O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

II SÉRIE-B — NÚMERO 64

56

1.2 Economia portuguesa em 2021

No que concerne à economia portuguesa, esta apresentou uma trajetória de recuperação da atividade

económica que foi mais intensa na segunda metade do ano e que registou um ritmo de crescimento acima do

observado na área do euro1, após ter registado, em 2020, uma quebra sem precedentes. Em termos anuais, o

PIB português registou um crescimento em volume de 4,9 %, o mais elevado desde 1990, após a diminuição

histórica de 8,4 % em 2020, (como se pode observar na figura 2).

Apesar de o primeiro trimestre de 2021 ter sido ainda mais marcado pela pandemia do que pela

recuperação, assistiu-se no resto do ano a uma rápida recuperação da economia nacional. Contribuíram para

essa melhoria a envolvente externa, o levantamento gradual das medidas restritivas de confinamento, bem

como a elevada taxa de vacinação contra a COVID-19, e ainda os programas de estabilização e de estímulo

económico sem precedentes, tanto a nível nacional quanto europeu, com destaque para os apoios às

empresas, que permitiram proteger a capacidade produtiva da economia.

O mercado de trabalho revelou uma evolução mais positiva do que o esperado, tendo contribuído para este

resultado o reforço e alargamento das medidas de apoio à manutenção do emprego e dos rendimentos dos

trabalhadores. De salientar que o emprego mostrou particular resiliência nos contratos sem termo e nos

trabalhadores com mais experiência e qualificações. O número de trabalhadores com contrato de trabalho sem

termo conheceu uma evolução positiva, situando-se o seu peso nos 83 %. Situação que consideramos muito

positiva e a qual reflete o esforço que tem vindo a ser feito no sentido de combater a precariedade e que

consideramos ser crucial prosseguir.

Também a retribuição mínima mensal garantida (RMMG) para 2021 teve um aumento de 4,7 %, tendo sido

fixada em 665 euros2, bem como as remunerações médias por trabalhador que aumentaram 3,5 % (2 % em

2020)3.

Além destes indicadores relativos à situação da economia portuguesa em 2021, são ainda de destacar os

seguintes:

• A procura interna apresentou um contributo positivo para o crescimento do PIB (5,1 pp), após ter sido

acentuadamente negativo em 2020 (-5,5 pp).

• O consumo privado aumentou 4,5 %, em termos reais, recuperando parcialmente da redução de 7,1 %

registada em 2020.

• O consumo público acelerou, tendo registado um crescimento de 4,1 %, após um aumento de 0,4 % em

1 Exceto no primeiro trimestre, devido a um confinamento muito intenso, que implicou fechar setores importantes da atividade económica. 2 Decreto-Lei n.º 109-A/2020, de 31 de dezembro. 3 De acordo com o parecer do CES, para que esta evolução anual positiva das remunerações por trabalhador «contribuiu o aumento do salário mínimo que abrange cerca de um quarto dos/as trabalhadores/as (24,6 % em junho de 2021), bem como a reposição de salários associada à descontinuação dos esquemas de layoff».