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14 | II Série C - Número: 028 | 3 de Fevereiro de 2007

transformado num jantar de trabalho (como estamos na época da colheita muitos produtores não poderiam estar presentes no dia seguinte), tendo-se realizado a reunião prevista para as 9h e 45m do dia 18.
O Sr. Presidente da Subcomissão saudou todas as entidades e produtores de maçãs presentes, agradeceu, em nome de todos os Sr. Deputados, a recepção proporcionada e salientou que esta visita de trabalho tinha objectivos bem determinados: ver no terreno o que de melhor se faz e também constatar as dificuldades mais sentidas pela fileira, ficando os Srs. Deputados em condições de, junto e com as entidades competentes, desenvolver as acções que julguem mais adequadas para a resolução dos problemas da fileira.
O Sr. Governador Civil de Leiria relevou o papel do Parlamento na vida nacional e felicitou a Subcomissão por esta iniciativa, referiu que iniciativas desta índole prestigiam o Parlamento e dignificam o mandato dos Deputados. Finalizou afirmando que é uma honra receber os Srs. Deputados.
De seguida representantes da Associação de Produtores da Maçã de Alcobaça fizeram uma apresentação (ver Anexo 2) (a) sobre as principais características da maçã de Alcobaça, as acções que foram desenvolvidas e os projectos que têm para o futuro.
A maçã de Alcobaça está inclusa numa Indicação Geográfica Protegida (IGP), abrangendo os concelhos de Alcobaça, Porto Mós, Nazaré, Caldas da Rainha e Óbidos. É uma marca colectiva, «maçã de Alcobaça».
A gestão é feita pela Associação de Produtores de Alcobaça, tendo como utilizadores a Frubaça Crl, Campotec SA, Frutalvor Crl, Lusofruta Crl, Cooperfrutas Crl, Narcfrutus Crl, Fruticordeiro, Grnfer Crl, Obirocha Crl, QM Frutas SAG e Casa Agrícola Ribeiros SAG.
A área de produção é de 1000 ha, envolvendo 600 produtores e com uma produção de 30 000 toneladas.
A Associação de Produtores da Maçã de Alcobaça está firmemente empenhada em novos projectos e para isso é importante a participação de todos os produtores e suas associações, assim como o empenho das entidades governamentais, regionais e locais de uma forma transversal potenciando todas as suas sinergias.
Um dos desafios mais interessantes que a associação procura levar a bom porto é introduzir a maçã nas escolas, pôr as nossas crianças a comer maçã. Para esse desiderato ser atingido é necessário o envolvimento concertado de várias entidades, que não só as associações de produtores de maçã.
Um primeiro passo que é necessário dar é o de passar a mensagem que comer maçã faz bem à saúde.
Depois fazer com que, em colaboração com o Ministério da Saúde e Ministério de Educação, a maçã entre nos refeitórios e bares escolares, passando, de uma forma sistemática, a fazer parte da dieta das crianças (neste momento exportamos maçã de Alcobaça para vários países da Europa, principalmente para Inglaterra, para ser consumida nas escolas).
Neste projecto foi chamada a atenção para as dificuldades sentidas no envolvimento dos Ministérios da Educação e da Saúde e fez-se um apelo à Subcomissão para que, dentro das suas competências, possa ajudar a fazer a ponte no maior envolvimento dos Ministérios acima referidos (o governador civil disponibilizouse de imediato a colaborar e já depois da visita patrocinou uma reunião com esse objectivo, em que a Subcomissão foi convidada a participar).
A Associação, numa campanha de marketing concertada, quer envolver regiões de turismo, restaurantes, realização de protocolos com entidades e com programas televisivos (já foi feita uma experiência com o programa «Morangos com Açúcar», que, apesar de não ter resultado, serviu de experiência para futuras iniciativas), a presença permanente em eventos, visando todas estas acções trazer para a dieta dos portugueses a maçã.
Ficou claro para todos a firme vontade da Associação de Produtores de Maçã de incutir no consumidor português o hábito de consumir preferencialmente produtos nacionais, no caso em apreço a maçã. Para a continuação do desenvolvimento sustentado da fileira é necessário normalizar a maçã na dieta dos portugueses, desde a escola passando pelo hábito do dia-a-dia, até ao restaurante mais requintado. Além disso, quando o consumidor for comprar maçã a uma grande superfície comercial tem que estar «educado» nas vantagens de consumir produto nacional.
Para que tais objectivos sejam atingidos é necessária a continuação e desenvolvimento na aposta da qualidade.
Para aumentar a produtividade e a competitividade da maçã de Alcobaça é necessário o aprofundamento de algumas medidas e ainda procurar limitar alguns constrangimentos sentidos pela fileira.
É fundamental a aposta na qualidade; é essencial a adesão dos produtores às suas associações (apesar do grande esforço que foi feito nos últimos anos, ainda há muitos produtores a trabalhar individualmente); é de extrema importância a questão da água, o aumento da produtividade passa em muito por uma política global de gestão da água; importa melhorar a questão do preço da venda da maçã pelo produtor e o preço que a maçã chega ao mercado (principalmente às grandes superfícies); a dimensão reduzida das explorações também surge como factor inibidor de uma maior produtividade; há que exigir ao Governo, sem complexos, algum proteccionismo ao produto nacional, tal como fazem outros países nossos concorrentes, nomeadamente a Espanha e França.
No fundamental, foram estes os objectivos preconizados pelos produtores de maçã aquando da generalização do debate, e também muitas das preocupações atrás referidas foram tema da generalidade das intervenções produzidas.