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14 | II Série C - Número: 025 | 12 de Abril de 2008

Noutras áreas as contrapartidas previram o aumento de investimento estrangeiro em Espanha, suportados por transferência de tecnologia e que se materializassem no aumento das exportações.
Foram os casos, para além da defesa, da indústria química e farmacêutica, da indústria do ferro e aço, da electrónica e TI de aplicação civil, da alimentação e bens de consumo, da construção naval entre outros, que foram os mais beneficiados pelas contrapartidas.
Para conceber e acompanhar as contrapartidas o governo espanhol criou, na altura, um gabinete específico para esse fim.
Para além do impacto na indústria, os negócios de contrapartidas desencadearam desenvolvimentos e parcerias que em posteriores aquisições de material militar conduziram a colaborações ainda mais profundas.
Hoje, por via dos efeitos alcançados e da experiência adquirida, a Espanha é parceira no projecto Airbus, juntando-se aos três maiores da indústria aeronáutica europeia.
Além disso, as empresas espanholas, em vez de aguardarem os negócios de contrapartidas, assumem hoje um papel mais pró-activo, criando condições para que se defina com maior rigor com os seus parceiros um produto que de antemão se sabe que interessa ao país, antes da sua decisão de compra.
O próprio gabinete encarregue de acompanhar as contrapartidas assume agora uma função de gestão da cooperação industrial.
Isto significa que as necessidades do país podem ter soluções técnicas e de produção nacional e de cooperação definidas antes de qualquer concurso público, o que naturalmente conferirá às empresas espanholas uma vantagem incomensurável à partida.
A Turquia, ao adquirir à General Dynamics 150 F-16 Falcon, assegurou o escoamento de um bilião de dólares de produtos e o apoio para o desenvolvimento da sua indústria aeroespacial. Dos 150 aviões apenas 10 foram integralmente montados nos EU.
Mas no final não foram 150 mas 278 os aviões construídos, 46 dos quais para o Egipto. Este programa teve a duração de 16 anos, sendo concluído em 2000.
Foi com este processo que a Turquia iniciou a sua actividade industrial na aeronáutica. Seis anos depois a indústria turca começava a produzir componentes.
O objectivo da indústria aeronáutica turca é passar de 25% para 40-50% a parte da sua produção destinada ao sector civil.
Fruto da experiência e das competências adquiridas, e de novas aquisições, nomeadamente de aviões Airbus e Boeing, que originaram por sua vez novas contrapartidas, a indústria aeronáutica turca fornece hoje componentes para os modelos A319, A320 e A321 da Airbus, e ainda componentes para o modelo 737 da Boeing, tendo ainda assegurado a produção de helicópteros , incluindo para o mercado externo, fruto de negócios de contrapartidas associadas à compra e aparelhos Bell AH -1Z King Cobra.
Mas a Turquia não limitou a este sector as contrapartidas.
Perante a necessidade de aumentar as suas exportações, então esgotadas, assegurou joint ventures e transferência de tecnologia para a produção de bens não tradicionais.
A Turquia definiu que qualquer compra por parte do Estado superior a um milhão de dólares deverá ter como compensação contrapartidas num montante não inferior a 80% do valor de aquisição.
A Suíça decidiu adquirir à empresa alemã Klauss-Maffei, em vez de a um fornecedor norte-americano, 380 tanques de combate Leopard II, dos quais apenas 35 seriam integralmente produzidos nas instalações de Munique. Os restantes 345 seriam produzidos na Suíça, com quotas de incorporação de 60-70%. Como se constata, a Suíça mostrou ter aprendido depressa nesta matéria. A Grã-Bretanha, com a aquisição à Boeing de 7 aparelhos E-3 AWACS assegurou contrapartidas de 130% do valor da aquisição, sendo 5% correspondentes a contrapartidas directas, e o restante ganhos para a indústria aeroespacial.

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