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II SÉRIE-D — NÚMERO 23

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rapidez na ajuda à Ucrânia para derrotar a Rússia, uma vez que a segurança da União dependia dessa derrota;

demonstração de resiliência e sustentabilidade na luta contra a Rússia; fazer mais pela Ucrânia, tendo

consciência de que não bastava a vontade política, era preciso agir, financiar a Ucrânia – money makes the

world go round; reforçar as capacidades de defesa da UE e aumentar de forma extraordinária e imediata o

investimento na indústria de defesa, intensificando a produção de munições e de armamento de modo a

satisfazer as necessidades da Ucrânia e a repor as reservas da UE. A esse propósito, anunciou que a SEDE

iria apresentar no dia seguinte a Estratégia Industrial Europeia de Defesa e o Programa Europeu de Investimento

na Defesa, a fim de incentivar as aquisições conjuntas no setor da defesa. Reiterou que, sem meios e sem

recursos, as palavras permaneceriam vazias, e que tinha chegado o tempo de colocar dinheiro onde ele era

preciso. Concluiu reforçando que a guerra da Rússia não era só contra a Ucrânia, a desestabilização, as

interferências e as ameaças atingiam outros locais e continentes, designadamente o continente africano, o Mar

Vermelho, condicionando a liberdade de navegação, e países como a Arménia ou a Moldávia, e que, por essa

razão, havia que melhorar a cooperação e a proteção, podendo o PE e os Parlamentos nacionais contribuir para

o reforço da PCSD, complementada com a NATO, a bem do futuro.

General Robert Brieger, Presidente do Comité Militar da UE, abordou a perspetiva militar sobre qual deveria

ser o foco para fortalecer a resiliência da UE, hoje e no futuro, apontando prioridades e as suas implicações

militares. Referiu-se à crescente instabilidade política e geopolítica e à alteração de poder a nível mundial, ao

crescente confronto económico e político entre os EUA e a China, em magnitude e intensidade, com impacto

em todos os domínios, às alterações em África, em particular no Sahel, e à agressão russa contra a Ucrânia,

fatores que afetaram a ordem e a paz mundial, impelindo a União a agir e tornando ainda mais relevante a

Bússola Estratégica para a segurança e defesa da UE, aprovada em março de 2022, o documento de orientação

política e estratégica mais importante para as ações imediatas e futuras até 2030, não apenas numa perspetiva

militar, mas numa abordagem holística, coordenada e colaborativa entre os Estados-Membros, assente

igualmente no reforço da cooperação com parceiros internacionais, incluindo organizações como a NATO.

Apontou como prioridades imediatas o envio de uma missão naval para proteger os navios comerciais no Mar

Vermelho dos ataques dos rebeldes Houthi, apoiados pelo Irão; a defesa das fonteiras da União e o apoio à

Ucrânia no seu esforço de guerra, através de um forte investimento na indústria de defesa europeia e da adoção

de uma política estratégia unida e a longo prazo, com uma liderança política forte; a presença solidária e de

manutenção da ordem no continente africano, em particular na região do Sahel. Para alcançar estes objetivos,

reiterou que a União tinha de reforçar a sua resiliência e capacidade militar para agir, encontrar novas formas

de investimento na indústria de defesa, intensificar a produção de munições, equipamentos e armamento,

fomentar a sua interoperabilidade e apostar na formação e no comando de forças operacionais. Concluiu

defendendo que só se forem encontradas novas formas de agir, incluindo a cooperação política e militar e a

indústria de defesa, a UE poderia ser vista como um ator global credível e resiliente.

Almirante Michel Hofman, Chefe do Estado-Maior da Defesa belga, anunciou que iria falar sobre a PESC

e a PCSD na perspetiva da política de defesa nacional belga. Começou por destacar a importância das

instituições democráticas, quer a nível europeu, quer a nível nacional, e considerou essencial para enfrentar os

desafios globais e as novas e perigosas realidades geopolíticas que afetam os interesses e a segurança

europeia saber o que pensam as lideranças e os decisores políticos. Sublinhou que, com a agressão russa

contra a Ucrânia, os europeus despertaram para a necessidade de aumentar o orçamento em defesa e, no

fundo, preparar, em tempo de paz, as forças armadas e a sociedade para agir, enquanto ainda era possível. Em

sua opinião, acrescentou, a UE vivia uma oportunidade extraordinária num mundo que enfrentava uma mudança

sem precedentes e de futuro imprevisível, em que a salvaguarda dos valores europeus era uma tarefa não

apenas para os militares, mas que envolvia toda a sociedade. O dilema que se colocava à Bélgica e aos demais

Estados-Membros – explicou – era o de operacionalizar a Bússola Estratégica, apoiar a Ucrânia e responder

aos múltiplos desafios, reforçando a resiliência da União, com determinação e preparação a todos os níveis:

estar preparado e mostrar que se estava preparado aos adversários era a melhor forma de causar o efeito

desejado, e isso só seria possível com forças armadas capazes, robustas, modernizadas e dotadas de

interoperabilidade. Na perspetiva militar, realçou que o foco estava, em primeiro lugar, na prontidão das forças

e, em segundo lugar, na construção de resiliência, dotando a UE de capacidade para reagir às crises de forma

rápida e eficaz, no quadro da Bússola Estratégica e, complementarmente, em cooperação estreita com a NATO.

Concluiu dizendo que só seria possível defender os interesses vitais da União investindo na base tecnológica e