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0031 | II Série C - Número 012 | 22 de Janeiro de 2005

 

Cobertura internacional
A contribuição portuguesa para as exportações comunitárias de produtos florícolas cifra-se em cerca de 1,1%, desde há algum tempo. Dados de 2000 indicam Portugal como o 33.º maior exportador mundial, com uma quota de 0,2% do comércio mundial.
Ainda que, neste sector, o principal produto seja o de "flores vivas" (48%), em Portugal o subsector "Plantas vivas" detém uma representatividade de 73% do sector em 2002. De notar, no entanto, que entre 1997 e 2002, o mercado "flores vivas" cresceu, em representatividade, de 6,4% para 15,6%.
No mercado das plantas vivas, Portugal possui a 19.ª posição no mercado mundial.
A esmagadora maioria dos produtos exportados destina-se à União Europeia (94%), tendo como principais destinos a Holanda (destacando-se a exportações de cravos), França (árvores e arbustos), Reino Unido (plantas de interior) e Alemanha (plantas vivas).
No que respeita às importações, o comportamento apresenta semelhanças com as exportações.
Uma observação do saldo das relações com os principais parceiros comerciais de Portugal, neste mercado, leva-nos a concluir que este é maioritariamente desfavorável a Portugal. No total, as importações florícolas são três vezes superiores às exportações, cifrando-se o saldo da balança comercial num défice de 42 milhões de euros, ainda que a taxa de cobertura (Exp/Imp*100) seja inferior neste sector (33,1%) do que a nível do total do reino vegetal (20,3%), conforme dados de 2002.
No que respeita à forma de escoamento, o grosso da produção destina-se à exportação (72%).

Estrutura do sector em Portugal
A esmagadora maioria das empresas (70%) são pequenas e micro-empresas, sendo que 43% se encontram na Região de Lisboa e Vale de Tejo, seguida da região Norte com 17%.
A maioria das explorações são relativamente pequenas, com menos de um hectare, quer com explorações ao ar livre quer com estufas.
Relativamente à estrutura de custas, os custos intermédios são responsáveis por 63% do total, seguidos pela rubrica pessoal com 22%. O custo com pessoal é, com efeito, do ponto de vista dos custos, o elemento que mais se afasta da média do contexto global agrícola (22% vs 14%).
O sector emprega cerca de 7000 pessoas, maioritariamente do sexo feminino (67%) e da Região de Lisboa e Vale do Tejo.
As remunerações médias em 2000 foram de €465,86, sendo que a remuneração média mais elevada se deu no Alentejo (€504), e a mais baixa nos Açores (€254).
Tais números relacionam-se com os níveis de qualificação do sector, com 66% de profissionais não qualificados, 11,1% de semi-qualificados e 11,9% de qualificados, e apenas 2,7% de quadros superiores.
De realçar que 60% da intensidade de trabalho se desenvolve com assalariados permanentes, havendo ainda um peso considerável de mão-de-obra familiar (em que metade dos trabalhadores trabalha menos 50% ou menos do tempo completo.)

Conclusões do estudo
"Embora uma reflexão criteriosa exigisse uma análise estratégica e prospectiva do subsector em causa, podemos assinalar algumas pistas de reflexão para a floricultura portuguesa. Necessariamente estas surgem mais como interrogações do que conclusões:

Apreciações qualitativas
A floricultura, embora apresentando uma vantagem comparativa pouco elevada relativamente a outros países e sectores é, todavia, mais dinâmica do que o cômputo geral do sector agrícola português, podendo continuar a afirmar-se como um segmento de maior rendimento.
Uma melhor cobertura estatística da actividade (produção, mão-de-obra, consumos intermédios, contas económicas em geral) poderia ser um auxiliar preciosos para melhorar a visibilidade da realidade e programar acções estratégicas de cariz sectorial.
Uma cooperação próxima entre a associação e os produtores, vem com uma maior relação de proximidade entre esta estrutura e as entidades que fazem a recolha de informação (INE e DETEFP), poderiam ser benéficas.
Uma tal concertação de interesses pode originar dinâmicas virtuosas a nível de candidaturas a fundos estruturais, através da criação de políticas integradas de dinamização sectorial, seja através de programas de dinamização tecnológica comercial, ou de investimento em infra-estruturas sociais.