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financiamento de partes relacionadas e acionistas, distribuindo capital à custa da instituição

sob a forma de crédito é uma das práticas do sector privado que não encontra nenhum

paralelo no banco público e que, por si só, o distingue. Ou seja, mesmo tendo estado sob a

direção de PS, PSD e CDS, a Caixa conseguiu agir de forma diferente dos outros bancos em

matérias fundamentais, pela simples natureza pública do seu capital.

Não seria justo desligar o papel da Caixa do papel dos seus trabalhadores. A forma como a

CGD se comportou ao longo dos anos e mesmo durante a crise económica e financeira global

está intimamente ligada também à missão pública que os trabalhadores da Caixa cumprem,

com a sua presença no território nacional, a sua ligação às preocupações das empresas e

das famílias e o controlo que também exercem da atividade da instituição.

III. Das recapitalizações de 2012 e 2016

No seguimento da crise, da participação da CGD nos resgates a bancos privados e no fundo

de resolução, do aumento da exigência regulatória, a CGD foi confrontada com a

necessidade de capital. Em 2012, Portugal estava sujeito a um pacto de agressão contra o

seu próprio povo, assinado por PS, PSD e CDS com as entidades estrangeiras FMI, BCE e UE.

Esse pacto teve implicações concretas e muito diretas na forma como a CGD se comportou

entre 2011 e 2015, tendo sido delimitados objetivos de gestão da CGD pelas instituições

estrangeiras que se caracterizam como ingerência clara e que revelaram capitulação e

colaboracionismo totais dos governantes portugueses e dos partidos que subscreveram o

pacto. O plano de capital apresentado em 2012 pelo Governo PSD/CDS às instituições

europeias, que previa uma capitalização pelos mínimos e cumpria uma orientação para a

diminuição da concessão de crédito e para a redução substantiva da atividade e do balanço

da CGD, traduziu-se na fragilização da instituição e na sua subcapitalização perante as

necessidades que se vieram a revelar adiante. O capital injetado na CGD por intervenção do

Governo PSD/CDS, 1650 milhões, foi realizado sob o controlo da troika e as imposições de

remédios por parte da Comissão Europeia, através da DGCOMP, colocou a Caixa numa

situação que pode ser caracterizada como banco-zombie, ou seja, um banco moribundo,

que dispõe de capital regulatório mas não dispõe dos meios nem do capital para concretizar

uma estratégia comercial e muito menos para ampliar a sua presença no mercado e captar

investimento e negócio.

A recapitalização de 2016 que decorre de um plano de reestruturação que não é público e

que não foi fornecido à Comissão, comporta elementos que são conhecidos dos portugueses

e que não podem, apesar de não serem alvo do inquérito parlamentar que ora termina,

25 DE JULHO DE 2017__________________________________________________________________________________________________

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