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II SÉRIE-B — NÚMERO 52

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internacional, permitindo o acesso de organizações independentes às regiões afetadas e garanta maior

transparência e responsabilidade nos seus esforços de socorro, promovendo a divulgação de informação

credível e não censurada.

A Assembleia da República reafirma o seu compromisso com os direitos humanos, a liberdade religiosa e a

autodeterminação do povo tibetano, instando a comunidade internacional a unir-se em solidariedade com o

Tibete neste momento de dificuldade.

Palácio de São Bento, 9 de janeiro de 2025.

Os Deputados da IL: Rodrigo Saraiva — Mariana Leitão — Albino Ramos — Bernardo Blanco — Joana

Cordeiro — Mário Amorim Lopes — Patrícia Gilvaz — Rui Rocha.

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PROJETO DE VOTO N.º 513/XVI/1.ª

DE PESAR PELO FALECIMENTO DE ADÍLIA LOPES

É com profunda tristeza que tomamos conhecimento do falecimento de Adília Lopes, pseudónimo literário de

Maria José da Silva Viana Fidalgo de Oliveira, ocorrido a 30 de dezembro de 2024, aos 64 anos, em Lisboa. A

sua partida constitui uma perda significativa para a literatura e cultura portuguesas.

Nascida em Lisboa a 20 de abril de 1960, Adília Lopes distinguiu-se pela originalidade da sua obra, que

combina humor, ironia e uma visão singular sobre o quotidiano e os temas universais. Depois de frequentar a

licenciatura em Física, concluiu o curso de Literatura e Linguística Portuguesa e Francesa na Universidade de

Lisboa, onde encontrou o caminho que marcaria a sua carreira.

Além de poetisa, Adília Lopes desempenhou um papel relevante enquanto tradutora, cronista e

documentalista, tendo trabalhado nos espólios de Fernando Pessoa, Vitorino Nemésio e José Blanc,

depositados na Biblioteca Nacional. A sua obra é amplamente estudada no meio académico, refletindo a sua

importância na cultura nacional.

Sem nunca deixar de editar, em 1999 obtém uma bolsa de criação literária do antigo Instituto Português do

Livro e das Bibliotecas que lhe permite, entre outras coisas, reunir inéditos, publicando, em 2000, pela primeira

vez, a sua produção literária num só volume, Dobra, com ilustrações de Paula Rego.

Já no Século XXI, edita, entre outros, A mulher a dias, bem como mais três edições da poesia reunida em

Dobra, a derradeira das quais em 2024, quando completou 40 anos de vida literária dedicada a temas do

quotidiano, tratados com humor e autoironia, candura e crueza, assumindo referências como Sophia de Mello

Breyner, Nuno Bragança, Ruy Belo, Roland Barthes, a Condessa de Ségur ou Enid Blyton.

A singularidade da sua voz poética, aliada à coragem de abordar temas como a saúde mental, garantiu-lhe

um lugar especial entre os leitores e a crítica, consolidando-a como uma das figuras mais marcantes da literatura

portuguesa contemporânea.

Assim, a Assembleia da República manifesta o seu profundo pesar aos amigos, leitores e família de Adília

Lopes, homenageando o seu legado literário e cultural, produto de uma vida e obra que trabalhou um outro

modo de ver a realidade e uma maneira de dizer o mundo com outra gramática, empenhada na construção de

uma democracia concreta.

Palácio de São Bento, 9 de janeiro de 2025.

Autores: Hugo Soares (PSD) — Alexandre Poço (PSD) — Ricardo Araújo (PSD) — Sofia Carreira (PSD) —

Andreia Bernardo (PSD) — Clara de Sousa Alves (PSD) — Eva Brás Pinho (PSD) — Paulo Cavaleiro (PSD) —

Ana Gabriela Cabilhas (PSD) — Andreia Neto (PSD) — Carlos Reis (PSD) — Emídio Guerreiro (PSD) — Inês

Barroso (PSD) — João Antunes dos Santos (PSD) — Alexandra Leitão (PS) — Maria Begonha (PS) — Mara

Lagriminha Coelho (PS) — Pedro Delgado Alves (PS) — Miguel Matos (PS) — José Costa (PS) — Luís Dias