O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

 

Portanto, é isso que queremos: um apuramento muito rigoroso da verdade, pelo que estamos a pedir os depoimentos nesse sentido.
Dando de barato, como V. Ex.ª disse e bem, que as declarações que fez na 1.ª Comissão estão feitas, não vale a pena estarmos a arregaçar essas declarações que são dadas como adquiridas, e tentando aprofundar os factos - insisto, os factos -, em função dos novos dados que foram trazidos aqui pelos depoentes anteriores, gostaria de saber se o Sr. Desembargador Adelino Salvado, Director Nacional da Polícia Judiciária, convidou ou não outras pessoas, várias pessoas, designadamente o Dr. Rui Carmo (é o nome que nos foi dito, expressamente), para a DCICCEF para substituir a Dr.ª Maria José Morgado, antes dela ser afastada.
Uma questão a que o Sr. Desembargador já disse que não, que o convite ao Sr. Dr. Pedro Cunha Lopes foi feito, sugerindo-lhe, após o convite… E a carta que tive oportunidade de ler não põe em causa essa situação, que poderia ser posterior. Gostaria que V. Ex.ª precisasse o convite para ele assumir funções na direcção do combate ao crime económico.
Outra questão. Foi afirmado, aqui, pelo Dr. Pedro Cunha Lopes que V. Ex.ª lhe terá perguntado: "Você conhece alguém do SIS?". Julgo que estou quase a repetir as palavras que ele disse. "Conhece alguém do SIS?" Se conhece o director do SIS ou alguém da direcção do SIS.
Perguntei, eu próprio, ao Dr. Cunha Lopes o que é que ele entendia nessa pergunta e se achava que estava a ser investigado pelo SIS com essa pergunta que V. Ex.ª lhe formulou. Ele disse que não sabe, mas não ilidiu quaisquer dúvidas sobre a matéria.
Relativamente a outras duas questões trazidas pelo Dr. Pedro Cunha Lopes, uma delas tem a ver com a DCCB e a organização da DCCB. V. Ex.ª teria dito que (e aqui, dado o melindre das palavras, cito expressamente, porque tomei eu próprio nota) "afinal, a DCCB…" Que, aliás, estava tão bem organizada, como V. Ex.ª acabou de referir. E fez alguma referência elogiosa ao anterior director, Dr. Orlando Romano…

O Sr. Dr. Adelino Salvado: - V. Ex.ª, vai permitir-me que intervenha. Eu não disse que estava bem organizada. Fiz uma referência à pessoa em si mesma.

O Sr. Alberto Martins (PS): - Sim, senhor. Agradeço-lhe a precisão.
Mas o Dr. Pedro Cunha Lopes, referindo-se à herança do Dr. Orlando Romano, disse ipsis verbis (palavras, segundo ele, da sua autoria): "afinal, deixou uma porcaria. Não deixou como se pensava. Era um esterco e não servia para nada".

Vozes do PSD: - Não disse isso!

O Sr. Dr. Adelino Salvado: - Não percebi a palavra final.

O Sr. Alberto Martins (PS): - Estou a citar ipsis verbis: "afinal, deixou a DCCB…" - o Dr. Romano - "… uma porcaria. Não deixou como se pensava. Isto era um esterco e não servia para nada".

O Sr. Dr. Adelino Salvado: - Esterco?! Espectacular, Sr. Deputado…

O Sr. Alberto Martins (PS): - O termo esterco, que V. Ex.ª conhece tão bem como eu, enquanto termo.

O Sr. Dr. Adelino Salvado: - Não. Eu só conheço esterco ligado a resíduos e dejectos.

O Sr. Alberto Martins (PS): - Seria, provavelmente, um efluvium metafórico da parte de V. Ex.ª, mas vou continuar.

O Sr. Dr. Adelino Salvado: - Não conheço outros termos para isso.

O Sr. Alberto Martins (PS): - Por outro lado ainda, relativamente ao mandato de captura internacional, a questão que se coloca é que o mandato de captura é para ser cumprido, não é para carrear nova prova. Pode-se carrear, pode-se fazer, pode-se abrir uma nova instrução. Mas o mandato tem uma natureza imperativa.
Portanto, gostaria que V. Ex.ª nos dissesse alguma coisa sobre isso e a quem cabe apreciar judiciosa e judicialmente se a situação é susceptível, ou não, da extradição.
São estas as questões, no geral.
Volto ainda a uma outra, articulada com a esta do Dr. Orlando Romano e com a DCCB, que tem a ver com a demissão da Sr.ª Dr.ª Alice Fernandes. Segundo o que nos foi dito, isto teria como objectivo alterar relações de poder que poderia ter havido na Judiciária, que teriam ficado na Judiciária, em relação a situações anteriores. Isto foi-nos dito. O Sr. Desembargador fará o favor, depois, de esclarecer. Estou praticamente a citar aquilo que foi dito: o espírito é, seguramente, e as palavras, nalguns caso, até são ipsis verbis.

O Sr. Dr. Adelino Salvado: - Posso responder já?

O Sr. Alberto Martins (PS): - Se o Sr. Desembargador quiser responder já. Por mim, não vejo inconveniente, mas tenho outro conjunto de perguntas a fazer.
Se o Sr. Presidente entender. Não tenho nada a opor.

O Sr. Presidente: - Se o Sr. Director Nacional - até porque estamos a ver pelo tempo que temos de evoluir um bocadinho nos nossos trabalhos - quiser dar resposta rápida a todas estas questões. Depois, o Dr. Alberto Martins colocará um segundo conjunto de questões.

O Sr. Dr. Adelino Salvado: - Posso fazê-lo, Sr. Presidente.
Perguntou se mantenho que não convidei o Sr. Dr. Juiz Cunha Lopes para a DCICCEF: sim. Já o afirmei de forma peremptória, anteriormente.
Quanto a saber se eu lhe perguntei se conhecia alguém do SIS: nunca foi feita tal pergunta.
Além do mais, quero dizer-lhe que o SIS é gerido por dois magistrados, ambos sobejamente conhecidos: um Juiz, outro do Ministério Público.
Portanto, nunca perguntei se conhece alguém do SIS. Não faço ideia o que é que isso quereria dizer nem onde é que ele foi buscar essa palavra. Aliás, nesta história do diz-que-diz, fulano tal disse isto… disse aquilo…. Não saímos daqui, porque nada disto são factos, são afirmações estéreis.

O Sr. Presidente: - Ó Sr. Director Nacional, peço-lhe uma precisão, porque me pareceu que o senhor disse uma coisa…