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11 | - Número: 042 | 17 de Agosto de 2009

A Bacia do Mediterrâneo é uma região estratégica para o crescimento da economia portuguesa. Mais de 40% do comércio externo português (importações mais exportações) resulta das relações com os países do sul da Europa, da zona do Magreb e do Médio Oriente.
Bom exemplo deste relacionamento, segundo a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), é o crescimento, em 2008, das exportações portuguesas para Marrocos (+37%), para a Argélia (+127%), para a Jordânia (+87%) e para a Líbia (+88%).
Portugal estabeleceu-se já diversos Tratados de Amizade, Boa Vizinhança e Cooperação com países da zona mediterrânica. Destaco: Com Marrocos, em 1994, o qual permitiu dinamizar a cooperação política, económica e comercial entre os dois países. A dimensão estratégica deste acordo é tão importante que a linha de crédito de 200 milhões de euros para reforçar as parcerias empresariais foi recentemente expandida para 400 milhões de euros.
Empresas como a CASAIS (área da construção civil, destacando-se a reabilitação do Hotel La Mamounia em Marraquexe) e a EFACEC (engenharia e energia) têm um posicionamento forte em todos os países do Magreb e Jordânia.
Com a Argélia, em 2005, tendo Portugal sido convidado de honra da edição de 2008 da Feira Internacional de Argel. No mercado argelino actuam importantes empresas portuguesas como a COBA (consultoria de engenharia e ambiente), a FRULACT (preparados de fruta para lacticínios, que inaugurou uma fábrica no Verão passado), a TEIXEIRA DUARTE (construção e obras públicas, actualmente tem uma carteira de obras superior a 400 milhões de euros). Devo ainda destacar a parceria entre a EDP e a Sonatrach na área do gás natural e da energia eléctrica, que se enquadra no facto de 85% de todo o gás natural importado por Portugal vir da Argélia. Será também de mencionar que foi uma empresa portuguesa (PARQUE EXPO) que ganhou o concurso internacional para a reabilitação da baía de Argel.
Com a Tunísia, em 2006, existe já uma linha de crédito no valor de 100 milhões de euros e está agora em fase de negociação técnica uma eventual nova linha de 10 milhões de euros só para pequenas e médias empresas.
Já com o Egipto e a Turquia a interacção tem vindo a intensificar-se e a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal irá inaugurar em Maio um Centro de Negócios em Istambul.
As empresas portuguesas têm um enorme entusiasmo pelos mercados do Magreb. Argélia, Marrocos e Tunísia são os mercados onde os empresários portugueses mais pedem cadernos de encargos para concorrerem a obras públicas. O caso argelino representa mais de 20 milhões de euros de obras a construir.
Portugal possui um instrumento financeiro denominado Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) que enquadra as opções estratégicas das políticas públicas de apoio à internacionalização de 2007 a 2013.
Este instrumento significa um pacote financeiro de 23 mil milhões de euros em três vertentes: factores de competitividade, potencial humano e valorização do território.
A internacionalização das empresas é uma vertente estratégica da actual política económica portuguesa.
As linhas de apoio às pequenas e médias empresas envolvem um montante global de 3.2 mil milhões de euros.
Portugal possui também um programa que tem como objectivo principal formar jovens licenciados em competências sobre os mercados internacionais. Trata-se de estágios para formar cerca de 550 jovens/ano (cerca de 133 na zona do Mediterrâneo norte e 25 na zona sul). Pretende-se assim, melhorar a inserção internacional da economia portuguesa.
A economia portuguesa atravessa um momento decisivo que não admite facilitismos ou ausência de estratégia. Creio que o mesmo se passa com a maioria dos países aqui representados. Só através do aprofundamento das parcerias, da detecção de novas oportunidades e do estreitamento das relações económicas, entre outras, será possível encontrar o caminho de um futuro de paz e prosperidade regional e mundial.