O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

11 DE JANEIRO DE 2025

11

curso que deixa para trás, trocando-o pelo curso de Literatura e Linguística Portuguesa e Francesa, na

Faculdade de Letras de Lisboa.

Na década de 80 são publicados, entre outros títulos, os seus dois primeiros poemas e, terminada a

licenciatura, torna-se bolseira do Instituto Nacional de Investigação Científica (1989-1992), à qual se segue uma

especialização em Ciências Documentais, tendo trabalhado os espólios de Fernando Pessoa, Vitorino Nemésio

e José Blanc de Portugal, depositados na Biblioteca Nacional.

Sem nunca deixar de editar, em 1999 obtém uma bolsa de criação literária do antigo Instituto Português do

Livro e das Bibliotecas que lhe permite, entre outras coisas, reunir inéditos, publicando, em 2000, pela primeira

vez, a sua produção literária num só volume, Dobra, com ilustrações de Paula Rego.

Ao longo do novo milénio a sua obra continua a ganhar fôlego, editando, entre outros, A mulher a dias, bem

como mais três edições da poesia reunida em Dobra, em 2014, 2021 e a derradeira em 2024, quando completou

40 anos de vida literária dedicada a temas do quotidiano, principalmente femininos e domésticos, tratados com

humor e autoironia, candura e crueza, assumindo referências como Sophia de Mello Breyner, Nuno Bragança,

Ruy Belo, Roland Barthes, sem deixar de fora a Condessa de Ségur ou Enid Blyton.

Assim, a Assembleia da República manifesta o seu profundo pesar aos amigos, leitores e família de Adília

Lopes, cuja vida e obra trabalhou um outro modo de ver a realidade e uma maneira de dizer o mundo com outra

gramática, consciente dos detalhes secundarizados pelo sistema cultural vigente e atenta ao milagre do

quotidiano na construção de uma democracia concreta.

Palácio de São Bento, 6 de janeiro de 2025.

Os Deputados do PS: Alexandra Leitão — Maria Begonha — Mara Lagriminha Coelho — Pedro Delgado

Alves — Miguel Matos — José Costa — Luís Dias — Paulo Pisco — Pedro Sousa.

–——–

PROJETO DE VOTO N.º 512/XVI/1.ª

DE PREOCUPAÇÃO PELA SITUAÇÃO DO POVO TIBETANO APÓS O TERRAMOTO DE 7 DE

JANEIRO

Na manhã de 7 de janeiro de 2025, um terramoto de magnitude 7.1 na escala de Richter atingiu severamente

várias regiões do Tibete, com epicentro próximo da cidade sagrada de Shigatse, causando enormes perdas

humanas e materiais. Relatórios iniciais indicam que pelo menos 126 pessoas perderam a vida e 201 ficaram

gravemente feridas, além de milhares de desalojados que enfrentam condições extremas devido ao rigoroso

inverno tibetano. Os danos em infraestruturas, habitações e áreas agrícolas essenciais agravam ainda mais o

sofrimento das comunidades locais.

O Tibete é uma região de singular importância cultural e espiritual, sendo Shigatse a sede tradicional do

Panchen Lama, a segunda maior autoridade espiritual no Budismo Tibetano, após o Dalai Lama. Contudo, a

cidade e o seu povo continuam a enfrentar desafios agravados pela repressão cultural e religiosa por parte do

regime chinês. Recorde-se que Gedhun Choekyi Nyima, o 11.º Panchen Lama, foi raptado em 1995 pela China,

tornando-se o prisioneiro político mais jovem do mundo, e que o seu paradeiro permanece desconhecido há três

décadas.

Para além das dificuldades impostas pelo desastre natural, é motivo de profunda preocupação a constante

censura e falta de transparência nas informações divulgadas pelas autoridades chinesas, que dificultam a

verificação independente das condições no terreno e da adequação dos esforços de socorro. Esta situação

sublinha a necessidade urgente de a comunidade internacional, incluindo organizações humanitárias, ter acesso

irrestrito às regiões afetadas para prestar assistência essencial.

Assim, a Assembleia da República, reunida em sessão plenária, manifesta a sua preocupação com as

consequências decorrentes do terramoto que devastou a região do Tibete, expressa a sua solidariedade ao

povo tibetano, lamenta profundamente as perdas humanas e os sofrimentos causados pelo terramoto, apelando

ao Governo da República Popular da China que assegure condições para a assistência humanitária