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7 DE MARÇO DE 2018

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sucesso, as escolas locais. Como forma de gerir os fluxos migratórios na UE, o orador preconizou um diagnóstico

das necessidades dos diversos EM, bem como a avaliação da conexão entre o país de origem e o anfitrião. Tal

como a Hungria e a R. Checa preconizou, igualmente, um reforço do controlo das fronteiras externas.

Sessão IV –Integração: oportunidades e desafios

A quarta sessão da reunião foi presidida pela MEP britânica Jean LAMBERT (Grupo dos Verdes/Aliança

Livre Europeia) e teve início com uma alocução de Thomas LIEBIG, especialista no domínio da migração na

OCDE, que fez uma apresentação sobre boas práticas para a integração de migrantes e refugiados. Referiu,

em especial, que tendo em conta as competências dos migrantes e dos refugiados, muitas vezes é necessário

melhorar as suas competências, nomeadamente as linguísticas, ajustando-as ao mercado de trabalho. A este

propósito, recordou que a OCDE, juntamente com o Ministério do Trabalho alemão, havia realizado uma

pesquisa com os empregadores alemães sobre sua experiência com refugiados, tendo identificado, assim,

diversas dificuldades: o idioma; hábitos de trabalho diferentes; e incerteza sobre a duração da permanência.

85% dos empregadores referiu ter encontrado poucas dificuldades e considerou os migrantes como uma força

de trabalho altamente motivada. Neste contexto, o orador incentivou os políticos a melhorar as regras da

formação, nomeadamente linguística, adaptando-a às necessidades profissionais dos migrantes e dos

refugiados. Acrescentou, ainda, que os diferentes níveis de competências deviam ser considerados, na medida

em que alguns dos refugiados nunca receberam educação, devido aos conflitos prolongados nos seus países,

como é o caso em alguns países africanos. Normalmente, não é o caso de refugiados do Iraque ou da Síria.

Referiu-se, por fim, a boas práticas, como diversas iniciativas da sociedade civil na Áustria e na Alemanha, bem

como ao caso da Suécia, onde muito é feito pelos refugiados, com uma grande colaboração da sociedade civil.

Seguiu-se a intervenção de Miltos PAVLOU, gestor principal de programas da Agência dos Direitos

Fundamentais da UE (FRA). A partir da sua experiência, o orador defendeu a priorização da integração dos

imigrantes e a revisão das políticas de direitos fundamentais, que devem ser mensuráveis e fazer uma diferença

tangível. Apresentou ainda propostas concretas a este respeito aos EM, nomeadamente no campo da educação,

onde optou por acabar com a segregação e oferecer aos professores os meios para resolver conflitos

interculturais. Comprometeu-se, ainda, a reforçar as boas práticas, com base na Declaração de Paris de 2015

sobre educação. Em termos de habitação, defendeu que se deveria evitar a segregação residencial, através da

habitação social em áreas específicas das cidades. Concluiu, afirmando que os imigrantes viviam na Europa há

anos, a maioria com alto grau de integração nas comunidades em que se inserem.

Osman KIMIL, empresário turco - alemão, diretor da Unipack, partilhou sua experiência pessoal. Em 1973

chegou a Istambul a partir de sua aldeia no noroeste da Turquia, em 78 emigrou para a Alemanha, num processo

de integração difícil. Esta experiência encorajou-o a ajudar os atuais imigrantes. Em 1993 fundou a Unipack,

uma empresa de embalagens, que é uma típica PME. Partilhou ainda a sua experiência enquanto fundador de

uma associação de empregadores com consciência social, que veio a dar lugar à associação UNITY, com sede

em Berlim, sob o lema "Envolver a diversidade da nossa sociedade no circuito económico, promover respostas

à mudança demográfica e obter uma vantagem competitiva em outros mercados ". Continuou, mencionando que

a melhor integração é alcançada através do empreendedorismo e valorizou a atitude da comunicação social e

dos partidos políticos como muito importante. Considerou, ainda, que ajudando os imigrantes, nos ajudamos a

nós. Partilhou a sua experiência de empregador de imigrantes, nomeadamente de dois refugiados do

Afeganistão que, volvidos dois anos, são eles próprios mentores dos novos colegas migrantes, aconselhando-

os e acompanhando-os nos assuntos práticos do dia-a-dia. Terminou, referindo que a maior recompensa, para

além de uma força de trabalho motivada, era saber que podia dar um futuro aos refugiados e aos seus filhos.

Seguiu-se uma intervenção da Deputada Susana AMADOR (PS/S&D), que partilhou com os participantes a

experiência de acolhimento dos refugiados em Portugal. A intervenção, que consta em anexo, faz parte

integrante do presente relatório.

Seguiu-se a alocução de Dimitrios KALOGEROPOULOS, relator do Comité das Regiões para a revisão da

implementação da Agenda Europeia da Migração, que se centrou no papel das autarquias locais e regionais

para a integração dos refugiados e migrantes. Sublinhou que a imigração sempre existirá, sendo importante

promover a integração dos migrantes na comunidade. Referiu, ainda, que o Comité das Regiões participava, de

forma consultiva, no processo legislativo das iniciativas regulatórias do fenómeno migratório. Mencionou,