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0032 | II Série C - Número 012 | 22 de Janeiro de 2005

 

De uma forma geral, resta a impressão que as relações a jusante na fileira das florícola poderiam ser aprofundadas, criando corredores comerciais estáveis entre viveiristas e consumidor final, possibilitando menores riscos comerciais e financeiros para a actividade, um estudo estratégico revelar-se-ia proveitoso a este nível.

Apreciações sobre a informação produzida
A quota portuguesa no mercado internacional é baixa. Todavia, o nicho das plantas vivas tem-se revelado uma trave de sustentação da floricultura portuguesa.
Apesar do papel importante das plantas vivas, será de assinalar que a diversificação para o mercado das flores de corte poderá trazer ganhos substanciais. Países como a França e a Holanda têm claramente beneficiado do crescimento do mesmo e, em Portugal, começa a haver sinais de um "despertar" para esta realidade. Em termos estatísticos a atractividade do produto é clara: muito valor e pouco volume.
A concorrência europeia parece grande e a especialização em nichos de alto rendimento poderá ser uma solução, a par com a diversificação geográfica para mercados extra-europeus. O estudo técnico da atractividade de mercados como a Ásia e Médio Oriente deve ser considerado.
Neste sentido, a par das transformações estruturais do mundo, na actualidade, surgem novas oportunidades de negócio, o estudo da deslocalização estratégica da produção poderá ser interessante para quem deseje investir em mercados um pouco mais afastados.
Há claros sinais de pouca representatividade das vendas em fases avançadas do circuito comercial. Isto é, os viveiristas captam, normalmente, margens relativamente baixas, em relação ao que poderiam fazer. A estimulação da cooperação no sentido de criar redes comerciais e de distribuição que envolvam mais do que um produtor parece ser importante, para uma melhor penetração nos mercados. A hipótese de integração de comerciantes finais deste tipo de redes e a criação de lojas grossistas devem ser consideradas num levantamento estratégico.
O facto de que haja um mercado interno de dimensão apreciável, totalmente dominado por produtos de importação coloca-os diversas interrogações: O mercado nacional tem sido negligenciado? As condições de entrega e os preços praticados pelos produtores nacionais são competitivos? Existe regularidade e estabilidade por parte dos fornecedores viveiristas portugueses, ou antes uma baixa fiabilidade dos mesmos?
Como é natural, na eventualidade de um mau desempenho de alguns produtores portugueses, este afecta também as exportações, prejudicando também os clientes externos e deprimindo a imagem dos produtores nacionais em geral.
A crescente importância dos produtos vindos de Espanha parece querer realçar a necessidade de avaliar esta situação. A tendência dos clientes nacionais recorrerem a produtores espanhóis poderá criar canais estáveis de comercialização que poderão dificultar a entrada de produtores portugueses no próprio mercado nacional. A avaliação do potencial produtivo e cooperativo com os produtores espanhóis é de considerar.
A dimensão de certas importações releva a possibilidade clara de substituição das mesmas por produção de origem nacional, dada a avaliação da possibilidade técnica de produção das mesmas e dos custos envolvidos nesse empreendimento.
Os micélios de cogumelos são, por exemplo, um produto fortemente importado e que possivelmente pode ser substituído por produção nacional.
Os mercados associados à vitivinicultura, aparentam, num país como Portugal, albergar a possibilidade de uma especialização de luxo. O estudo da possibilidade técnica e comercial de captar esta clientela é de considerar.
Do mesmo modo existe alguma evidência de produtos associados à alimentação, susceptíveis de gerar rendimentos elevados (a chicória provinda de França parece querer assinalar esse facto)
Apesar das áreas ocupadas pelas produções de viveiro não serem muito variáveis (em média), há uma grande variabilidade a nível da quantidade de trabalhadores empregados por produção. Isso conduz-nos a interrogar-nos sobre a existência ou não de uma normalização de práticas na floricultura. A aplicação de benchmarking entre empresas concorrentes dispostas a cooperar poderia criar ganhos mútuos e deve ser considerada.
Neste mesmo sentido, cooperação efectiva a nível de produção entre produtores, através de uma especialização relativa em fases diferenciadas do ciclo produtivo pode gerar economias de escala que não devem ser negligenciadas.
Parece-nos haver espaço para uma poupança a nível dos consumos intermédios, dado o elevado peso que estes representam na estrutura de custos deste tipo de empresas. Um controle eficaz de todos os custos envolvidos, a absorção de fases a montante do ciclo de produção