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3 DE MARÇO DE 2023

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stress torna-se brutal. Mas é também no contexto dos cuidados de saúde primários, onde a prevenção e a

atuação têm de ser uma constante, que os enfermeiros se sentem pressionados a dar o seu melhor. Os cuidados

continuados e os internamentos hospitalares são ainda valências onde se lida diariamente com a morte.

Em suma, os enfermeiros trabalham sem dúvida alguma em stress e a pressão e o cansaço aumentam os

riscos de erro na medicação e limitam a própria prestação de cuidados.

(Ver http://www.ipv.pt/millenium/millenium28/18.htm)

• Desgaste emocional ou físico

Desenvolvemos atividades cujas condições de trabalho são precárias e cuja remuneração pode e deve ser

atualmente considerada baixa, podendo induzir-se assim um forte desgaste emocional. Somos uma profissão

de grau de complexidade 3, mas presentemente o ordenado mínimo já é superior a metade do nosso vencimento

mensal! Temos um horário de trabalho preenchido, trabalhando sob forma de turnos, diurnos e noturnos, com

consequências além de emocionais, também elas físicas. Está comprovado, desde 2016, que um em cada cinco

enfermeiros se sentem em exaustão emocional.

(Vide https://www.dn.pt/sociedade/um-em-cada-cinco-enfermeiros-sente-se-em-exaustao-emocional-5499660.html

e ainda http://i-d.esenf.pt/artigo-52/)

• Condições de trabalho

Trabalhamos em condições adversas: trabalhamos por turnos, trabalhamos muitas vezes de noite para

dormir de seguida de dia, sem padrão de sono regular. Muitas das vezes somos poucos, o absentismo aumentou

exponencialmente na profissão (ver https://observador.pt/2018/04/26/taxa-de-absentismo-de-enfermeiros-

atinge-valor-historico-e-elevadissimo/) e, com ele, a necessidade de seguir turno, fazendo-se muitas vezes

turnos consecutivos de 16 horas, aumentando a carga horária e a insatisfação profissional. O recurso ao trabalho

extraordinário aumentou exponencialmente e, com ele, a carga laboral.

(vide https://www.simedicos.pt/pt/noticias/4974/publico-horas-extraordinarias-e-prestacoes-de-servico-ja-

custaram-mais-de-400-milhoes-de-euros-ao-sns/)

• Violência

Sabe-se ainda que os enfermeiros são os profissionais mais agredidos no setor da saúde, bem como que

60,2 % já foram agredidos fisicamente e 95,6 % verbalmente no seu local de trabalho.

(https://observador.pt/opiniao/agressoes-a-enfermeiros-a-realidade-e-bem-mais-negra/)

Em 2021, das agressões reportadas, sabe-se que houve um aumento de 4 % em relação ao ano anterior.

(https://www.dn.pt/sociedade/mais-de-700-situacoes-de-violencia-contra-profissionais-de-saude-em-2021-

14509519.html)

Por tudo o exposto anteriormente, solicitamos que à profissão de enfermeiro seja atribuído o estatuto oficial

de profissão de desgaste rápido e consequente subsídio de risco em Portugal, legislando urgentemente sobre

este tema.

Data de entrada na Assembleia da República: 19 de julho de 2022.

Primeiro peticionário: Eduardo Bernardino.

Nota: Desta petição foram subscritores 31 875 cidadãos.

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