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26 DE JULHO DE 2014

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ANEXO I

INTERVENÇÃO NA LI COSAC, ATENAS

17/6/2014

“INVESTING IN EUROPEAN YOUTH: THE WAY OUT OF THE ECONOMIC CRISIS”

I. Introdução

Gostaria de começar por felicitar a Presidência helénica da COSAC por todo o trabalho desenvolvido ao

longo deste semestre, e agradecer o convite que me foi feito para intervir neste painel.

Quero também saudar a inclusão deste tema na LI COSAC, pois tal revela que a atenção que esta

Conferência dedica aos problemas diretos das vidas dos nossos cidadãos, um dos mais prementes dos quais

é hoje sem dúvida o do desemprego jovem.

Congratulo-me ainda com o momento escolhido para esta discussão, pois, agora que existem sinais de

alguma recuperação da grave crise que marcou os últimos anos na Europa, é revelador de que, além da

prioridade que continuam a ter a consolidação orçamental e a restauração da confiança, a dimensão social e

do emprego seja também um eixo central da ação política da EU.

Porém, devo dizer que este tema não é novo.

Ao nível do G20, por exemplo, está na agenda, pelo menos, desde a cimeira de Londres em abril de 2009.

O próprio G20 tem promovido a realização de Cimeiras dos Ministros de Emprego desde 2010, e criou mesmo

uma task force para o emprego, que tem como prioridade o desemprego jovem.

Ao nível da UE, a dimensão social e de recuperação do emprego, em particular dos jovens, tem sido uma

preocupação constante desde o início da crise, através das várias iniciativas que Sr. Comissário Lászlo Andor

mencionou na sua intervenção.

Por fim, e para sublinhar a importância política que este tema tem na agenda europeia, tiveram lugar duas

Conferências de Chefes de Governo sobre o desemprego jovem, a primeira em Berlim, a 3 de julho de 2013, e

a segunda em Paris, a 12 de novembro de 2013, após o impulso decisivo dado pelo Conselho Europeu de

junho de 2013, que foi dedicado ao Emprego jovem. Segundo sei, a Presidência italiana irá convocar uma

terceira Conferência desta natureza, em Turim, no dia 11 de julho.

Seria importante que a COSAC pudesse, hoje, dar um contributo para essa discussão.

II. O desemprego jovem e os desafios que temos pela frent

O mais recente relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre o desemprego jovem

começa com a seguinte frase elucidativa: "It is not easy to be young in the labour market today". Além disso,

refere-se igualmente que "os custos sociais e económicos do desemprego, do desemprego de longo-prazo,

bem como o desencorajamento de procurar trabalho e a proliferação de empregos de baixa qualidade para os

jovens tem aumentado e é uma ameaça ao potencial de crescimento das economias".

A luta contra o desemprego jovem deve ser, como tal, uma prioridade política da UE. A mesma OIT

assinala também que uma "das 'cicatrizes' mais importantes que o desemprego jovem deixa é a falta de

confiança desta geração de jovens nos sistemas políticos e socioeconómicos".

Porém, há alguns aspetos que gostaria de mencionar:

1. Em primeiro lugar, o desemprego jovem resulta de uma complexa interação de fatores económicos,

sociais, demográficos, geográficos, culturais e sociais, e deve ser compreendido neste contexto. Por

conseguinte, devemos ter presente que as soluções a encontrar terão de ser, igualmente, multidimensionais e

complexas, de modo a contemplar todos aqueles fatores, bem como as especificidades de cada país;

2. Segundo dados da Comissão Europeia, a taxa de desemprego jovem (entre os 15 e os 24 anos) é

atualmente de 22.6%, quase o dobro da taxa de desemprego para a população em geral: isto representa cerca

de 7.5 milhões de jovens desempregados na UE, aos quais se juntam os cerca de 6.5 milhões de jovens

adultos desempregados (idades compreendidas entre 25-29 anos); no entanto – e este é o segundo aspeto –,

esta era uma tendência que se verificava ainda antes da crise: em 2008, a taxa de desemprego jovem era já

elevada (17%), comparada com a taxa de desemprego na UE (7%);