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116 | II Série C - Número: 029 | 20 de Julho de 2009

No que diz respeito à energia hídrica, o Bloco de Esquerda tem manifestado a sua discordância sobre a sua classificação no campo das renováveis. Sendo uma fonte de energia mais benigna do que qualquer modo de transformação térmica, a energia hídrica tem impactos negativos consideráveis sobre a qualidade da água e produz GEE que agravam o efeito de estufa. Numa altura em que a energia de origem hídrica é ainda imprescindível para fazer face às necessidades de electricidade do país impõe-se por maioria de razão uma reavaliação do Plano Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroeléctrico no sentido de avaliar o equilíbrio entre os impactos negativos da construção de dez novas barragens por contraponto com a potência instalada daí decorrente. Esta avaliação nunca foi feita de uma forma global, determinando o impacto das novas barragens sobre a sustentabilidade das bacias hidrográficas que já se encontram actualmente fortemente diminuídas pelas barragens existentes. O Bloco de Esquerda considera que as Barragens previstas para Fridão, Tua e Sabor representam um acréscimo de pressão sobre a bacia hidrográfica do Douro e constituem um acréscimo de potência instalada desprezível face ao que é possível obter a partir de fontes renováveis. A mais importante mudança de paradigma energético que importa produzir situa-se ao nível do sector de transportes. Segundo o relatório do progresso da Estratégia para o Desenvolvimento Sustentável (EDS) da União Europeia, aprovado em 29 de Fevereiro de 2008, o aumento do consumo de energia relacionada com transportes excedeu o aumento do consumo de energia em todos os sectores, e o petróleo constitui 98% da fonte de energia neste sector o que se traduz num aumento do seu contributo para as emissões de GEE.
O relatório faz-lhe uma sucinta referência no ponto 12. Contudo em sede de recomendação de um relatório desta amplitude e abrangência deve apontar-se para aquilo que merecia ser a sua constatação óbvia. O transporte privado que recebeu toda a prioridade no período da industrialização pós-fordista tem necessariamente que ceder o lugar ao transporte público, colectivo. Do ponto de vista das ligações internacionais, do ponto de vista das conexões territoriais inter-urbanas e das acessibilidades peri-urbanas e urbanas é imperioso que o investimento do estado se dirija, na óptica da prestação de serviço público para a promoção de transportes de pessoas e bens num modo de transporte menos poluente, menos dispendioso, mais eficaz e mais seguro. É esta nova racionalidade que falta fazer caminho na política nacional de transportes. A energia mais barata e mais sustentável é que não se consome. O relatório reconhece que melhorar os indicadores de eficiência energética é uma das prioridades face à necessidade de limitar drasticamente as emissões de GEE mas aponta na sua componente resolutiva apenas para uma orientação pedagógica e para a intenção de melhorar a eficiência energética nos edifícios públicos. É demasiado pouco para um