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0402 | II Série C - Número 024 | 16 de Abril de 2004

 

2. A importância económica do sector florestal
O sector florestal constitui uma riqueza nacional, com uma enorme importância ambiental, económica e social.
Na perspectiva económica é responsável pelas contribuições de 4% para PIB nacional e de 14% para o PIB Industrial. Para além disso gera cerca de 3% do Valor Acrescentado Bruto (VAB) da economia, envolvendo mais de 400 mil proprietários e proporcionando mais de 160 mil postos de trabalho nas suas diversas fileiras.
As preocupações com o sector são múltiplas e vão desde o cataclismo dos incêndios florestais até à demasiada burocracia inerente à organização dos processos de investimento e acesso às respectivas ajudas, passando pelo progressivo abandono das áreas do interior do País, gerador do fenómeno da desertificação e, por consequência da diminuição do cuidado e da vigilância exercida sobre este ecossistema.
Grande parte da produção lenhosa provém da propriedade privada (de pequena ou muito pequena dimensão). O material lenhoso é vendido em pé, abdicando o produtor das suas responsabilidades e das mais-valias inerentes à realização do produto. De facto, no que se refere à natureza do produtor florestal nacional duas características avultam desde logo: a distância física deste em relação às suas explorações e a não dependência económica da produção das mesmas.
De acordo com os estudos económicos disponíveis, Portugal é, no contexto europeu e mesmo mundial, um país "especializado nas actividades silvícolas", com um peso significativo no Produto Interno Bruto (PIB) e superior à média europeia. Trata-se do terceiro país da União Europeia (após a Finlândia e a Suécia) "onde o sector florestal tem mais peso no PIB".
A floresta destinada predominantemente à produção de outros bens não lenhosos - correspondente a 42% da área florestal - assume hoje destacada importância económica, física e ecológica. Esta área é essencialmente ocupada por quercíneas, castanheiros e pinheiro manso.
Apresentam-se, de seguida, alguns quadros relativos à produtividade média anual de cortiça de reprodução, de resina e de glande.

PRODUTIVIDADE MÉDIA ANUAL DE CORTIÇA, RESINA E GLANDE
Produtos Espécies Composição Produtividade média anual em peso
Por tonelada Kg./ha
Cortiça de reprodução Sobreiro Puro 100.741 170
Misto dominante 12.465 103
Misto dominado 6.604 57
Resina Pinheiro-bravo Puro 62.200 327
Mistos 13.532 241
Pinheiro-manso Puro 2.115 112
Misto 1.109 90
Glande Sobreiro Puro 343.034 579
Misto dominante 49.517 411
Misto dominado 20.424 177
Azinheira Puro 266.428 688
Misto dominante 31.789 428
Misto dominado 9.107 130
Fonte: Direcção-Geral das Florestas
Os bens actualmente gerados nos espaços florestais estão na base de uma importante e integrada fileira industrial assente em recursos naturais renováveis, sendo o suporte de um sector fortemente exportador e contribuindo para a manutenção de mais de 7.000 empresas. Contabilizam-se, ainda, cerca de 300 mil empregos indirectos gerados a partir do sector florestal.
O tecido industrial da fileira de madeira é quase exclusivamente constituído por Pequenas e Médias Empresas (PME's), ou seja com menos de 20 trabalhadores ao seu serviço.
No contexto económico-social nacional, as indústrias da fileira de madeira assumem, pois, uma relevância significativa, tanto na criação de empregos, como na consequente fixação dos cidadãos nas regiões mais desfavorecidas, travando ou reduzindo, por essa via, os fenómenos da desertificação e do abandono dessas áreas.
Apresentam-se de seguida os indicadores de emprego na indústria florestal.

EMPRESAS E EMPREGO NA INDÚSTRIA FLORESTAL NO CONTINENTE EM 1993/95
Subsectores N.º de Empresas N.º de Empregados
Corte e comercialização de madeira 750 10.000
Extracção de cortiça N.d. 4.000
Resinagem N.d. 2.000
Alugadores e empreiteiros florestais 250 3.750
Transporte de produtos florestais, da floresta até à fábrica N.d. 2.300
Viveiristas florestais 87 1.000
Serração e carpintaria 983 32.376