O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

5 DE JULHO DE 2024

15

Em 1954, foi professor na Escola de Artes Decorativas António Arroio, conhece Maria Helena Vieira da Silva

e Arpad Szènes e faz a primeira viagem a Paris.

Em 1957, fixa residência em Paris e, no último quartel do Século XX, trabalha entre Paris, Lisboa e o Monte

da Caparica.

Mestre Cargaleiro deixou a sua assinatura em inúmeras peças geométricas e cromáticas.

No que respeita a cerâmica, trabalhou na Fábrica Viúva Lamego, em Sintra, e em Vietri sul Mare, em Itália.

Executou painéis cerâmicos: Jardim Municipal de Almada, fachadas da Igreja de Moscavide e do Instituto

Franco-Português, estações de Metro «Colégio Militar-Luz» e dos Champs Elysées-Clémeanceau, em Paris, e

na estação de serviço de Óbidos.

Em 1990, criou em Lisboa a Fundação Manuel Cargaleiro.

Sensível às suas origens, deixa-nos o legado da sua arte em Castelo Branco, no Museu Cargaleiro, e no

Seixal, na Oficina de Artes Manuel Cargaleiro, desenhada por Álvaro Siza Vieira.

Ganhou vários prémios, tendo sido condecorado como Comendador da Ordem de Santiago da Espada de

Portugal, Grau de Officier des Arts et des Lettres, Grã-Cruz das Ordens do Mérito, do Infante D. Henrique e de

Camões, Medalha de Mérito Cultural e Medalha Grand Vermeil.

Neste momento de dor, a Assembleia da República expressa sentidas condolências à família, aos amigos e

a todos que tiveram a honra de o conhecer e apreciar o seu trabalho, recordando e agradecendo o papel de

Manuel Alves Cargaleiro, como artista excecional, cujas obras de cores vibrantes e formas inovadoras, cativaram

admiradores em todo o mundo e inspiraram inúmeras gerações.

Palácio de São Bento, 2 de julho de 2024.

O Presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco.

Outros subscritores: Grupo Parlamentar do L — Grupo Parlamentar do PSD.

–——–

PROJETO DE VOTO N.º 197/XVI/1.ª

DE PESAR PELO FALECIMENTO DE FAUSTO BORDALO DIAS

Fausto Bordalo Dias é um dos maiores nomes da música portuguesa. Nascido a bordo do navio Pátria, numa

viagem entre Portugal e Angola, Fausto lança o seu primeiro disco ainda durante a ditadura fascista.

Acompanha, com a sua intervenção e a sua música, o período revolucionário de 1974-1975 — lançando o

álbum P’ró que Der e Vier e ajudando a fundar o Grupo de Ação Cultural – Vozes na Luta (GAC), criado em sua

casa.

Em 1982, lança Por Este Rio Acima, primeiro álbum de uma trilogia sobre a história da expansão portuguesa,

completada com Crónicas da Terra Ardente (1994) e Em busca das Montanhas Azuis (2011). Em 2022, deu na

Aula Magna o seu último concerto, assinalando os 40 anos do primeiro álbum desta trilogia.

Além da intervenção musical, Fausto Bordalo Dias empenhou-se em diversas lutas. Assumiu a defesa da

escola pública, opôs-se ao nuclear, criticou a humilhação pelas praxes académicas, lutou pela memória da

resistência ao fascismo, subscreveu o manifesto pela despenalização da morte assistida.

Fausto Bordalo Dias faleceu esta segunda-feira, aos 75 anos. Deixa um importante contributo cívico e político

e dezenas de canções que continuarão a acompanhar e inspirar lutas pela igualdade, pela justiça e pela

emancipação.

A Assembleia da República, reunida em sessão plenária, expressa o seu profundo pesar pelo falecimento de

Fausto Bordalo Dias e apresenta as suas condolências aos seus familiares e amigos.