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Mas é isto, no fundo: nós vimos que havia dinheiro fora do Fundo, que saiu e que esteve, ou

não, a financiar qualquer coisa, não sabemos o quê. Pode ter estado aplicado noutros bancos,

não sabemos. Sabemos que esteve fora e que depois voltou».

Os principais temas e dúvidas abordados na audição poder-se-iam resumir em quatro pontos: i)

ligação entre o FDMU e o CEMGFA, bem como a relação entre o FDMU e a exportação de armas; ii)

datas em que foi enviado material de guerra para o Irão; iii) existência de contas oficiosas na esfera

do FDMU; iv) saldo final do fundo, bem como a sua reintegração e extinção.

i) Ligação entre o FDMU e o CEMGFA, bem como a relação entre o FDMU e a exportação de

material de guerra

No que diz respeito à ligação entre a peritagem ao FDMU e a auditoria às contas do EMGFA, Maria da

Conceição Ferreira Rodrigues afirmou, em Comissão, que o segundo trabalho foi um resultado do

primeiro:

«Este segundo trabalho resultou do nosso primeiro. Nós, no primeiro trabalho, fizemos

realmente uma reconstituição das contas do Fundo. O Fundo estava legalizado entre aspas,

tinha contas, as contas estavam aprovadas em alguns anos, em 1977, e depois, em 1978, 1979

e 1980, deixaram de estar. Fizemos a reconstituição das contas do Fundo e verificámos que

havia contas movimentadas pelo Fundo que não constavam das contas oficiais e que esses

fundos poderiam estar a ser aplicados em situações diversas. E era isto que pretendíamos

averiguar.

Portanto, quando foi iniciado este trabalho, o objetivo era: «porquê o Estado-Maior? E isto

porque, realmente, da análise que foi feita às contas do Fundo, havia movimentos de saída e

de relação de verbas entradas e saídas da conta oficial que tinham ligações com o Estado-

Maior-General das Forças Armadas, concretamente com o Gabinete. Daí o exame às contas

do Gabinete».

Relativamente à ligação entre o FDMU, o EMGFA e a exportação do material de guerra, António Lino

Gonçalves Coelho declarou existirem fluxos financeiros relacionados com empresas de armamento:

«Reforçando um pouco o que a minha colega disse, da análise que já tínhamos feito

inicialmente ao FDMU, existiam fluxos financeiros entre o FDMU e o Chefe de Estado-Maior-

General das Forças Armadas.

Por outro lado, quando estávamos a analisar as contas financeiras, digamos assim, do EMGFA,

verificámos que havia lá fluxos financeiros que se destinavam especificamente a financiar as

empresas de armamento (isto consta dos documentos), designadamente, subsídios e coisas

que o valha.

Logo, como estávamos a analisar precisamente esses fluxos financeiros e dados com que esses

fluxos financeiros estavam relacionados, pelo menos alguns, com a parte militar — aliás, todos

estes fundos já vêm do tempo da guerra do Ultramar, todos eles estavam relacionados com a

guerra e, portanto, com a parte militar —, consideramos poder ser relevante esta associação

de ideias, na medida em que algum deste dinheiro, como verificámos, estava relacionado com

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