeto primordial de inquérito pela presente Comissão, ficou mais uma vez

demonstrado, por professores especialistas em minas e metalurgia, que a queda do avião a 4 de

dezembro se deveu a um atentado.

Ainda como nota introdutória ao relatório, e remetendo para as declarações de José Cavalheiro,

importa referir o incómodo sentido pelo professor doutorado em engenharia metalúrgica com a

condução da investigação ao atentado de Camarate por parte do Ministério Público:

«Portanto, perante tudo isto, mais uma vez, remeto para a forma como o inquérito foi feito.

O que me disse, na altura, o técnico da Judiciária com quem falei,(…) …. Conheci esse senhor,

por mera circunstância, num curso de MIG (metal inert gas) para eletrónica de varrimento e,

na altura em que ofereci os meus préstimos, chamemos-lhe assim, ao Procurador-Geral da

República, mandei com conhecimento ao Laboratório Científico da Polícia Judiciária. E, mais

tarde, quando descobri que, finalmente, não estavam a ser utilizados os nossos serviços e quis

saber o que se passava telefonei para esse senhor e, apesar de eu ter um relatório de receção

do fax a dizer «Laboratório Científico da Polícia Judiciária de Lisboa, ok», o que significava que

tinha sido recebido, ele disse-me, ao telefone, que não tinha recebido absolutamente nada.

Foi, para mim, uma surpresa muito grande.

Mais tarde, na sequência da tal presença no TIC (Tribunal de Instrução Criminal) (isso também

está relatado, pelo que agora não vou entrar em pormenores), o que se verifica é que fui falar

com o Dr. José Anes e ele veio dizer-me que tinha sido fortissimamente pressionado e,

inclusivamente, acusado de ter andado a plantar provas falsas, que eram nomeadamente

esses vestígios químicos sobre a situação.

Portanto, o Ministério Público comportou-se de uma forma completamente inaudita, digna de

uma «república das bananas», não só por, sistematicamente, combater todos os depoimentos

das testemunhas visuais, que existem ao longo do processo, como por ter reações no sentido

de tentar desmontar a posição dos nossos colegas do Técnico que analisaram os vestígios, e,

para isso, ele pôs em causa a metodologia da Polícia Judiciária.

Portanto, todo o processo é verdadeiramente vergonhoso, e o que se passou comigo e as

conclusões que ele extraiu do meu depoimento no TIC, que são de uma falsidade absoluta,

levaram-me a apresentar queixa contra ele. A quem? Ao Conselho Superior do Ministério

Público, ou seja, a tal arbitragem que é constituída pelo presidente da direção do clube. O

resultado disso foi que o processo foi arquivado.

Portanto, há uma obstrução sistemática e este só é um caso complicado porque desde a

primeira hora foi feita uma anti-investigação.

No caso de investigação, falou-se aqui, por exemplo, do caso do Concorde, em que houve uma

chapinha que foi encontrada, que não fazia sentido, porque não era daquele avião e concluiu-

se: a) «foi isto que atirou o avião abaixo». E havia uma chapinha. Mas aqui não há uma

1 DE JULHO DE 2015______________________________________________________________________________________________________________

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