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0018 | II Série C - Número 003 | 06 de Outubro de 2001

 

a 20 % e a de VT a 80% do total produzido. A baga era a casta predominante do vinho tinto, estando a adega a apostar na monovariedade. Uma vez que não conseguiam competir no mercado a nível mundial (apenas exportam cerca de 15% da sua produção), investem na "Casa regional", com sabor e tipicidade diferentes: promovem vinhos pela qualidade.
A área da vinha abandonada nos últimos 10 anos era de 5000 ha (o total da Bairrada era de 15000 ha).
Os principais problemas prendiam-se com a nova legislação sobre o grau de alcoolémia permitido aos condutores: só o seu anúncio teve um profundo efeito psicológico, com quebras enormes no consumo de vinho.
Pedem a sensibilização da Comissão para que a legislação seja revista, uma vez que, até então, ninguém tinha provado que a diferença (de 0,5 para 0,2) fosse passível de provocar acidentes pelo agravamento das condições gerais para conduzir. Sugerem que a restrição seja feita, apenas, para condutores profissionais.
9 - Adega Cooperativa de Vilarinho do Bairro:
A Comissão foi recebida pelo presidente da adega, Sr. Manuel Seabra, pelo secretário da direcção, Sr. Delfim Ribeiro, pelo tesoureiro da direcção, Sr. Floriano Cordeiro, e pelo enólogo, Sr. Eng.º Dores Simões.
As questões levantadas nesta adega prendem-se com:
- Os montantes (50 mil contos) que "vão para os seguros" enquanto para a agricultura "não vinha nada";
- De desajustamento de datas e de condições das coberturas dos seguros (por exemplo, o desavinho não estava coberto pelo seguro que representava já 50% da produção de 2001;
- Dificuldades levantadas pelo Instituto de Estradas de Portugal à sinalização da rota dos vinhos.
O Presidente da adega informou a Comissão de que:
- Produziam cerca de 5 milhões de Kg de uva/ano;
- Tinham o controlo de temperatura informatizado; e
- Tinham uma ETAR em funcionamento.
10 - Adega Cooperativa da Mealhada:
A Comissão foi recebida pelo presidente da adega, Sr. José Carriço, pelo secretário da adega, Sr. José Luís Loureiro, pelo tesoureiro, Sr. Amândio Lopes Reis Melo, pelo enólogo, Sr. Osvaldo Amado, e pelo chefe de contabilidade e de marketing, Sr. Rui Fernandes.
A principal preocupação manifestada à Comissão prendia-se com a descida do grau de alcoolémia que levava ao abrandamento do consumo de vinho.
Sugeriram que fosse feito um inquérito aos condutores apanhados com grau de alcoolémia elevado para saber o tipo de álcool consumido - achavam que seria esclarecedor analisar os resultados desse inquérito.
O facto de o IVA aplicável ser de 17% também os penalizava.
Tinham cerca de 900 sócios, apesar de apenas 680 entregarem uvas, que correspondiam a 3 800 000Kg/ano, em que 60 % eram tintas e 40 % brancas.
Tinham apresentado uma candidatura à "produção integrada", que lhes permitirá apoiar mais os agricultores, se for aprovada.
Tinham 1,5 milhões de litros de vinho por vender, o que era inédito, mas a "lei da alcoolemia" explicava-os. "A Espanha fazia o que queria e era preciso ter cuidado com as importações por haver muito vinho (algum nem vinho é...) que é rejeitado".
Há um progressivo abandono do campo por que as uvas para vinho branco não podem ser pagas a mais de 70$/kg e as de vinho tinto a mais de 90$/kg, o que não compensa o agricultor.
O vinho é cada vez mais caro, mas as dificuldades do agricultor são cada vez maiores: não faz sentido o vinho sair da adega a 400$ a garrafa e ser vendido a 1 200$ ou 1 500$ no restaurante.
11 - Caves Aliança:
A Comissão foi recebida pelo Presidente do Conselho de Administração, Dr. Fernando Castro, pelos administradores Drs. Amândio de Albuquerque e Jorge Neves, pelo director de produção, Dr. Paulo Marques, e pelo enólogo, Eng.º Francisco Antunes.
O Sr. Presidente do CA deu as boas-vindas à Comissão e informou-a de que:
- Comercializavam as marcas Aliança;
- O segredo da fabricação do vinho era a boa uva;
- Os principais concorrentes do mercado eram os argentinos e os australianos;
- Naquela zona a propriedade era muito pequena, sem viabilidade económica;
- As Caves Aliança eram uma empresa de referência na região, em esforço de actualização contínuo;
- Tradicionalmente, desde a sua fundação, era uma empresa exportadora e procuravam corresponder às características dos produtores internacionais, pelo que procuravam a actualização e a evolução;
- Reconverteram a sua actividade (com início havia cerca de 10 anos no Alentejo e de três na Bairrada) para a produção e cultivo de vinha, que foram alargando a outras zonas como o Douro, Dão, Figueira de Castelo Rodrigo; têm feito a reconversão sem preocupação de receberem subsídios ou apoios; desde 1999 investiram cerca de 1,7 milhões de contos na terra e no seu plantio; também investiram na reconversão das instalações e irão sempre continuar a fazê-lo;
- O investimento na vinha confrontava-os com a realidade: faltava formação e mão-de-obra, sobretudo jovem, disponível e capaz de assimilar novas técnicas de plantio e de cultivo da vinha; não criticavam a formação dada nas universidades de Évora ou de Trás-os-Montes e Alto Douro, mas consideravam que essa formação devia ser complementada com conhecimentos provenientes do estrangeiro - é que havia técnicos estrangeiros que tinham muito mais Know-how sobre o vinho e a vinha do que os técnicos portugueses e, se se ficar fechado a conhecimentos, não se evolui; por essa razão, recorrem a consultores estrangeiros para melhorar e afinar os vinhos que produzem pelos padrões internacionais e equipará-los a esses padrões;
- Não estavam interessados numa cultura intensiva (apesar de ser linha orientadora da reforma da PAC) mas, sim, em evoluir para a qualidade e o topo de gama e em abandonar os vinhos correntes; para se afirmarem, têm de ter consistência, qualidade e dimensão.
Preocupava-os:
- As taxas pesadas que incidiam sobre os vinhos;
- O grau de alcoolémia permitido para automobilistas, que tem efeitos nefastos sobre o consumo de vinho, apesar de 1 copo deste custar menos do que um copo de água; para além da repressão ao excesso de álcool, deve haver educação para o seu consumo moderado. A legislação saída, segundo a leitura que fazem,