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26 DE JULHO DE 2014

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de emprego, em especial o desemprego jovem e a percentagem de jovens que não estão a estudar, a receber

formação nem a trabalhar (NEET).

III. As vias para sair da crise

Apenas quando tivermos erradicado do nosso vocabulário expressões como "geração perdida" ou "geração

em risco" é que o nosso trabalho relativamente ao desemprego dos jovens estará feito. Não podemos aceitar

que um elevado nível de desemprego jovem é uma consequência inevitável do progresso económico, técnico

e científico. Tal seria condenar parte muito relevante de toda uma geração a viver sustentada – significaria

diminuir a sua dignidade como cidadãos e trabalhadores ativos. Os jovens europeus precisam da UE, mas a

UE precisa também, e mais do que nunca, de aproveitar os seus jovens.

Deste modo, penso que as soluções a encontrar para sair da crise assentam em duas premissas:

1.ª) É necessária uma articulação constante e dinâmica entre os vários atores envolvidos: governos,

parlamentos, universidades, empresas, sindicatos, parceiros sociais, que possam promover uma ligação

realista entre a educação, as expetativas dos jovens e as necessidades efetivas do mercado de trabalho,

designadamente na transição da escola para o trabalho.

2.ª) Isto implica uma mudança nas práticas seguidas até agora, mas também uma alteração de

mentalidades a vários níveis. E é nisto que podemos ser arrojados e criativos.

Em termos concretos, deixaria as seguintes sugestões neste debate:

1. É necessário modernizar os sistemas educativos e de formação, adaptando-os às necessidades do

mercado laboral:

a) Para promover a aquisição de competências transversais e específicas: o mercado de trabalho requer,

cada vez mais, uma organização de trabalho orientada para processos interdisciplinares, virada para a

resolução de problemas, capacidade de comunicação e trabalho de equipa.

b) Para que os jovens estejam preparados para fazer escolhas bem informadas sobre as carreiras que

desejam seguir, o que implica uma aposta na educação vocacional, na orientação e aconselhamento em fases

precoces do percurso escolar, i.e., a partir do secundário, tendo em conta a empregabilidade futura dos jovens

2. Devem ser fortalecidos os programas de aprendizagem prática (apprenticeships) e de outros sistemas de

transição da escola para o mercado laboral, designadamente nas áreas técnicas, com:

a) Mudança de mentalidades relativo ao sistema dual de ensino, que complementa o domínio teórico com

componentes de aprendizagem prática (learning by doing).

b) Com valorização dos estágios como forma de obter experiência profissional e de acesso ao mercado

profissional.

c) Medidas de orientação na busca de emprego.

3. PME: sendo um dos maiores empregadores em toda a UE, particularmente relevantes nalgumas

economias, é uma prioridade encorajá-las a participar no programa Garantia para a Juventude. Entendo que o

empreendedorismo jovem também deve ser promovido neste quadro, através de acesso a financiamento

direcionado.

Com efeito, as recomendações específicas por país para 2014, que a Comissão acaba de publicar,

sublinham a importância estratégica da Garantia para a Juventude para superar os desafios de suavizar a

transição escola-trabalho, a reforma dos sistemas de educação e formação, as parcerias para aproximar os

jovens inativos e não registados nos centros de emprego.

Em Portugal, o programa de implementação da garantia para a juventude foi considerado, pela Comissão,

como um dos melhores estruturados, e tem como grupo-alvo os jovens e os jovens adultos (15-29 anos).

A migração jovem no espaço europeu é hoje vista pela geração mais jovem cada vez mais como algo

natural, o que se compreende, porque um verdadeiro mercado único é-o também em termos laborais. Ao

invés, a imigração para fora da União deve ser combatida.