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11 DE JANEIRO DE 2025

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de combater o Estado Novo. Nessa mesma sala de concertos da Rua Nova da Trindade, que a Academia vai

agora perder, está uma placa que marca a última vez que tocou em público, em 1945, aquele que ainda hoje é

considerado o maior pianista português, José Viana da Mota, um dos últimos discípulos de Liszt. Ali tocaram

tanta vez os «Canários», histórico coro dirigido por Fernando Lopes-Graça, mas também Maria João Pires, que,

com onze anos, deixou a audiência abismada com o seu talento.

A Academia foi responsável pelo ensino artístico dos mais célebres músicos e compositores portugueses,

desde a música clássica ao jazz, do fado à música ligeira. Por ela passaram músicos como Emmanuel Nunes,

Bernardo Sassetti, Mário Laginha, Teresa Salgueiro, Tim e Zé Pedro, Pedro Ayres de Magalhães, Carlos Bica,

entre tantos outros.

A Academia prossegue em plena atividade. Neste ano letivo tem cerca de 320 alunos, muitos dos quais em

regime articulado, no qual a Academia efetivamente colabora com o Estado na missão educativa deste último,

através da dotação de recursos para complementar a oferta educativa de 18 escolas, maioritariamente públicas,

do município de Lisboa. Esta atividade é essencial para o ensino artístico em Lisboa e justifica plenamente a

necessidade de centralidade na localização da Academia. Tanto alunos como professores precisam de se

deslocar dentro do concelho de Lisboa na execução do seu horário letivo, pelo que uma localização central e

dotada de acessibilidade é fulcral.

Por tudo quanto ficou exposto, apelamos ao poder político, Governo e Assembleia da República, que

promova uma solução do problema da falta de instalações da Academia de Amadores de Música. Essa solução,

para além de célere, deve obedecer aos parâmetros pelos quais a Academia se regeu até agora, isto é, deve

permitir a esta instituição continuar a servir os alunos da cidade de Lisboa no que se refere ao ensino da música

com a qualidade com que o tem feito desde 1884.

Data de entrada na Assembleia da República: 20 de dezembro de 2024.

Primeiro peticionário: Academia de Amadores de Música (José Pedro da Silva Bastos Martins Barata).

Nota: Desta petição foram subscritores 8077 cidadãos.

A DIVISÃO DE REDAÇÃO.