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5 | - Número: 038 | 26 de Julho de 2008

— Jordânia – a Jordânia tem muitos problemas ao nível da escassez dos recursos hídricos ao que acresce o facto de ter recebido, por duas vezes, uma vaga de refugiados, consequência das guerras do Golfo. Este aumento demográfico está cada vez menos coadunado com os recursos que a Jordânia possui. Há aspectos científicos a ter em conta na estratégia dos países do Mediterrâneo no âmbito da gestão integrada de recursos mas há igualmente aspectos políticos que devem procurar alcançar uma solução justa e global.
— Turquia – é importante uma optimização dos recursos hídricos sendo que a comunidade internacional deverá promover a equidade na utilização da água pelos países da região mediterrânica.
— Marrocos – o Reino de Marrocos possui uma lei muito rígida para punir quem polui e destrói a natureza, em particular no que se refere à poluição dos cursos de água. Os problemas que sentem no centro de África são muito graves, não há água e os solos são muito secos. Marrocos tem grandes dificuldades com a situação do deserto do Sahara. Os responsáveis parlamentares devem reforçar a legislação sobre esta matéria da protecção dos recursos hídricos e obrigar os respectivos governos a agir. A educação e sensibilização das crianças nestas matérias são igualmente importantes como formas de prevenir o futuro.
— Líbia – a demografia não é muito significativa mas ainda assim existem algumas preocupações neste âmbito da água, inclusive já possui um projecto para criação de cursos de água artificiais de forma a promover um melhor acesso.

Depois de encerrado o debate, o Presidente da Mesa agradeceu as intervenções dos participantes e destacou como pontos mais importantes a promoção da educação e o trabalho comum que deve ser desenvolvido para se alcançar uma tomada de consciência colectiva que conduza a uma solução justa e global na repartição do bem essencial que é a água.
Antes do encerramento dos trabalhos da manhã o Secretário-Geral da APM destacou o facto de a APM não trabalhar de forma isolada e de neste momento já possuir uma rede de contactos com outros organismos que podem dar um valor acrescentado ao trabalho que esta Assembleia pretende desenvolver.
No início da tarde, os trabalhos retomaram com a intervenção do Sr. Pierre Icard (que substituiu o Sr. Luc Thibault Director do Plan Bleu) que apresentou as perspectivas do Plan Bleu em 2025 – UNEP, Programa das Nações Unidas para o Ambiente. Trata-se de um observatório do ambiente e do desenvolvimento sustentável no Mediterrâneo e centro de análise e estudos prospectivos. Este organismo que visa promover a cooperação regional no Mediterrâneo, criado há mais de 30 anos foi o primeiro programa dos mares regionais do UNEP, ao serviço dos países ribeirinhos que adoptaram a Convenção de Barcelona. Na sua actividade enquadram-se matérias como o ambiente e o desenvolvimento sustentável no Mediterrâneo, o que inclui a água, os ecossistemas marinhos e as questões energéticas. Também procura, com cautela, parcerias com instituições privadas.
Segundo o Sr. P. Icard, a Bacia do Mediterrâneo, em 2025, irá debater-se com questões como as transições demográficas, uma maior fractura Norte/Sul, as alterações climáticas (acentuação de fenómenos extremos, aumento de precipitação no Inverno e aumento de temperaturas no Verão) e as políticas ambientais. O Mediterrâneo possui menos de 1% dos recursos hídricos renováveis e 5% da população mundial, existem cerca de 20 milhões de pessoas nesta região sem acesso a água potável. É importante aumentar o potencial explorável dos recursos naturais renováveis e a reutilização das águas usadas e tratadas; agir sobre a procura da água e não apenas sobre a oferta é igualmente essencial, por exemplo através do estabelecimento de planos eficientes e de sistemas financeiros sustentáveis.
Após esta intervenção, o Sr. Deputado José Junqueiro abriu o debate no qual participaram representantes das delegações da Jordânia, Marrocos e Eslovénia. Em síntese, a questão mais abordada pelos intervenientes no debate foi o financiamento dos projectos, a mais-valia do Plan Bleu e o facto dos financiamentos para serem viáveis necessitarem de uma associação a projectos comerciais igualmente viáveis.
Antes do encerramento da reunião, o Secretário-Geral da APM transmitiu aos presentes que foi contacto pelo Banco Mundial no sentido de se estabelecer uma possível parceria entre os dois organismos. Após este comunicado o Presidente da Mesa, Sr. Deputado José Junqueiro, deu a reunião por encerrada.
No final do dia o Sr. Deputado José Junqueiro foi convidado para presidir à apresentação do documento «L’Appel de Cannes» e dirigir a conferência que imprensa que contou com a participação do Sr. Rudy Salles, Vice-Presidente da Assembleia Nacional Francesa e fundador da APM e com as intervenções de vários participantes do 10.º Symposium International de l’Eau.