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10 DE JANEIRO DE 2024

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género beneficiariam de uma avaliação mais abrangente.

Contudo, é na participação plena e igualdade de oportunidades a nível cívico e económico que se registam

as maiores disparidades. No entanto, regista-se favoravelmente nestas dimensões: o aumento de mulheres

em posições de chefia face a 2015 e, em particular, a proporção de mulheres dirigentes na Administração

Pública.

No que se refere à participação plena e igualdade de oportunidades, é de referir que nas três últimas

eleições para a Assembleia da República, a maioria dos Deputados eleitos continuam a ser homens (67,0 %

em 2015, 61,3 % em 2019 e 63,0 % em 2022). A tendência para o aumento da representação feminina no total

de Deputados eleitos observada anteriormente alterou-se em 2022, diminuindo de 38,7 %, em 2019, para

37,0%. Em suma, muito há ainda por fazer, especialmente a nível político.

A proporção de mulheres dirigentes na Administração Pública é superior a 50 % desde 2015, registando-se

uma proporção de 55,0 % em 2021. De acordo com os mesmos dados, a relação de feminilidade nos

dirigentes na Administração Pública (número de mulheres por cada 100 homens) aumentou de 103 para 122

entre 2015 e 2021.”

Este relato demonstra que, não obstante o progresso sinalizado, existe amplo espaço para melhoria.

Caros Colegas,

A Constituição da República Portuguesa consagra o princípio da igualdade independentemente do sexo e

estabelece, como uma tarefa fundamental do Estado, a promoção da igualdade entre mulheres e homens, um

exercício basilar de defesa dos direitos humanos, universais, indivisíveis e interdependentes, que a todos

cumpre defender, respeitar e promover.

Em Portugal, as políticas públicas para a não discriminação em razão do sexo e a igualdade entre

mulheres e homens têm sido consubstanciadas, de igual modo, nas últimas décadas, em vários planos

nacionais, centrados na igualdade, combate à violência doméstica e tráfico de seres humanos e programas

para a eliminação da mutilação genital feminina.

Estes planos foram posteriormente integrados na Estratégia Nacional para a Igualdade e a Não

Discriminação 2018-2030, alinhada temporal e substantivamente com a Agenda 2030, que introduziu uma

visão de longo prazo, definindo objetivos específicos e medidas concretas a prosseguir no âmbito desses

objetivos, estabelecendo, em paralelo, um conjunto de métricas que visam aferir o progresso obtido nas

diferentes áreas de atuação contempladas.

A participação das mulheres na esfera política tem adquirido particular ênfase, com a implementação de

medidas que visam garantir a igualdade de oportunidades no acesso e exercício de cargos de soberania. É o

caso da Lei da Paridade, que estabelece que as listas de candidatos para cargos legislativos devem ter no

mínimo 40 % de cada género. Esta legislação teve por objetivo garantir uma representação equilibrada entre

homens e mulheres nos órgãos de decisão política.

Também no setor privado, Portugal adotou a Lei de Quotas, que determina que as empresas públicas e as

empresas cotadas em bolsa devam ter pelo menos 33 % de cada género nos cargos de direção, incentivando

à igualdade de oportunidades e a uma representatividade mais equilibrada em posições de liderança no setor

empresarial.

Estas políticas têm demonstrado resultados amplamente positivos, promovendo mudança, registando-se

um aumento significativo da participação das mulheres na vida política e empresarial de Portugal. Cada vez

mais as mulheres ocupam cargos de relevo, partilhando as suas perspetivas e contribuindo para a construção

de uma sociedade mais inclusiva.

Minhas Senhoras e Meus Senhores,

No que se refere à juventude, o Plano Nacional para a Juventude (PNJ) é o instrumento político de

coordenação intersectorial da política de juventude em Portugal. O seu principal objetivo visa reforçar a

concretização dos direitos humanos dos jovens, promovendo a sua emancipação e desenvolvimento pessoal,

tanto a nível económico, como social.

O PNJ, em vigor, é um plano transversal que contempla mais de 400 medidas, com um envelope financeiro

de três mil milhões de euros a executar em três anos, sendo resultado de um amplo processo de auscultação

junto dos jovens, dos representantes das organizações de juventude, incluindo os contributos do Conselho

Consultivo da Juventude.