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II SÉRIE-C — NÚMERO S

De qualquer modo, Sr. Deputado, devo dizer-lhe que os pedidos das organizações de juventude, por mais spots ou campanhas publicitárias que se tivessem realizado, foram em número reduzido e os que foram apresentados estavam organizados em moldes que não correspondiam às exigências da respectiva portaria.

Além disso, apesar dos tais spots que o Sr. Deputado define como sendo de campanha publicitária, apesar dessa aposta na informação, informo-o de que há jovens, hoje, que não conhecem muitos dos programas existentes. O Sr. Deputado pode criticar e dizer que são campanhas de publicidade, mas, enquanto todos os jovens portugueses não souberem tudo o que se faz em favor da juventude, levarei a informação a todos os recantos do País!

Não há dúvida de que não podemos continuar com o mesmo sistema que se verificou no passado, que era nos corredores ou próximo dos acessos ao poder que frequentemente se apoiavam os projectos! Na área da juventude não acontece isso e quanto mais informações os jovens possuírem mais vão reivindicar e o sector da juventude poderá até ter um melhor orçamento. É essa a minha perspectiva. Aliás, como pode verificar neste caso, Sr. Deputado, as verbas, mesmo que existissem, não poderiam ser atribuídas, porque não houve projectos correctamente apresentados!

No que concerne à questão do estudo acerca das AE, o Sr. Deputado tocou num assunto importante. Neste momento estou a elaborar um estudo profundo para saber para onde foram as verbas, como é que foram utilizadas e quais os resultados práticos que daí resultaram. Os cálculos feitos, e, como deve depreender, isso só poderá ser analisado no final do ano, foram-no com base nas informações que temos acerca do número de alunos, do número de associações e na perspectiva das AE do ensino secundário virem a adquirir personalidade jurídica.

Relativamente ao Programa Novos Valores da Cultura, Sr. Deputado, compreendo que talvez no primeiro ano tivesse havido uma excessiva intervenção estatal. Mas esta foi a primeira vez em que tal foi feito e, portanto, alguém teria de tomar a iniciativa.

O Sr. Deputado sabe muito bem que nos grandes centros os jovens não têm acesso à cultura. E isto porque ou são muito bons e são reconhecidos pelo meio cultural — e, então, sim, vão fazendo coisas — ou não conseguem penetrar no meio. Assim, é sempre muito difícil para um jovem manifestar toda a sua potencialidade criativa nos grandes centros culturais.

E nas regiões? Nas regiões praticamente não existe nada! Que movimento cultural existe (a não ser um pande movimento que normalmente os grandes centros esquecem) para além daquilo que tem a ver com valores, costumes e tradições de cada região e que, regra geral, não é interpretado como movimento cultural? Verifica-se, hoje, nas regiões, uma enorme potencialidade criativa, que se traduz nas novas expressões culturais dadas por jovens aos costumes, usos e tradições e à revitalização desses modelos. Penso que isto é que tem de ser feito, mas alguém tem, um dia, de dar um pontapé de saída neste campo!

De facto, os jovens precisam de apoio, porque não conseguem penetrar sozinhos no meio cultural e no ano passado o Estado tomou essa iniciativa. Quanto a este ano, estou de acordo consigo, vamos rever a nossa politica, isto é, vamos fazer com que o Estado apoie mais

e realize menos. Portanto, essa crítica que fez é já subjacente à preparação do projecto para 1989. O ideal, Sr. Deputado, seria que em 1990 o Estado não fizesse nada para além de apoiar, pois é essa a perspectiva: apoio financeiro, técnico e material.

No tocante à questão dos 500 projectos, o Sr. Deputado repare que eles envolvem milhares de jovens. Quando se fala em 500 projectos há que ter em consideração que existem projectos de elaboração extremamente difícil, como, por exemplo, na área da arquitectura, em que é impossível elaborar um projecto porque leva muito tempo e, portanto, ai há menos projectos apresentados.

No entanto, houve já muitos projectos apresentados na área da fotografia e noutros sectores, e há projectos que envolvem vários jovens. Além disso, devo-lhe dizer, Sr. Deputado, que houve concursos de selecção de projectos que estiveram dois meses a ser preparados e apareceram projectos excelentes, o que é um estímulo e um incentivo para prosseguirmos neste caminho no próximo ano.

Por outro lado, gostaria também de sublinhar que mesmo com pouco espaço e sendo a primeira vez que foi organizada uma iniciativa deste género, o sector privado ainda assim apostou, o que mostra que está muito receptivo a estas actividades.

Quanto ao aspecto da existência de um técnico de marketing que o Sr. Deputado diz ter confimado no Diário da República, posso-lhe dizer que no meu gabinete não existe nenhum. Porém, depreendo para que entidade possa estar indicado esse técnico. Penso que deve ser para trabalhar na Comissão Nacional dos Descobrimentos e como ela depende de mim, tenho necessariamente de requisitar o respectivo técnico! De qualquer modo, creio que o Sr. Deputado, em primeiro lugar, poderia ter feito um requerimento ou telefonado para o meu gabinete a perguntar para que área era o técnico de marketing mencionado no Diário da República e eu tê-lo-ia informado que seria para a Comissão Nacional dos Descobrimentos.

O Sr. José Apolinário (PS): — Fica registado que pelo menos para os Descobrimentos precisamos de marketing, para sairmos do porto encalhado em que nos encontramos.

O Sr. Ministro Adjunto e da Juventude: —

Felizmente estamos a sair dele.

O Sr. Rogério Moreira (PCP): — O problema é que não é só de marketing que temos necessidade. De qualquer modo, esses são uns preconceitos relativos ao marketing muito curiosos numa sociedade de informação.

O Sr. Ministro Adjunto e da Juventude: —

Sr. Deputado José Apolinário, já afirmei aqui na Assembleia que uma politica global e integrada da juventude não é uma política acabada e nunca o será. É antes uma política de persistência e que exige sempre uma posição crítica, quer seja ao nível da sociedade quer seja o nível do Governo. Portanto, é uma política que nunca está concluída e oxalá que nunca o esteja, porque isso é próprio da dinâmica do sector juvenil. Exige sempre um trabalho permanente.