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0403 | II Série C - Número 024 | 16 de Abril de 2004

 

Painéis de madeira 9 2.000
Fabricação e restauro de mobiliário de madeira 3.728 76.116
Artesanato da madeira, da cortiça e do vime 300 1.000
Produtos resinosos 8 2.000
Indústrias da cortiça 900 18.400
Fábricas de pasta 4 5.224
Fábricas de papel, cartão e embalagem 217 10.337
Indústrias do pinhão e alfarroba 34 N.d.
Totais Mais de 7.270 Mais de 164.503
Fonte: Direcção-Geral das Florestas
No sector primário, a floresta é geradora de um valor de uso directo superior a 500 milhões de euros, a preços de 1993, e de um elevado valor de uso indirecto (só o armazenamento de carbono corresponde a mais de 180 milhões de euros). Para o mesmo ano o valor estimado da produção de material lenhoso foi de 262,5 milhões de euros, representando mais de 51% do VAB da silvicultura e caça.
O sector florestal é um segmento exportador e com uma componente comercial exaustiva, desenvolvida ao longo de décadas, embora a indústria da madeira tenha vindo a perder, progressivamente, competitividade tanto no mercado interno como no externo. Mesmo assim, a madeira, a cortiça, o papel e a pasta foram responsáveis em 2002 por 9,4% do total das nossas exportações, sendo o sub-segmento do sector da cortiça portuguesa o maior a nível mundial, com cerca de 65% das exportações totais do globo.
Os principais produtos exportados em 2002 pelo sub-sector da cortiça continuaram a ser as obras de cortiça natural (rolhas naturais) com 519,9 milhões de euros, seguidas pela cortiça aglomerada e suas obras (rolhas técnicas e aglomerados de cortiça) com 329,4 milhões de euros.
Em termos de referência comparada pode dizer-se que o sector florestal emprega na União Europeia 2,2 milhões de pessoas, sendo que 65% das florestas da Europa pertencem ao sector privado.
Em termos de comércio internacional e de acordo com dados do INE, em 1999 as saídas nacionais provenientes do sector florestal totalizaram 2.295 milhões de euros, o que correspondeu a 11% do valor global das transacções. A taxa de cobertura foi de 148%, o que constituiu uma situação de excepção na economia nacional, cuja taxa em 1999 foi de 63%.
As saídas de "cortiça" atingiram em 1999 os 760 milhões de euros, ou seja 33% do valor total das saídas da fileira florestal.
O "papel e cartão", com cerca de 560 milhões de euros representou, para o mesmo ano, a segunda maior parcela deste fluxo, posição que anteriormente a 1995 era ocupada pela "pasta de papel". A Espanha foi o principal país de destino destas saídas. Em 1999 o valor das saídas da "pasta de papel" foi de 475 milhões de euros, 50% dos quais para a Holanda, a Alemanha e a Espanha.
Por sua vez no ano de 1999 as entradas de "papel e cartão" atingiram 735 milhões de euros, o que representou 47% do valor total das entradas da fileira florestal, quase exclusivamente provenientes dos países da União Europeia.
O "total de madeira" com um valor de transacção de 495 milhões de euros ocupou a segunda posição do ranking (32% do valor total), sendo um terço desse valor oriundo da União Europeia.
Também em 1999 os produtos resinosos, apesar de pouco contribuírem para o valor total das entradas, atingiram 14,5 milhões de euros.
Recorde-se que em 1974 a produção de resina era de 147 mil toneladas, tendo 25 anos depois caído para apenas 20 mil toneladas.

3. A relevância ambiental da floresta
A floresta constitui um ecossistema de expressiva relevância tanto para um correcto ordenamento do território - ao permitir implantar soluções de descontinuidade e de complementaridade com as áreas urbanas, as agrícolas e outros ecossistemas como, por exemplo, os marinhos -, como para uma adequada gestão ambiental, económica e social.
Para além de fixarem e protegerem os solos da erosão e da degradação, as florestas contribuem para o aumento dos nutrientes e para o enriquecimento das camadas superficiais do solo, regulando ainda as quantidades de água nos cursos de água - funcionando como bacias de retenção -, retendo dióxido de carbono e emitindo oxigénio para a atmosfera, aumentando os níveis de humidade relativa do ar e, dessa forma, actuando também como agentes influenciadores das condições climatéricas locais.
Para além disso, servem de abrigo a numerosas espécies da fauna e, mesmo, da flora, propiciam as condições indispensáveis para a prática de actividades de lazer e de recreio - como a caça - e, não menos importante, produzem diversas matérias-primas com expressiva afirmação e valor comercial no mercado. Por estas razões constituem, também - como se descreveu no ponto deste relatório que antecede -, um elemento agregador da fixação das pessoas e, por consequência, dissuasor da desertificação e do abandono das áreas não urbanas.
Contudo, no contexto da análise em que nos situamos e em face das prioridades hoje consensualizadas a nível internacional, a grande importância da floresta passou a relevar, predominantemente, do papel que esta pode desempenhar no controlo e na gestão dos fenómenos físicos associados às alterações climáticas.
É assim também que, de forma imediata, todo o planeamento e gestão da prevenção de incêndios florestais ganha um papel especial já que os efeitos da combustão do material orgânico das florestas fazem inverter diametralmente a função de "sumidouro" de dióxido de carbono que é apanágio dos ecossistemas florestais - enquanto "vivos".
Assim sendo, a actual relevância ambiental da floresta representa-se, antes do mais, no quadro do combate às alterações climáticas e no incremento e valorização das actividades que conduzem ao aproveitamento da biomassa da floresta, o que, indirecta mas ainda assim imediatamente, acaba por resultar numa relevante actividade de prevenção