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evitarei sempre que alguém apresente os arguidos em tribunal como se fossem uma presa abatida, como se fosse um homem a liquidar perante a colectividade quando ele ainda é presumido inocente - é e vai ser até que a sentença final seja transitada em julgado.

O Sr. Presidente: - Muito obrigado, Sr. Director Nacional.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

Sr. Presidente: - Sr. Deputado Telmo Correia, as regras têm de ser iguais para todos. Peço-lhe que seja brevíssimo, senão corto-lhe a palavra.
Peço, depois, ao Sr. Director Nacional para ser igualmente brevíssimo, sob pena de não conseguirmos - já ontem chamei a atenção aos Srs. Deputados e peço a colaboração do Sr. Director Nacional - aquele que é o desidrato fundamental de uma comissão de inquérito.
Isto não é um Deputado a inquirir, mas uma comissão a inquirir. Portanto, todos os Srs. Membros da Comissão têm de ter iguais direitos de poder intervir. E, se não for com a colaboração de todos, não conseguimos.
Tem a palavra o Sr. Deputado Telmo Correia.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): - Sr. Presidente, dizia o Sr. Director Nacional da Polícia Judiciária, no início da sua intervenção, que o método normal não era este, de fazer perguntas por atacado. Mas lembro-lhe, apenas, que este foi o método estabelecido por esta Comissão, em que um Deputado tem só direito a uma primeira intervenção para fazer perguntas…

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Telmo Correia, peço-lhe que não fale de metodologia, porque, senão, não saímos daqui mesmo. Peço-lhe que coloque as suas questões. Não me leve a mal, Sr. Deputado.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): - … e depois tem direito a um pequeno pedido de aclaração. É o que eu vou fazer, Sr. Presidente. Se me cortar a palavra, não me indignarei com isso.
Sr. Director, em relação a esta história e a esta novidade, que tem um peso importante perante aquilo que tínhamos ouvido até agora na Comissão, sobre o que se terá passado e de como é que o Sr. Director terá tido acesso à informação e à existência de agentes da DCICCEF, pelos vistos, irregular e ilegalmente, junto do Tribunal de Monsanto (podemos já deduzir isso das suas palavras), o Sr. Director fala que isto é comprovável pela esquadra de Benfica e pela DCCB e diz-nos também que teve uma conversa com a Dr.ª Maria José Morgado, noutras circunstâncias, em que lhe falou disto e na presença de testemunhas.
O que nos escapa é este elemento da esquadra de Benfica e como é que, sabendo destes vários agentes que lá estavam, o Sr. Director nos pode dizer que quem estava e era testemunha era, penso, o inspector Gonçalves Pica (reproduziu o nome agora).
Portanto, gostaria de saber se pode ser ainda mais preciso e mais claro neste aspecto, porque na sua história, de um momento para outro, passamos para uma perseguição de "suponho que tenha havido uma detenção", mas não ficou completamente claro.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Director Nacional.

O Sr. Dr. Adelino Salvado: - Sr. Presidente, muito sucintamente, a verdade é que essa pessoa foi referenciada na esquadra de Benfica. O Subintendente, na altura, penso que da 3.ª Esquadra de Benfica, tem memória disso. Recolhe o número desse inspector chefe. Sabe o nome. Creio que é o Luís Simões. A Dr.ª Maria Alice referencia-me esses factos todos. Mesmo ao fim do dia, quando eu vou para entrar na residência da Sr.ª Embaixadora do Reino Unido, tenho o fim da história, nesse sentido do apuramento de quem lá esteve, de como é que se processou aquilo tudo.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): - Até lá não sabia de nada?

O Sr. Dr. Adelino Salvado: - Até lá não sabia de nada.
A história tornou-se um pouco estranha para mim, porque não pode estar ao mesmo tempo, na mesma intervenção, pessoal da DCCB e pessoal da DCICCEF. Este era um caso claríssimo da DCCB. Não era um caso de haver ninguém da DCICCEF.
Portanto, o estranho, o incongruente na minha cabeça é o que é que lá estava essa pessoa a fazer. Não faz sentido, na minha cabeça, estar essa pessoa ali.

O Sr. Presidente: - Obrigado, Sr. Director Nacional.

O Sr. António Filipe (PCP): - Sr. Presidente, desculpe, mas é possível precisar em que dia é que isso se passou?

O Sr. Presidente: - Penso que foi indicado pelo Sr. Director Nacional o dia 16, porque era o dia do Jubileu da Rainha.

O Sr. Dr. Adelino Salvado: - Não ligo muito ao Jubileu da Rainha. Não sei exactamente o dia que foi. Mas foi 16 ou 19…

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Alberto Martins.

O Sr. Alberto Martins (PS): - Sr. Presidente, Sr. Desembargador, de novo, permita-me um intróito sobre a questão da verdade.
V. Ex.ª teorizou várias vezes sobre a questão da verdade. Nós estamos de acordo com a procura da verdade, mas temos também a consciência de que pode haver, de facto, uma verdade material, uma verdade processual. A verdade absoluta não existe, como V. Ex.ª sabe. O absoluto só existe no relativo. Não há nada quimicamente puro e mesmo os novos teorizadores da epistemologia da ciência dizem que a verdade científica é biodegradável.
O que nós queremos é a verdade possível. V. Ex.ª, há pouco, falou da verdade objectiva, palpável. Também V. Ex.ª anda à procura da verdade possível.
E, por isso, o que queríamos saber… Há aqui um ponto que compreenderá… Independentemente das nossas convicções, estamos numa situação particular, que é, depois destes depoimentos (e foi isso que nos levou à Comissão de Inquérito), temos muito firmemente a perplexidade, em cima da mesa - e digo, independentemente das nossas convicções -, de que alguém está a mentir, alguém está a falar verdade.