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202 Il SERIE — NUMERO 4-cp,

Para ja era tudo, Sr. Doutor. Se o Sr. Presidente depois me autorizasse, se houvesse esclarecimentos adi- cionais, gostaria de os fazer.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Dr. Emanuel de Sousa.

O Sr. Dr. Emanuel de Sousa: — Sr. Deputado, fez- -me uma série de perguntas, possivelmente vou ter di- ficuldades em responder sistematicamente a elas. Se considerar que alguma pergunta no foi respondida ou se ha alguma omissao, agradeco que me diga.

Nao € bem correcto que adquiri um andar no Edifi- cio Stromp. Fui contactado pelo engenheiro Almeida Henriques, do qual sou amigo pessoal e sécio nalgu- mas empresas, e num almoco, casualmente, ele colocou- -me o problema: se eu estaria ou nao interessado em comprar uma casa no Edificio Stromp. Disse-Ihe: «Em principio nao, mas é uma questdo de se ver.» «Como € o andar, como nao é, onde fica.» Tenho casa pré- pria em Lisboa, rigorosamente nao precisava do andar para morar porque tenho habitacdo prépria e, se nao estou em erro, foi-me pedido pelo andar cerca de 13 500 contos, se nao estou em erro, 13 000-13 500 con- tos, estes factos ja se passaram ha mais de um ano, mas penso que foi 13 500 contos. Para mim nAo era, pois naquela altura tinha conhecimento de pessoas que precisavam de comprar uma habitacao em Lisboa; e © que acontece é que fui 14 a casa, fui ver, fui duas vezes 14. Da primeira vez estava 14 uma senhora de al- guma idade, que presumo seria a mae do Dr. Cadilhe; e da segunda vez estava laa esposa. E fui sempre com pessoas que eventualmente estivessem interessadas, ami- gos pessoais meus que estivessem interessados em com- prar a casa.

O Sr. Basilio Horta (CDS): — Sr. Doutor, desculpe, disse que, da segunda vez estava ld a esposa!

O Sr. Dr. Emanuel de Sousa: — Estava ld a esposa.

O Sr. Basilio Horta (CDS): — E quando foi isso? Sr. Presidente, desculpe. Quando é que foi?

O Sr. Dr. Emanuel de Sousa: — E dificil. Se lhe pre+ cisar, posso nao estar a ser correcto em termos de da- tas mas... nao lhe sei precisar.

O Sr. Basilio Horta (CDS): — Sr. V. Ex.? da-me licenga?

Portanto, nessa altura...

Presidente,

O Sr. Presidente: — Sr. Deputado Basilio: Horta, quando houver este tipo de interrup¢gdes, que agradeco tanto quanto possivel nao existam, é indispensdvel que quem interrompe possa identificar-se a fim de permitir uma correcta transcricao da gravacao na feitura da acta.

Sr. Deputado. Basilio Horta, se faz favor.

O Sr. Basilio Horta (CDS): — Sr. Dr. Emanuel de Sousa, era sé um aspecto. Nessa altura, quando o Sr. Doutor vai visitar o andar em que estava potencial- mente interessado, vivia la ainda o Dr. Cadilhe, ou nao?

O Sr. Dr. Emanuel de Sousa: — Vivia.

O Sr. Basilio Horta (CDS): — Vivia! Ah! Era 56 isso.

O Sr. Dr. Emanuel de Sousa: — E 0 que acontecey depois, falando com o engenheiro Almeida Henriques — que foi sempre o meu interlocutor, na realidade nunca falei com o Sr. Ministro: Miguel Cadilhe a este respeito —, disse-lhe: «Nao dou 13-500 contos, mas por _ 11 500 contos sou capaz de ficar com o andar.» Nesse sentido firmou-se um chamado acordo verbal, entre mim e o Sr. Engenheiro Almeida Henriques; e nessa altura nem sequer fiz o contrato-promessa, nem pedi um recibo por varias razées.

Primeiro, porque o andar nao era para mim. O an- dar era, naquela altura, para uma pessoa que estava interessada, e depois, como nao me entregaram o an- dar a tempo (e penso que esse atraso se deveu ao facto de as obras no local para onde iam mudar estarem atra- sadas), esse meu amigo pessoal acabou por desistir por- que tinha uma certa urgéncia na casa.

Posteriormente, surgiu um outro interessado porque Ihe parecia barata a casa, que também era uma pessoa conhecida minha, com quem fui da segunda vez ld a casa. Também a casa nao me foi entregue a tempo por atraso de obras e acabei por perder o segundo interes- sado em comprar a casa.

E mais tarde, apareceu-me o representante em Por- tugal de uma firma — a Anro and Company — a quem sugeri a compra, dizendo-lhes: «E um bom in- vestimento, parece-me que 0 andar é barato.» Estado interessados, n&o estao interessados em comprar e disseram-me que sim. Também lhes quero dizer que nao se pdde fazer a escritura até hoje, e parece-me que ha um impedimento legal em fazer a escritura, nao se fez a escritura, também a Anro desistiu. Portanto, neste momento estou na expectativa de comprar a casa, nao sei qual é o destino que Ihe darei. Acabou por ser'uma compra barata e com a inflac&éo que houve no sector imobilidrio tornou-se uma boa aquisicao, ¢ é a situagaéo em que me encontro. Também tenho tido problemas muito mais complicados na minha vida do que estar agora preocupado em dar destino a casa do Stromp; pelo que se tornou um problema nAo priori- tario, de facto, e rigorosamente o que se passou foi isso.

Em todos os contactos o meu interlocutor tem sido o engenheiro Almeida Henriques, do qual sou amigo pessoal, e a palavra dele basta-me para que nao haja qualquer recibo. Passei efectivamente o cheque. Tenho até aqui fotocdpia do cheque, a identificacdéo do cheque, paguei, de facto. E paguei até porque — se nao estou em erro — naquela altura penso que havia uma certa urgéncia em fazer um pagamento, enfim, mais tarde terei presumido que estava ligado com outra casa em que eventualmente o Dr. Miguel Cadilhe es- taria interessado, e por isso paguei a pronto os 11 500 contos.

Em linhas gerais, penso que, sem erro ou omissdo, a historia que se passou comigo é esta.. Neste momento, costumo dizer: «Tenho um andar, foi uma boa com- pra, por 11 500 contos, e o andar é bom.» Nem se- quer estou preocupado com o destino que lhe hei-de dar porque tenho muito mais que fazer neste momento do que isso. E € isto, uma coisa linear e simples. Hoje, é dbvio, fazendo uma avaliacdo do andar, vale muitis- simo mais do que aquilo que paguei por ele.

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